Politica

Ministro diz que exoneração no Inpe não tem relação com desmatamento

Coordenadora que cuidava de área de monitoramento dos alertas de desmatamento foi exonerada após dados mostrarem aumento no mês de junho

Correio Braziliense
postado em 14/07/2020 19:42
Coordenadora que cuidava de área de monitoramento dos alertas de desmatamento foi exonerada após dados mostrarem aumento no mês de junhoO ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, afirmou ontem que a exoneração da coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lubia Vinhas, departamento reponsável pelos sistemas que acompanham o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, não tem relação com o aumento dos alertas de desmatamento na Amazônia Legal.

A exoneração foi publicada na última segunda-feira (13), três dias depois da divulgação dos dados referente a junho. Uma coletiva foi feita por ele e pelo diretor interino do Inpe, o militar da Força Aérea Brasileira (FAB) Darcton Policarpo Damião, para explicar uma nova estrutura do instituto que, segundo eles, está sendo elaborada desde agosto do ano passado, quando o diretor assumiu o cargo.

Ela, no entanto, só foi anunciada agora após a exoneração de Lubia da coordenação. A pasta justificou que a servidora apenas mudou de coordenação, passando para um de base de informações georreferenciadas na nova estrutura organizacional, que é inserida em um departamento chamado Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica.

“A transferência da Lubia para esse novo setor acabou acontecendo em um momento que acabou chamando atenção de todo mundo. Ela foi transferida por causa da reestruturação, mas o pessoal ficou olhando para o momento, pelo aumento dos alertas de desmatamento. (...) Basicamente, foi um mal entendido. Se eu tivesse prestado atenção no tempo, talvez teria esperado um pouco para fazer a mudança. Mas isso não muda nada, as coisas continuam as mesmas”, disse.

Em vários momentos, o ministro frisou que o coordenador direto dos sistema de monitoramento é Cláudio Almeida, que nesta nova estrutura irá coordenar os sistemas de monitoramento. Na estrutura de hoje, ele é coordenador do Programa Amazônia, subordinado à Coordenação-geral de Observação da Terra - cargo que era ocupado por Lubia - e que faz o monitoramento da Amazônia.

“Pelas características da doutora Lubia, ela foi designada a gerenciar esse projeto que tem uma importância estratégica grande”, justificou Pontes. Agora, Cláudio cuidará dos sistemas de monitoramento em uma área dentro do departamento de Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica, e Lubia cuidará de outra área dentro da mesma coordenação. Conforme nova estrutura, ficará subordinada à Gestão de Projetos os trabalhos outras duas áreas - uma delas é o acompanhamento das queimadas.

No ano passado, o ex-diretor do Inpe Ricardo Galvão foi exonerado também após a divulgação de dados que mostraram um aumento expressivo do desmatamento e que foi amplamente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. Questionado, Pontes afirmou que ele não foi demitido por causa dos resultados, mas por causa das discussões que teve com o presidente Jair Bolsonaro, quando rebateu as críticas do chefe do Executivo. “Na época, ficou bem explicada a situação”, disse.

Esta reestruturação, conforme explicado pelo diretor Darcton Damião, irá agrupar áreas que ficavam descentralizadas. O militar afirma que a estrutura atual possui muitos diretores e uma base escassa, com coordenações com uma pessoa só. A ideia foi mudar isso, mas sem suprimir nenhuma das estruturas do Inpe, com apenas um trabalho de reposicionamento.

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