Correio Braziliense
postado em 16/07/2020 18:18
A Polícia Federal indiciou, nesta quinta (16/7), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) por corrupção passiva, caixa dois em campanhas eleitorais e lavagem de dinheiro. O indiciamento foi encaminhado ao Ministério Público do Estado de São Paulo, que decidirá se aceita, e oferece denúncia à Justiça, ou se arquiva o caso. Há ainda a possibilidade de o MP pedir novas diligências.
As investigações foram conduzidas pela a partir de delações do grupo Odebrecht. Elas apontam indícios de que Alckmin, investigado desde 2017, recebeu pelo menos R$ 10 milhões em repasses ilegais da empreiteira durante campanhas para o governo de São Paulo.
Também foram indiciados o ex-secretário de Planejamento de Alckmin Sebastião Eduardo Alves de Castro e o ex-tesoureiro de campanha Marco Monteiro. Além das colaborações de funcionários da Odebrecht, a PF obteve cópia do sistema de informática da empreiteira, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas por Skype e ligações telefônicas.
Governador de São Paulo entre 2001 e 2006 e de 2011 a 2018, Alckmin foi citado, em depoimento, por Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da Odebrecht em São Paulo. O executivo disse que se encontrou com Alckmin e recebeu das mãos do tucano o cartão de visita de Adhemar Ribeiro, cunhado de Alckmin. "Quando eu entrei eu percebi que eles já tinham conversado. O doutor Alckmin pediu para a secretária um cartão que tinha um nome, os contatos, me entregou aquilo lá", disse Ribeiro em um trecho da delação.
Em 2010, Alckmin teria recebido R$ 2,5 milhões, via Ribeiro, para usar na campanha para governador. Em 2014, quando disputou a reeleição, teria recebido mais R$ 8,2 milhões. Em 2018, ele saiu do cargo de governador para disputar a Presidência, perdendo foro privilegiado. Com isso, as investigações foram para a Justiça Eleitoral na esfera estadual.
Serra foi alvo no início do mês
O indiciamento de Alckmin é o segundo episódio judicial envolvendo a alta cúpula do PSDB este mês.No último dia 3, , após ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro transnacional. A filha do parlamentar, Verônica Allende Serra, também é investigada.
Com informações da Agência Estado
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