Ao falar com apoiadores e a imprensa na frente do Palácio da Alvorada, ontem à noite, o mandatário opinou que a medida será importante para desonerar a folha de pagamento e permitir o financiamento do novo programa de renda mínima, em estudo pelo governo federal: o Renda Brasil, que deve substituir o Bolsa Família e outros benefícios, como o abono salarial, o seguro-defeso e a farmácia popular.
“O que o Paulo Guedes (ministro da Economia) está propondo não é CPMF, não. É uma tributação digital. Não é apenas para financiar um programa que envolveria quase todos que estão aí. É para desonerar, também, a folha de pagamento. É uma compensação. É eliminar um montão de encargos em troca de outro, mas, se a sociedade não quiser, não tem problema nenhum”, frisou o mandatário.
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Como antecipou o assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, em entrevista ao CB.Poder na última quarta-feira, a proposta é tributar as transações financeiras que ocorrem de forma digital com uma alíquota entre 0,2% e 0,4%. Segundo ele, as transações eletrônicas estão crescendo e poderiam gerar uma arrecadação expressiva para o governo.
Economia
Durante a conversa, Bolsonaro voltou a defender que a atividade econômica do país tem de voltar à normalidade, apesar da pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente, alguns governadores e prefeitos “sufocaram e mataram” a economia do país devido às medidas de fechamento do comércio. Ele também afirmou que, se não fosse o auxílio emergencial de R$ 600, a situação estaria pior.
“Mais ou menos 40 milhões de informais, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), perderam, em média 8%, do poder aquisitivo. Esse pessoal se arrebentou. Ninguém esperava que fossem tantos invisíveis no Brasil. Esses R$ 600, que começa a pagar na quarta-feira a quarta parcela, é para não deixar a família esfacelar”, afirmou. “Imagine a quantidade de problemas sociais no Brasil com esse pessoal completamente abandonado... Todo mundo ia perder. Então, (o que a gente) precisa é voltar a trabalhar”, enfatizou.
“São R$ 50 bilhões por mês, e parte desse recurso tem que ser digital, não tem papel para todo mundo. Então, atrasa um pouco, é feito de forma progressiva, mas estamos atendendo. Isso tem ajudado a economia a continuar com seus sinais vitais funcionando, e a gente espera que os governadores e prefeitos comecem a abrir o comércio de forma responsável”, destacou. “Estamos em uma pandemia que, no meu entender, mata muita gente, sim, mas não podemos esquecer que o desemprego e a queda da economia também levam à morte.”
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