Politica

Movimentação do governo para adiar Fundeb gera repercussão na internet

Houve grande cobrança de que o pedido do governo pelo adiamento da votação do fundo de financiamento da educação básica não seja atendido

Correio Braziliense
postado em 20/07/2020 17:53
Houve grande cobrança de que o pedido do governo pelo adiamento da votação do fundo de financiamento da educação básica não seja atendidoA votação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que estava prevista para começar nesta segunda-feira (20/7), gerou mobilização nas redes sociais. Perfis abraçaram o #AprovaFundeb como forma de pressionar a votação do texto, que determina uma ampliação na participação da União na manutenção do fundo, além de torná-lo permanente. Apesar da pressão vinda de diversos setores da sociedade, o governo se movimenta para adiar a votação e alterar o texto em alguns pontos.

Por meio das redes sociais a União Nacional dos Estudantes (UNE) criticou a atitude do governo: “Nos 45 do segundo tempo, o Governo Bolsonaro aparece para tentar prejudicar a aprovação do novo FUNDEB! Marcaram para agora uma coletiva de imprensa e desativaram os comentários no YouTube, porque sabem que essa proposta será rechaçada.

#AprovaFundeb”, publicou. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também se manifestou sobre o assunto: “ATENÇÃO! O Governo Bolsonaro está manobrando contra a Educação Pública. Querem sabotar a PEC do Novo Fundeb. Resistiremos e venceremos! #AprovaFundeb #VotaFundeb”. 

Os deputados federais Tábata Amaral e Marcelo Freixo (PSOL- RJ) criticaram a postura do governo. “O governo ESCOLHEU não participar das negociações do Fundeb! O que eles estão tentando fazer agora é um estrago, que vai prejudicar nossos alunos. O texto está pronto para ser votado e minha principal luta nos próximos dias será para garantir que #NãoVãoTirarDaEducação. #AprovaFundeb”, disse Tábada em publicação. “A proposta de Bolsonaro de suspender o Fundeb em 2021 é um crime contra a Educação, porque provocará o fechamento de milhares de escolas em cidades pobres. Em 90% dos municípios, o $ do fundo corresponde a mais da metade do que é investido em Educação. #AprovaFundeb #VotaFundeb”, alertou Freixo. 

A professora de História e deputada federal Talíria Petrone (Psol) alertou para o risco da ausência do Fundeb pelo próximo ano:  "Bolsonaro mente quando diz que defende a educação. A prova disso é que quer que as novas regras do Fundeb comecem a valer apenas em 2022, o que pode significar fechamento de escolas por todo o Brasil. Tudo isso, para garantir sua reeleição. Absurdo! #FundebPraValer". 

Ministro comenta o Fundeb

Saiba Mais

No sábado (18/7) o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro fez algumas publicações sobre o assunto , destacando as primeiras impressões sobre o Fundeb. “O zelo e cuidado dos técnicos do MEC no aperfeiçoamento do projeto com adição de melhorias sobretudo em duas áreas: divisão socialmente  justa dos recursos e aprimoramento de meios de controle final”, começou o ministro, por meio das redes sociais. 

Ribeiro também elogiou a relatora do projeto, deputada professora Dorinha Seabra (DEM-TO), como "muito responsável, apaixonada e competente" a forma como encaminhou a proposta final. Ele ainda destacou a proposta do ministro da Economia, referindo-se à alteração no texto da PEC para passar a destinar parte dos recursos do Fundeb para o programa social Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família. 

“O envolvimento e disposição do ministro Paulo Guedes e sua equipe em achar formas de repartir os poucos recursos do tesouro nacional nos tempos difíceis que vivemos. Precisamos investir na educação. O Brasil vai dar certo, eu acredito”, publicou Ribeiro.

A mudança do texto sugerida pelo governo federal no último sábado, porém, gerou muitas críticas. Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) foi um deles: "Educação e assistência social integram blocos constitucionais distintos. Fundeb e Renda Básica tem objetivos diferentes. Para financiar Renda Básica, a fonte deve ser progressividade tributária sobre bancos, lucros e dividendos".

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