A Executiva Nacional do PSL estuda expulsar a deputada federal Bia Kicis (DF) por causa do voto contrário à Proposta de Emenda à Constituição que tornou o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em programa permanente.
A informação foi dada ao Broadcast Político, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo deputado Junior Bozella, que é presidente da legenda em São Paulo.
"Se o próprio Bolsonaro retaliou os bolsonaristas não é o PSL que vai passar a mão na cabeça. O partido nunca foi omisso com aqueles que depõem contra os interesses da nação", afirmou Bozella. O Fundeb é o principal mecanismo de financiamento da educação básica no país. A PEC foi aprovada na Câmara e agora precisa ser analisada pelo Senado.
Na quarta-feira (22/7), o presidente Jair Bolsonaro destituiu Bia Kicis da vice-liderança do governo no Congresso. A deputada é uma das mais ferrenhas apoiadoras de Bolsonaro e foi surpreendida com a dispensa. Além dela,. Todos são apoiadores de Bolsonaro, mas a legenda ainda não informou se o tratamento dado a Bia Kicis será estendido aos demais.
Ala radical
Como o Correio mostra nesta sexta-feira, a retirada da parlamentar da função foi mais um movimento do presidente para se afastar da ala radical do bolsonarismo nesta fase em que precisa ampliar sua base de sustentação. A intenção do governo é reorganizar a articulação no Congresso após a derrota na votação da PEC do Fundeb.
Na prática, a gota d'água para a saída de Bia Kicis ocorreu após ela ter passado recibo da derrota do Planalto na votação do Fundeb. O governo articulou uma manobra para "vender" a imagem de que havia saído vitorioso em plenário. Chegou mesmo a mudar de posição na última hora, quando percebeu que perderia. Mesmo assim, a então vice-líder do governo fez questão de manter o voto contra a proposta que prorrogou o Fundeb, escancarando o racha.
Bia Kicis disse, depois, que votou de acordo com sua consciência, como sempre fez o próprio Bolsonaro quando era deputado. Na avaliação de aliados bolsonaristas, o presidente tenta se distanciar de políticos que vivem em atrito com o Supremo Tribunal Federal (STF). Alvo de inquérito das fake news na Corte, Bia Kicis ficou magoada com Bolsonaro, que ainda busca um nome para substituí-la.
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