Correio Braziliense
postado em 26/07/2020 04:08
Morreu, ontem, aos 71 anos, o ex-deputado federal José Mentor, do PT de São Paulo. Um dos fundadores da legenda, ele estava internado há pouco mais de 10 dias, infectado pelo coronavírus. Abalado, o deputado estadual por São Paulo Antonio Mentor, irmão e também filiado ao PT, disse que a cerimônia de despedida contou apenas com os parentes próximos.
“Infelizmente esse grande companheiro nos deixa aos 71 anos de idade, nesta data, sendo certo que já faz muita falta por seu companheirismo e dedicação a luta pelo bem comum”, disse Antonio, em nota.
José Mentor era advogado e foi deputado constituinte. Durante a ditadura militar, ajudou a fundar o DCE-Livre da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a reconstruir a União Estadual dos Estudantes (UEE-SP) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Foi preso por participar do congresso de Ibiúna, em 1968, com outras lideranças estudantis.
O ex-deputado entrou para a vida política em 1977, pelo MDB. Em 1979, deixou a legenda e integrou o movimento que resultou na fundação do PT. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lamentou a morte de Mentor.
“Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento de um grande amigo. Infelizmente, ele foi mais uma vítima da covid-19. Mentor foi um grande advogado, referência nas discussões jurídicas em relação a diversas propostas legislativas”, postou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou. “É muito triste que se vá nesse momento no qual sequer podemos prestar nossas últimas homenagens”, publicou.
Ao Correio, o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), descreveu Mentor como um amigo e figura essencial para o partido. “Era um grande amigo, que eu gostava de ouvir pela experiência, capaz de ótimas análises de conjuntura política, da realidade. Era um elaborador, um homem dos bastidores, e muito competente. Deixa uma lacuna imensa”, afirmou.
Em 2017, Mentor foi citado no âmbito da Operação Lava-Jato por, supostamente, ter recebido R$ 380 mil do doleiro Alberto Youssef. Porém, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, arquivou a denúncia em 2018 por falta de provas.
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