Politica

Bolsonaro apoia CPMF, mas sem aumento de carga tributária

Correio Braziliense
postado em 03/08/2020 04:12
Bolsonaro passeou de moto por Brasília no domingo: sem máscara e conversa com jornalistas após um mês


O presidente Jair Bolsonaro confirmou ontem ter dado aval ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para testar a receptividade da criação de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). O chefe do Executivo disse que não haverá aumento da carga tributária e defendeu a substituição de um imposto pelo outro ou a redução ou a extinção de tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “O que eu falei com o Paulo Guedes, você fala CPMF, né, pode ser o imposto que você quiser, tem que ver por outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir a tabela do Imposto de Renda, o percentual, ou aumentar a isenção, ou desonerar a folha de pagamentos, se vai, também, acabar com o IPI”, explicou.

Caso a proposta sofra rejeição pela população, o presidente afirmou que não insistirá e “deixará como está”. Bolsonaro tem consciência de que a medida enfrentará resistência no Congresso. Sobre o envio da segunda fase da proposta do governo de reforma tributária, o mandatário afirmou que ainda não há previsão. “Ela só vai para o Congresso depois de assinatura minha. Não tem aumento de carga tributária, tem para substituir imposto. Se for aumentar, pessoal não aguenta mais pagar imposto, não”, declarou.

Esta foi a primeira vez em um mês em que o presidente conversou com jornalistas. Sem máscara, Bolsonaro aproveitou para dar um passeio de moto, ontem, em um comboio ao lado do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. A cena foi postada no Facebook. Bolsonaro passou pela orla do Lago Paranoá e, em seguida, parou em uma padaria e em uma farmácia, no Lago Norte, onde acenou e tirou fotos com apoiadores.

Na ocasião, ele também voltou a criticar as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores no enfrentamento à covid-19. Indiretamente, Bolsonaro disse que o mesmo governador que “quebrou seu estado” agora quer um auxílio emergencial, de R$ 600, permanente. Na opinião do presidente, a medida “arrebentaria a economia” do país e custaria R$ 50 bilhões mensais aos cofres públicos.

Banco do Brasil
Bolsonaro também sinalizou que o novo presidente do Banco do Brasil deverá ser o ex-presidente do HSBC Brasil André Brandão. Porém, a decisão só ocorrerá após reunião marcada para hoje, com Paulo Guedes. “A princípio, é ele”, disse. “Tenho total confiança no Guedes. A escolha é dele”, emendou.

Horas depois de voltar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro utilizou as redes sociais para criticar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro.  De acordo com ele, após a saída do ex-juiz da pasta, as operações realizadas pela Polícia Federal foram executadas “como por um passe de mágica”. O chefe do Executivo aponta, ainda, que o maior programa de combate na área foi realizado por ele próprio, “ao não lotear cargos estratégicos”, como as presidências de estatais. “A @policiafederal goza de total liberdade em sua missão. Qualquer operação, de combate à corrupção ou não, deve ser conduzida nos limites da lei, e assim tem sido feito em meu governo. Quanto às operações conduzidas por outro Poder, quem responde pelas mesmas não sou eu”, escreveu.


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