Profissoes em pauta

Abrir empresa é um sonho possível para você e para milhares de brasileiros

Dinamismo da economia e melhora da escolaridade são fatores que contribuem para o fortalecimento do empreendedorismo no país

postado em 13/09/2014 21:14

André Perotto, Eldon Clayton e Danilo Lima colocararamo DF na rota dos mochileiros

O Correio Braziliense de hoje traz um caderno especial sobre Empreendedorismo ; o terceiro do projeto Profissões em Pauta. O encarte mostra porque cada vez mais brasileiros estão montando um negócio próprio, e traz um passo a passo de como abrir uma empresa. Para completar, você vai conhecer a história de vários brasilienses que apostaram no empreendedorismo e se deram muito bem. De quebra, ainda faz um teste para checar o quão empreendedor você é.

A primeira reportagem do especial "Coragem para crescer" revela: abrir o próprio negócio está entre os três maiores desejos do brasileiro ; atrás apenas de ter a casa própria e viajar pelo país. Fazer carreira em uma empresa só aparece, nessa mesma lista, na oitava posição. É o que mostra pesquisa feita em 2013 pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Entusiasmados com a possibilidade de ser o próprio patrão, muitos brasileiros têm feito desse sonho uma realidade. Nos últimos sete anos, o número de micro e pequenas empresas inscritas no Supersimples ; sistema de tributação diferenciado para esse segmento ; passou de 2,6 milhões (2007) para 9 milhões (2014), um crescimento de 246%. E esse cenário tende a se ampliar.

Especialistas creditam esse sucesso a três fatores: aumento do mercado consumidor (com a chegada da nova classe média) e do poder aquisitivo da população; maior escolaridade do brasileiro e a evolução da legislação para pequenos negócios.

Olhar para criar

De acordo com o Sebrae, de cada dez negócios criados, sete nasceram da observação e da percepção dos empresários, que identificaram um espaço para inovar e crescer. Isso significa que as empresas estão sendo abertas por oportunidade e não mais por necessidade.

;O dinamismo da economia nos últimos dez anos, com o aquecimento do mercado de trabalho e a melhora do grau de escolaridade dos brasileiros, passou a promover o empreendedorismo como uma alternativa de ocupação e renda em todas as regiões do país. A maior demanda por produtos e serviços repercute em oportunidades de negócios em um mercado exigente e competitivo;, analisa o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos.

Padrão internacional

A paixão por Brasília motivou cinco amigos de infância ; que se conheceram aqui, na cidade ; a abrirem um hostel (albergue) de padrão internacional na Asa Norte. Acostumados a viajar pelo exterior, eles trouxeram na bagagem toda a experiência acumulada nesses trajetos e o desejo de mostrar a capital brasileira de forma diferente aos estrangeiros.

"Sempre pensamos que nossa cidade não tinha um hostel de padrão internacional que pudesse atrair viajantes. Em nossas viagens, sempre ficávamos em albergues e reparávamos em cada detalhe. Nossa empresa é fruto dessa experiência e do desejo de colocar Brasília na rota internacional de mochileiros", destaca André Perotto, 29 anos, um dos sócios. Também fazem parte da empreitada os historiadores Alfredo Moreira, 30 anos, e Aurélio Araújo, 31; o biólogo Eldon Clayton, 33, e o designer Danilo Lima, 30.

O projeto para abertura do hostel ficou cinco anos no papel. Para conseguir o capital para investimento inicial, os sócios venderam um apartamento que tinham comprado em Goiânia e usaram todos os recursos guardados em anos anteriores. Transformar o sonho em realidade não foi simples, mas, em maio 2013, eles alcançaram o padrão e a qualidade que tanto esperavam e ingressaram no mercado de hotelaria.

Atendimento personalizado

Para criar um clima descontraído e fazer o hóspede esquecer que está fora de casa, eles apostam em um atendimento diferenciado. "Não é aquele tratamento formal e robótico comumente encontrado em hotéis", define Perotto.

Dentro do conceito criado pelos empresários, o hostel dispõe de uma estrutura física pensada para melhor interação e conforto dos clientes. O intuito do local é atrair viajantes e pessoas dispostas a fazerem novos amigos e a conhecer uma Brasília que vai muito além do Eixo Monumental. "Tentamos mostrar ao visitante uma nova capital, a partir do ponto de vista de quem respira essa cidade. Somos amantes dessa capital e sabemos o que ela pode oferecer", diz o empresário.

A experiência dos cinco sócios deu tão certo que eles já fazem parte da primeira rede de hostels do Centro-Oeste, com uma unidade em Brasília e outra em Goiânia ; aberta há 5 meses. Eles já têm novos planos em mente e querem, dentro de alguns anos, ampliar a rede para outras cidades.

Números

Somente em 2013, 839 mil empregos foram criados pelas pequenas empresas. Médias e grandes empresas, no mesmo período, registraram 126 mil postos. Além disso, as micro e pequenas empresas representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O valor dessa participação quadruplicou em dez anos, saltando de R$ 144 bilhões em 2001 para R$ 599 bilhões em 2011.

Confira a íntegra o caderno especial sobre empreendedorismo na edição de hoje do Correio Braziliense.

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