Profissoes em pauta

Empresa de bolos caseiros foi aberta na raça e na coragem

"As pessoas não conheciam, não tinham a cultura de comprar bolo caseiro. A maioria dizia que não ia dar certo", lembra o empresário

postado em 14/09/2014 06:00

Flávio Cavalcante, empresário:

Natural da Paraíba, Flávio Cavalcante, 34 anos, resolveu vir para Brasília e apostar em um ramo novo com a abertura de casas de bolos caseiros. O início da empreitada não foi fácil. Por três meses, ele seguiu uma rotina: fazia os bolos em casa e vendia em feiras em Sobradinho. "No fim do dia, conseguia comercializar de 10 a 20 bolos", conta.

Com a abertura da primeira loja, também em Sobradinho, em 2007, as vendas começaram a crescer, mas ainda era pouco para quem queria se firmar no mercado. "As pessoas não conheciam, não tinham a cultura de comprar bolo caseiro. A maioria dizia que não ia dar certo", lembra o empresário.

Apesar da incerteza e da falta de apoio, Flávio não desistiu. Ao contrário, investiu na propaganda boca a boca e em um trabalho estruturado e de qualidade. No final do primeiro ano de vida da loja, as vendas já tinham chegado a 150 bolos por dia. E a ideia foi se espalhando. "Aos poucos, fui abrindo outras lojas. Sempre bem devagar, com calma, para manter o foco na qualidade", destaca o empresário.

Hoje, Flávio já conta com 12 lojas. Seu diferencial é ter sempre bolos caseiros, feitos no dia, e que podem ser vendidos inteiros ou pela metade. As lojas trabalham com mais de 20 sabores diferentes. "Meu irmão e minha mãe administram duas lojas, mas as decisões sobre a marca e as demais unidades estão sob minha responsabilidade", afirma.

Na cozinha

Apesar das atribuições administrativas, Flávio afirma que ainda encontra tempo para se dedicar à produção. "Tem um bolo que só eu faço. A receita, que leva leite de condensado e coco, é minha e eu entro na cozinha todos os dias para dar conta de atender os clientes", diz. Da loja em Águas Claras, onde ele mantém um escritório e põe a mão na massa, saem as 200 unidades diárias do bolo do Flávio ; receita que ele mantém guardada a sete chaves.

Atualmente, as 12 lojas vendem, por dia, 3 mil bolos. Aos sábados, esse número aumenta e chega a 4,5 mil unidades. O sucesso da marca, ele atribui à qualidade do produto. E destaca: fazer bolo não é para qualquer um. "Cada pessoa tem um dom. É preciso gostar daquilo que se faz. O bolo é um produto delicado, artesanal. Se você se preocupa em fazer algo bom e deixa o cliente satisfeito, tem venda até o fim da vida", completa.

O empresário já tem novos planos em mente e quer, até o fim deste ano, abrir uma grande loja na Asa Sul. A quadra escolhida para o novo negócio ainda é um segredo, típico de quem guarda as boas surpresas até o final. "Vai ser uma loja bonita, bem estruturada, do jeito que o Plano Piloto merece", adianta.

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