São Braz do Piauí (PI) ; É com lágrimas nos olhos que Maria das Mercedes, 48 anos, despede-se do marido, Alaor Soares dos Santos, 50. Ele está de malas prontas para viajar para Araras (SP), onde vai trabalhar na construção civil, deixando a mulher, as duas filhas, Nicole, 20, e Juliana, 24, e a neta Wikiaila, de 1 ano e seis meses, para trás. O comércio do casal, um minimercado no povoado de Tanque Velho, a 16 quilômetros do centro de São Braz do Piauí, faliu em 2011, e só restaram dívidas a serem pagas.
A pequena cidade, que ostentava o incômodo título de município mais pobre do Brasil em 1994, quando o Real foi lançado, não oferece oportunidades para a população de 4,3 mil habitantes. Todas as quartas e as sexta-feiras, seis ônibus estacionam na praça central e levam dezenas de moradores locais a São Paulo, em busca de emprego. É um movimento contrário ao que se vê na maior parte do Nordeste do país. Ao registrar forte crescimento nos últimos anos e ampliar as oportunidades de trabalho, a região passou a atrair os cidadãos que haviam migrado para o Sudeste do país fugindo da fome.
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;Em São Braz, ou você é servidor público ou está perdido. Nem mesmo agricultor dá para ser, pois a terra não está dando nada por causa da seca. Quem se aventurou pelo comércio, como eu, afundou, porque as pessoas vão para São Raimundo Nonato, que fica a 40km de distância, pegar dinheiro no banco e, por lá mesmo, fazem as compras;, lamenta Alaor.
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