Quando uma foto de editorial de moda sai no jornal, tudo parece simples. "Só precisa de uma bela roupa, dois modelos e um fotógrafo", alguns podem pensar. Mas por trás de uma foto bonita, muito trabalho está envolvido. É claro que a equipe de moda da Revista está acostumada com a correria do processo, pois toda semana fazemos as páginas da seção.
A edição de aniversário de cinco anos da publicação, entretanto, era especial. Um editorial diferente precisava ser produzido. Como estamos no mês das noivas, vestidos brancos e ternos nos pareceu um assunto especial o suficiente para a ocasião.
Levamos cerca de uma semana para definir um conceito. O veredicto final: fugir do usual. Seis casais, três locações, três vestidos, três ternos. A ideia era trazer de volta a juventude para os casamentos.
Nesse período, a equipe: editora, repórter, produtora e os fotógrafos trocaram ideias, referências e conceitos para, finalmente, decidir o que seria feito. Ficou definido que os ambientes onde fotografaríamos não deveriam remeter a matrimônio, mas a lugares que pudessem dar um pouco mais de personalidade aos noivos.
Uma semana foi preciso para decidir locações, vestidos e modelos que deveriam aparecer no editorial. Todos precisavam estar na mesma sintonia. Foram necessários exatamente oito dias úteis para organizar e tirar as fotos. Em um dia definimos os conceitos e pegamos as referências.Durante as 48 horas seguintes pedimos peças emprestadas para as marcas e autorização para retirá-las da loja. Além disso, escolhemos os modelos, batemos o martelo sobre os penteados e decidimos os possíveis locais de locação.
Passamos um dia fazendo a prova de roupa nos rapazes e mais outro para ajustar os vestidos nas moças. No meio tempo, escolhemos acessórios e passamos de loja em loja para pegar as peças. Nesse editorial, fomos em 16 estabelecimentos diferentes. Retiramos de cada um cerca de 15 peças para ter várias opções na hora de montarmos os visuais.
No dia das fotos, mandamos os modelos para os salões. Lá, discutimos opções de penteados. Maquiadores e cabelereiros, junto com a produtora, olham os vestidos e acessórios de cabelo para coordenar tudo. Todos se maquiam, inclusive os rapazes. Mas eles só tiram a oleosidade do rosto e escondem imperfeições na pele. Normalmente, fotografamos tudo em um dia. Mas nesse caso, fizemos em três dias. Foram três fotógrafos que contaram com a ajuda do iluminador, da produtora e de um repórter.
Como as roupas e os acessórios são emprestados para a Revista, todo cuidado é pouco. Os vestidos custam em média R$ 10 mil e os ternos, R$ 3 mil. Para não sujá-los, forramos com plásticos as caudas dos vestidos mais longos e só deixamos encostar no chão na hora da foto. Os sapatos também precisam ser protegidos com EVA e fita crepe para serem devolvidos sem defeito.
Ficou curioso para ver as fotos? Veja na edição impressa da Revista do Correio