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Uma questão de fé

Acompanhamos o trabalho de João de Deus, considerado o maior médium em atuação no país. Na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, ele atende milhares de pessoas, de anônimos a celebridades

postado em 23/05/2010 09:00

Manhã fria e seca numa quinta-feira de maio em Abadiânia. Às 7h, pessoas vestidas de branco chegam de todas as direções, nas ruas do pequeno município goiano, distante 115km de Brasília. A norte-americana Denise Cooper, 51 anos, é uma delas. Cabelo louro preso, echarpe azul e fone de ouvido. Ela pedala em direção à Casa Dom Inácio, onde trabalha há pouco mais de um ano como enfermeira do hospital espiritual.

Pintada de azul e branco, a casa é um ambiente de silêncio e sensação de bem-estar. Nos dias de atendimento ; quarta, quinta e sexta-feira ; o público pode variar de 400 a 6 mil, máximo registrado no mês de junho, mês de aniversário do médium João de Deus. Mesmo movimentado, há calma. Mais e mais pessoas encaminham-se para a livraria para retirar a senha. Os atendimentos começarão daqui a uma hora.

Ali, estão novatos que vão à Casa pela primeira vez , e outros que frequentam o local há mais de 10 anos. Todos buscam a paz espiritual e a cura para diversos males por intermédio de João Teixeira de Faria, o João de Deus. Quando a enfermeira Denise chegou, não caminhava, nem falava direito. O diagnóstico era esclerose múltipla. ;Tudo é possível e as mudanças podem ser drásticas como foi comigo;, conta. Em 10 dias, segundo relata, voltou a andar, trabalhar, dançar.

Casos como o de Denise são comuns. Muitos falam espontaneamente de suas experiências para aqueles que acabaram de chegar. Mesmo sendo respeitado como médium, João de Deus já foi chamado de charlatão e bruxo. Foi processado por operações realizadas como a entidade Dr. Fritz, perseguido e discriminado. O que se constata, no entanto, são resultados positivos do trabalho do médium.

Curas que impressionam um sem número de médicos, juízes, políticos e pessoas influentes que também frequentam a Casa. ;Pode até ser possível enganar as pessoas por um ou dois anos, mas por mais de 40 anos?;, questiona Hamilton Pereira, 60 anos, braço direito de João na administração do espaço.

Como um templo ecumênico, por abraçar diferentes crenças, a Casa de Dom Inácio recebe milhões de brasileiros e estrangeiros. A Revista foi até lá. Visitamos o espaço, observamos a intensa movimentação e conversamos com frequentadores. O que vimos e escutamos está descrito em detalhes nas próximas páginas. Também conseguimos chegar mais perto de João de Deus e numa entrevista exclusiva, ele nos contou um pouco de sua história, do preconceito de muitas pessoas e de sua relação com Chico Xavier, que em 2010 faria 100 anos.

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