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Cuidado com o boletim

Veja as dicas de especialistas para tirar seu filho do caminho das notas vermelhas

postado em 28/05/2010 11:37

Ao fim de cada semestre letivo, a história se repete. Enquanto alguns alunos estão planejando o que vão fazer nas férias, outros estão preocupados em resolver o problema das notas vermelhas no boletim. Mas nem sempre o mau desempenho está associado à falta de interesse. No caso de Pedro Henrique Maia de Oliveira, 13 anos, o problema era a proximidade com os colegas de classe. ;Eu era muito bagunceiro e conversava muito;, admite o estudante. O resultado de tanta interatividade foi notas baixas e dificuldade de concentração em sala de aula. Assim como Pedro, muitos estudantes também não conseguem atingir os objetivos da escola ; e não são os únicos que ficam frustrados por isso.

Preocupados, os pais procuram cada vez mais ajuda profissional para livrar seus filhos da recuperação.A dificuldade em matemática foi o estopim que levou Pedro à aula de recuperação. Durante a tarde, o estudante revisava e tirava dúvidas da matéria vista pela manhã. O problema é que, para frequentar as lições extraclasse, Pedro precisou abrir mão de algumas horas de lazer. ;O tempo que eu passava estudando poderia estar fazendo hipismo;, lamenta. Mas o sacrifício valeu a pena: após dois anos de aulas de reforço e tutoria, as notas mudaram ; assim como o comportamento do adolescente, que ficou mais responsável e organizado. ;Aprendi a fazer uma agenda com tudo o que eu tenho que fazer no dia seguinte;, diz, orgulhoso.

Quem também ficou satisfeita foi Simone Maia, 39, mãe do estudante. Mesmo acompanhando de perto a vida escolar do filhote, a consultora de empresas percebeu que seria difícil dominar todo o conteúdo exigido pela escola para, depois, repassá-lo. Ela conta que o programa de tutoria cursado por Pedro o ensinou a se tornar mais organizado e focado em seus objetivos. ;Ele se conscientizou de que é responsável por si próprio;, defende. De brinde, a família ganhou mais tempo para ficar junta.

Para os pequenos, a fase em que a única professora da sala é substituída por vários educadores também é um período que pede atenção especial. ;Foi muito difícil ter professores novos, mexeu muito comigo;, desabafa João Pedro de Oliveira, 11. Estudante do sexto ano do Ensino Fundamental, João agora lida com 10 professores. A aula de reforço veio como um empurrão para que o estudante se adaptasse melhor à nova rotina. João garante que suas dificuldades não são fruto do caráter introspectivo. ;Só pergunto quando tenho muita vontade de perguntar, mas não é timidez;, explica. ;Às vezes, entendo a matéria, mas tenho dificuldade em fixar o conteúdo.;
O que os pais podem fazer para ajudar? Para a professora Adriana de Medeiros Oliveira, o segredo é estar presente. ;Os pais precisam saber o que está acontecendo na escola e nas aulas em casa;, enfatiza. Além de uma boa conversa para explicar o porquê das mudanças, pais de alunos em fase de transição, como João Pedro, precisam de paciência e didática, uma vez que o conteúdo das disciplinas passará a ser cobrado de forma diferenciada. Ela explica que a dificuldade em interpretar textos é a raiz dos problemas da maioria dos estudantes que procuram aulas de reforço. ;Até o nono ano, as matérias de história, geografia e ciências se assemelham muito ao português no que diz respeito à interpretação.; Em casa, Adriana dá a dica: incentivar os filhos a formular respostas e a pensar sobre os enunciados por contra própria.

SEGUEM ALGUMAS DICAS


Para os pais
O boletim do seu filho está na berlinda e você quer saber como ajudá-lo? Veja algumas dicas de como garantir as férias ; e as boas notas ; do seu aluno preferido

; Poder contar com o auxílio de uma pessoa mais experiente para fazer as tarefas é importante para a criança, uma vez que essa pessoa pode servir como modelo para que ela aprenda coisas que ainda não consegue fazer sozinha. Ensinar a fazer pesquisas na internet ou como encontrar palavras no dicionário, por exemplo, são boas maneiras de orientar sem que seja preciso fazer o trabalho pela criança.
; Organização é fundamental. Reservar um cômodo próprio para que a criança e os outros membros da família realizarem tarefas intelectuais ; como deveres escolares, leitura de jornais ou livros e escrita de cartas ou documentos ; ajuda a criança a se sentir incluída na família. ;Ela se sente apoiada por todos e não fica chateada por só ela ter que fazer tarefa, quando as outras pessoas estão assistindo televisão, ouvindo música ou brincando;, explica a psicóloga Lúcia Helena Pulino.
; Deixe lacunas na agenda dos pequenos. Muitas atividades impedem que as crianças se dediquem adequadamente à escola, que deve ser prioridade. Ensine-as a dividir o tempo entre escola, aulas de reforço (quando necessárias) e lazer. ;É bom deixar um tempo livre para que ela não faça absolutamente nada;, diz Luciana Félix, franqueada de uma empresa de reforço escolar multidisciplinar e aulas particulares.
; Observe a rotina de seu filho. Ele está dormindo muito tarde e acordando cedo? Ele tem horários certos para se alimentar? Se não, determine horários para cada uma das atividades.
; Se as reclamações sobre a escola e o professor forem frequentes, procure os coordenadores pedagógicos da escola para saber o que está acontecendo. Pergunte sobre o comportamento de seu filho em sala de aula e como é a interação com os coleguinhas. A criança pode estar sofrendo bullying.
; Avise aos professores da escola como é o temperamento do seu filho. Crianças tímidas podem ser taxadas de pouco participativas ou desinteressadas, por exemplo. O tempo que os professores demorarão para aprender a lidar com as características de cada aluno por conta própria pode significar mais dificuldades de adaptação para a criança ; e, consequentemente, demorará mais tempo para ela alcançar as notas exigidas pela escola.
; Nas séries iniciais, nas quais há apenas um professor para cada turma, as crianças tendem a criar laços afetivos com os mentores. Quando cada disciplina passa a ser dada por um professor diferente, a tendência é que os alunos tenham dificuldades de adaptação. Por isso, é importante que os pais acompanhem de perto, supervisionando as tarefas e conversando sobre as mudanças. ;Para as crianças mais emotivas, a fase é ainda mais difícil;, diz a pedagoga Christiane Fernandes Diniz. ;Os pais ajudam estando presente todos os dias.;

Fontes: Christiane Fernandes Diniz, pedagoga; Luciana Félix e Márcio de Albuquerque Marçolla, franqueados de uma empresa de reforço escolar; Eika Lobo Junqueira, psicóloga e psicoterapeuta; Lúcia Helena Pulino, psicóloga


Para os filhos
Estudar é uma prática que se aprende com o passar do tempo. Porém, com algumas dicas, é possível aprender e absorver melhor os conteúdos ensinados na escola.

; A criança ou adolescente não deve comer muito antes de estudar. Além de ficar com sono, seu nível de concentração estará baixíssimo.
; Quanto mais tranquilo o local, melhor. Se ele convive com muito barulho em casa, mude o horário de estudo.
; Locais muito confortáveis, como camas e sofás, são um convite a outros prazeres que não o estudo.
; Quanto mais deitado, mais ele vai dormir e menos estudar. A postura ideal é sentado, de modo a não prejudicar coluna. O livro deve ficar em um ângulo de 30 ou 45 graus da mesa, a fim de não forçar seu pescoço.
; Ao sentar para estudar, ele deve estar com tudo o que vai necessitar. Assim como deve ter em mãos o material útil, o material inútil deve estar longe. Uma mesa desorganizada prejudica a organização do cérebro e a concentração.
; Descubra em qual horário a criança rende mais de manhã, à tarde ou à noite. O número de horas deve ser estabelecido dentro de suas possibilidades: o máximo possível, respeitando a higiene mental.
; A realização de intervalos é uma forma de manter sadio o ambiente interno. Os intervalos são importantes porque recuperam a capacidade de assimilar os conhecimentos.
; Ele deve estudar primeiramente as matérias que tem maior dificuldade e no horário mais produtivo, aquele em que está mais descansado ou pode se concentrar melhor.
; Fazer exercícios. Elaborar questionários. Treinar. Executar. Tudo isso faz parte de uma boa estratégia de estudo. Quer outras? Resumos, esquemas, gráficos, fluxogramas e anotações em árvore.
; Fazer resumos e usar cores para diferenciar as informações mais importantes.
; Organizar-se para, periodicamente, ao estudar a matéria, reler os resumos que tiver prepadado. Uma boa ocasião é fazê-lo cada vez que for começar a estudar a matéria.
; Os processos mneumônicos podem ser uma boa opção para decorar fórmulas. Eles consistem na formulação de frases, palavras ou relações com as letras do dado a ser memorizado. Por exemplo: a fórmula N = m.x vira a frase ;Não mexe;.

Fonte: Website Filhos Web (filhosweb.com.br)

Agradecimentos: Filhos Educação e Aulas; Tutores ; Reforço Escolar Multidisciplinar

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