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O que fazer com eles nas férias

Levando na viagem ou deixando em hotéis, vários cuidados e providência precisam ser tomados

postado em 02/07/2010 21:12
Ele vai junto

De avião
As viagens de avião são as que exigem mais planejamento. A primeira coisa é se informar com a companhia aérea sobre os procedimentos internos a serem adotados. Algumas permitem que animais pequenos, que não ultrapassem um determinado peso, viagem com o dono, debaixo da poltrona. Em outros casos, é cobrada uma taxa correspondente ao peso do animal e ele vai alojado num compartimento especial na aeronave. Como a maioria das companhias permitem número limitado de animais nos voos, informe a empresa com antecedência que pretende levar um animal com você.

Via de regra, gatos e cachorros devem viajar num contêiner próprio para o transporte de animais. Não existem regras quanto ao tamanho, mas, de acordo com João Paulo Alarcão, o ideal é que o animal consiga ficar em pé e dar uma volta completa em torno de si mesmo. ;Não pode ser tão pequena que ele não consiga se mexer nem muito grande que ele possa ficar muito agitado;, explica o veterinário.

Com relação aos sedativos, que algumas companhias aéreas até recomendam, melhor deixar para lá. ;Pode ser perigoso sem um veterinário por perto acompanhando a reação do animal ao medicamento. Se ele passar mal dentro do avião a empresa não se responsabiliza. Numa viagem curta, ele vai tranquilo sem sedação;, salienta o veterinário Fábio Langsch. Cuidar da alimentação também é importante. ;Para uma viagem de até quatro horas de duração eu recomendo um jejum de três ou quatro horas antes. Isso evita que o animal fique nauseado.;

Para as viagens dentro do Brasil, é preciso apresentar no check-in um atestado da saúde do animal, emitido por um médico veterinário até 10 dias antes da viagem, e a carteirinha de vacinação comprovando que ele foi imunizado contra a raiva. Já para as viagens internacionais, o proprietário precisa do Certificado Zoossanitário Internacional. O documento pode ser obtido no próprio aeroporto junto ao Serviço de Vigilância Agropecuária (SVA) até 10 dias antes da viagem para gatos, e cinco para cães. Além disso, cada país tem exigências específicas para receber animais. No caso do Japão e de países da União Europeia, por exemplo, é obrigatória a instalação de um microchip no animal contendo dados pessoais e da saúde do animal. No site do Ministério da Agricultura, é possível se informar sobre as especificidades de cada região.

De ônibus
As regras para o transporte de animais em ônibus intermunicipais e interestaduais ficam a critério de cada empresa. Algumas só permitem que o animal viaje no bagageiro, mas autorizam a abertura do compartimento nas paradas para verificar o estado do bichinho. Outras autorizam que os animais pequenos viajem debaixo da poltrona desde que todos os passageiros concordem com a presença do animal, com a exceção dos cães-guias, que não enfrentam nenhum tipo de restrição. Também é necessário atestado de saúde e comprovação de imunização contra raiva.

De carro
Leve todos os documentos exigidos para as outras viagens, pois em caso de blitz o animal pode ficar retido até que se comprove a saúde e a vacinação contra raiva. Para garantir o bem-estar dele no caminho, mantenha a rotina de refeições, água e passeios nos mesmos horários. ;Se ele come duas vezes ao dia, dê a ração nos horários de costume. E no caso de a viagem ser um pouco mais longa, é bom fazer paradas para que o animal faça as necessidades fisiológicas;, alerta Fábio Langsch.
Se o seu bichinho tem histórico de náuseas em viagens de carro, converse com o veterinário sobre a necessidade do uso de alguma medicação. ;Se for a primeira viagem, o ideal é não dar nenhum tipo de remédio e observar o comportamento;, ensina o veterinário.

Ele fica

Fred costuma ficar em hotéis quando sua dona viaja. Já teve experiências desagradáveis, mas agora achou sua hospedagem idealNo hotel
Existem na cidade diversas opções de hotéis especializados em cuidar de cães e gatos. As diárias podem variar de R$ 10 a R$ 40, a depender do tamanho do animal e da alimentação, que pode ser levada pelo dono ou fornecida pelo estabelecimento. Na hora de escolher a acomodação do bicho, os veterinários recomendam alguns cuidados. É importante olhar as condições de higiene do lugar, o tamanho do compartimento em que eles ficam alojados, quantos passeios por dia e se há um local ao ar livre em que os animais possam ficar quando não estão presos. Oriente os cuidadores sobre os horários das refeições e a quantidade de comida a que o animal está acostumado.

Além disso, o ideal é que você leve a ração dele e alguns pertences que vão amenizar a saudade de casa, como a cama, o cobertor ou os brinquedos preferidos. É isso o que vai na mala de Fred, um simpático cocker de 14 anos, quando a ;mãe;, a administradora Ângela Hreisemnou, precisa viajar e deixá-lo num hotel. Como isso ocorre com frequência ; às vezes, até três vezes por mês ; Fred já está mais do que habituado. ;A gente aprendeu a entender o que ele diz. Quando um hotelzinho é ruim, ele mesmo denuncia na volta para casa. Chora, fica cabisbaixo, carente;, diz a mãe-coruja.

Como Fred já passou por experiências traumatizantes com estabelecimentos ruins, Ângela aprendeu a se cercar de cuidados. ;Já descobri que ele ficou trancado três dias numa gaiola no subsolo e uma vez ele precisou fazer tratamento para as cordas vocais de tanto chorar;, conta.

Por sorte, Fred encontrou sua hospedagem ideal, num hotel com área aberta e direito à programação com brincadeiras durante o dia. Quase uma colônia de férias.

Geralmente, os hotéis exigem que o bicho esteja com as vacinas em dia e prevenido contra carrapatos, já que vai estar em constante contato com outros animais. Por isso, antes de hospedá-lo, leve-o ao veterinário e explique a situação. A atenção deve ser redobrada no momento de buscá-lo. ;É bom olhar se o animal está machucado, se tem pulga ou carrapato e se está abatido, com sinais de alguma doença;, orienta o médico veterinário João Paulo Alarcão. ;Todo estabelecimento assim deve ter um veterinário responsável, ele tem obrigação de cuidar bem do animal;, completa.

Em casa
Deixar o animal em casa, além de sair mais barato, por ser uma solução mais confortável, explica Alarcão. ;Em casa, ele estranha menos o ambiente, fica mais calmo, é melhor até do que deixar num hotelzinho;, diz. No entanto, confie os cuidados a pessoas de confiança, de preferência com as quais o animal também já seja familiarizado. Isso porque os horários de alimentação e mesmo de passeio devem ser mantidos. Além disso, o fato de os donos serem substituídos por um rosto familiar ameniza o risco de depressão, maior em gatos.

O veterinário Fábio Lagsch alerta que essa confiança é importante principalmente para os felinos, que são mais sensíveis. ;Alguns só comem o que recebem de pessoas nas quais eles confiam. Dependendo de quantos dias ele fica sem comer, começa a digerir os próprios órgãos e morre. E isso pode acontecer em hotéis também;, alerta.

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