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O espetáculo da moda nas passarelas do São Paulo Fashion Week

Enviada Especial, Flávia Duarte
postado em 29/01/2011 19:04

Desinformado quem pensa que moda se resume a consumo fútil. A produção de uma peça de roupa e a apresentação dela ao público é tarefa que exige criatividade, dedicação e muito talento. Desenvolver uma coleção é criar uma obra de arte. E arte foi o que mais se viu no segundo dia de desfiles do São Paulo Fashion Week.

A abertura do dia com Reinaldo Lourenço provou que as roupas podem virar verdadeiras joias nas mãos certas. O estilista inspirou-se na alta costura e nas festas prives dos anos 30 para o inverno 2011. Cintura alongada, estolas, saias compridas ou que chegavam, no máximo, na altura das canelas deram tom de glamour e sofisticação ao desfile.

A alfaiataria desconstruída, as camisetas que viraram vestidos, o smoking que se transformou em colete. Tudo para provar que não é qualquer um que sabe fazer moda. Ponto alto do desfile foram as peças bordadas em pérolas. Tudo branco, tudo preto ou branco bordado de preto e vice-versa. Um luxo só.

Outro espetáculo foi a moda da Ellus. Nas araras, a moda comercial típica da marca. Jeans escuros, muito, mas muito, justos, minis e paetês. Para os homens, casacos com capuz e estampas xadrez. Até aí, nada de surpreendente. A inovação ficou por conta da tecnologia, que levou ao público um desfile virtual.

Nada de passarelas. A Ellus preferiu exibir sua coleção em um filme 3D. Diferente do que acontece no palco, parecia cena de filme futurista. Os espectadores puderam ver, com ajuda de óculos especiais, ;de perto; os detalhes das roupas, o efeito fluido dos tecidos e até o novo jeans da grife que brilha no escuro.

Para fechar o dia de moda show, a Neon desfilou sua irreverência e criatividade. Trilha sonora sensual, romântica e até clichê. Mulheres com pose sexy, boca vermelha ou lábioscoloridos de preto. As roupas reforçavam o fetiche: vermelhas, justas, em tecidos finos.

Um longo colado ao corpo foi coberto por beijos de cor preta; o tomara que caia fez do colo feminino um coração. A peças da Neon não apenas insuavam. Escrachavam. Desenhos de seios e da genitália feminina estamparam os vestidos tons de pele. No lugar do top, mãos foram pintadas como se segurassem os seios da modelo. Outras mãoes foram coloridas em locais estratégicos no vestido de tricô preto. Tudo para dar a ideia de um amasso pra lá de quente. Gente que não quer apenas vender roupas, mas fazer show.

A repórter viajou a convite do evento.


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