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Cenário conflituoso

As guerras amendrontam a humanidade desde tempos imemoriais. E nada indica que sairão do horizonte

postado em 01/04/2011 17:17
As guerras amendrontam a humanidade desde tempos imemoriais. E nada indica que sairão do horizonte
As guerras amendrontam a humanidade desde tempos imemoriais. E nada indica que sairão do horizonteA ;psicologia; do planeta é constantemente minada por conflitos armados. Eles são a ;sombra; da sociedade internacional, provocadora de danos materiais irreparáveis e gatilho de medos latentes. ;Guerra e terrorismo são os principais problemas da agenda internacional porque afetam diretamente a população civil;, define Samuel Feldberg, professor de relacões internacionais das Faculdades Rio Branco e pesquisador do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da USP.

Mesmo quando as relações entre Estados são indiretas, os efeitos da violência se fazem sentir de forma subjetiva. ;O tema da Líbia, por exemplo, por mais distante que pareça, afeta os brasileiros. Todos acompanhamos os desdobramentos pela mídia;, lembra o acadêmico. Se puxarmos pela linha, a eventual deposição do ditador Muamar Kadafi, tem consequências até para o comércio petrolífero nacional. O fato de que a ofensiva dos aliados ter sido oficializada durante a visita do presidente estadunidense Barack Obama ao país também é emblemático.

Para Feldberg, é importante levar em conta a definição que se dá aos vários episódios. É bem mais do que um problema de nomenclatura ; estamos falando de como as grandes potências coordenam seus esforços. Bombardeiros são decididos assim. ;Tudo o que tem acontecido depende diretamente de classificação, com consequências na capacidade de os atores encerrarem os conflitos. Isso vale também para terrorismo e genocídio;, observa.

O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Rodrigo Fracalossi de Moraes prefere trabalhar com duas projeções no caso de conflitos internos, como os recém-eclodidos no Oriente Médio. ;No longo prazo, as possibilidades de solução passam pela construção de Estados fortes, mas que, ao mesmo tempo, sejam democráticos;, acredita. ;No curto prazo, temos a intervenção internacional realizada por meio da ONU ou de organizações regionais de segurança ; como Otan, Battlegroups da União Europeia e União Africana ;, com preferência para estas últimas quando isto for possível.;

Também aqui não cabe ingenuidade. Diz-se que a sociedade internacional é anárquica e não admite vácuo de poder. Um mundo sem batalhas pertence ainda a um horizonte utópico. ;Acredito que a integração entre Estados é um fator que desincentiva a guerra. Isso requer uma dimensão política, na qual haja transparência quanto aos temas militares e onde os Estados possam discutir e solucionar suas divergências políticas e os problemas de segurança que lhes são comuns;, especula Moraes, lembrando que tratados são fáceis de serem rompidos.

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>> Leia a íntegra desta matéria na edição 307 da Revista do Correio.

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