Vestir-se com roupas e sapatos da mãe é uma fase pela qual muitas meninas passam. No entanto, a norte-americana Tavi Gevinson tinha apenas 11 anos quando despontou no cenário fashion como uma precoce ;autoridade; no métier não por usar as roupas da mãe, mas por ousar combinações extravagantes ; e, por vezes, engraçadas ; de peças e acessórios. Tudo devidamente registrado no blog Style Rookie. Os comentários e o estilo da menina que, no dia 21, completou 14 anos chamaram a atenção de designers de peso, como Marc Jacobs e Viviane Westwood, que a colocaram na primeira fila das semanas de moda. Talvez Tavi desconheça, mas foi ela quem deu um empurrãozinho para que outras meninas fossem requisitadas para dizer o que acham interessante nas passarelas.
Na semana passada, foi a vez de um brasiliense com nome de princesa, Maria Thedora Zaccara Sabino e Cavalcanti de Albuquerque, 13 anos, ocupar um assento na primeira fila de um desfile. Teddy, como prefere ser chamada, foi convidada para escrever sobre o Capital Fashion Week, mais importante evento de moda do Centro-Oeste. Quando recebeu a notícia dos organizadores por telefone, ela respondeu aos gritos de felicidade. A surpresa não era para menos. Teddy alimenta uma página na internet sobre moda ; o Enteddyada.com ; há menos de dois anos e já comemora a marca de 40 mil acessos.
Durante os três dias de evento, a brasiliense assistiu a desfiles, tuitou, fotografou, escreveu e circulou pelo hall do Teatro Nacional Claudio Santoro, deslumbrada com a carreira que pretende seguir: jornalista de moda. Mais para lolita do que para criança excêntrica como Tavi, a brasiliense sabe se vestir e ainda exibe, no blog, amostras de um closet que deixa qualquer veterana de queixo caído. São pares de Louboitin, bolsas Louis Vuitton, Miu Miu, Chanel e roupas separadas por categorias. Saias, vestidos de festa, trench coats e camisetas sociais que dividem espaço com chapéus, cintos e lenços comprados com o cartão de crédito dos pais ou presenteados por eles e por amigos. ;Desde que tinha pouco mais de quatro anos, já pedia roupas ou joias. É algo dela;, recorda a mãe.
Vaidade à parte, Maria Theodora não relegou ao ostracismo os queridos bichos de pelúcia. De todos os tamanhos e espécies, eles se espalham pelo quarto, acomodados confortavelmente ; todos trajados de vestidos ou jaquetas que respondem pelo mesmo desejo de consumo de seres animados e humanos. Mas o blog é, no presente, seu ;brinquedo; favorito. Espaço onde ela dá vazão ao fascínio por roupas e acessórios.
Incentivada pela mãe, que compartilha com a filha sites e revistas do gênero, Teddy escreve sobre tendências, dá dicas de compras e ; como de praxe nesse meio ;, clica o look do dia. Do estilo preppy (à Gossip Girl) ao punk ; como ela mesma descreve ;, a blogueira não tem medo do que outros possam falar sobre seu gosto eclético. ;Se me sinto bem, bonita, e se minha mãe concorda, não vejo problema.;
Consumista confessa, Teddy adora uma novidade embalada em sacolas e empresta para as amigas tudo o que compra nos shoppings ou na última viagem para Nova York. A casa da blogueira tornou-se ponto obrigatório para as meninas se arrumarem antes de uma festinha. Mas nada de exageros. Teddy curte ser adolescente e não aspirante à adulta. ;A última coisa que quero escutar é que pareço ter mais idade do que tenho;, bate o pé.
Enquanto a puberdade chega de mansinho, a blogueira sonha com o futuro. ;Adoraria ser editora de moda da revista Vogue. Mas meu sonho mesmo era ser uma it girl e poder lançar tendências. Já percebo que algumas amigas na escola deram uma chance a acessórios que jamais usariam quando me viram com eles;, conta, confiante de que ainda vai imprimir seu estilo para além dos limites da capital.
No Enteddyada.com
Quando se tem 13 anos
Quando se tem 13 anos, a gente tem que ser feliz, aproveitar os momentos únicos da adolescência, não ter medo de ser você. Não esperar que as coisas aconteçam, mas fazê-las acontecer.
Sonhar e comer toda a fritura que não poderá mais comer quando tiver 40.
Chorar, gritar, dar piti e acordar com uma big espinha no meio da testa.
Rir até sair água dos olhos, ouvir críticas, fazer críticas e até se sentir inseguro.
Confiar, desapontar, mas não se deixar abalar.
Ter TOCS, tiques e todos os tipos de agonias e frescurinhas.
Não entender outras pessoas e ficar chateado quando outras pessoas não entendem você.
Falar besteira, se arrepender de ter falado e querer voltar atrás, pedir desculpas, exigir desculpas e parar no salão de vez em quando. Amar, enfim, viver.
Paixão
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