Jornal Correio Braziliense

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Felicidade conjugada

Saiba como garantir ambientes mais espaçosos e agradáveis, unindo sala e cozinha

;A cozinha americana ; conhecida no exterior como open-plan kitchen ; pressupõe conexão entre o ambiente de preparo dos alimentos e o de refeições, geralmente o espaço de café da manhã ou almoço;, define a arquiteta Claudia Longhini. Os espaços abertos, que juntam cozinha e sala, promovem, além da integração do cozinheiro com o resto da casa, a amplidão do espaço.

Segundo Cláudia, esse tipo de ambiente é conquista da arquitetura moderna, do início do século 20, com a liberação da alvenaria como elemento estrutural das edificações e o surgimento de equipamentos de ventilação forçada como exaustores e coifas. O que caracteriza a cozinha americana é uma bancada ou ilha, que delimita os ambientes sem obstruí-los. ;Essa bancada pode ser usada para preparo ou higienização, com cooktops ou pias, ou até mesmo para servir pequenos lanches ou refeições;, explica Cláudia.

A arquiteta Virgínia Manfrinato acrescenta que uma boa marcenaria e materiais de acabamento são essenciais, já que a cozinha passa a fazer parte da área social da casa. ;Cozinhar em dia de festa, para receber pessoas queridas, não é como cozinhar no dia a dia. Por isso, se a cozinha funciona todo dia, é melhor que a abertura da cozinha seja reversível, podendo ser fechada com uma esquadria, por exemplo;, sugere Virgínia Manfrinato.

Para ela, o morador que curte sua cozinha americana é organizado, adorar cozinhar e receber. Essa configuração permite que o anfitrião participe da festa, enquanto prepara as delícias que vai oferecer aos seus convidados. As duas arquitetas contam que os moradores mais jovens, os solteiros e os recém-casados, além de idosos que moram sozinhos, são os que preferem a cozinha americana.

O objetivo geralmente é ampliar o espaço e criar ambientes mais flexíveis e integrados. ;Com a redução dos espaços em apartamentos e a profusão de quitinetes, lofts e apartamentos com cozinha conjugada, cada vez mais essa é a solução ideal de ambientação;, explica Cláudia. Apesar disso, as cozinhas americanas também podem ser criadas para integrar áreas grandes. A arquiteta Cláudia acredita que é mais uma questão de estilo de vida e não somente uma definição arquitetônica.


Neste apartamento de 46m;, há uma cozinha americana e uma ilha, com a mesa integrada. Essa solução economiza espaço e, ao mesmo tempo, cria uma sensação de amplitude. Não foram usados armários altos para não dar a sensação de se estar ;sufocado;. Também foi criada uma pequena área de serviço e vários armários para embutir vassouras, tanque e materiais de limpeza. Ambiente criado por Arquitetura para Todos.


Com área total de 100m;, o apartamento tem 3 quartos, banheiro social, varanda, sala de estar/jantar e DCE. Os espaços eram apertados e insuficientes para receber os amigos e família, que seriam obrigados a ficar separados. A solução foi integrar os ambientes, resultando num apartamento aparentemente mais amplo e integrado. Sala de estar, home theater, varanda e cozinha perderam parte de suas paredes ou portas que os separavam. A cozinha, palco do hobby da dona da casa, recebeu cerâmica Brenand na parede e no piso, eletrodomésticos em aço escovado e uma marcenaria de desenho clean e bem executada. Ambiente criado pela Esquadra Arquitetos e Lorena Gallo.


Neste apartamento de 30m;, que é usado apenas nos fins de semana, a cozinha americana é prática e ocupa pouco espaço. Como ele não é usado diariamente, não foi necessária a criação de uma área de serviço. A mesa de jantar é móvel, ideal para até três pessoas. Foi colocado um pequeno fogão cooktop, com coifa e armários embaixo da pia, para tornar o pequeno espaço mais funcional. Projeto do escritório Arquitetura para Todos.