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Quem cuida do seu tesouro?

É natural que as mães se preocupem com quem vai tomar conta dos filhos enquanto estiverem no trabalho. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados na escolha dessa profissional

;Admitamos ou não, são as babás que passam a maior parte do tempo com os nossos filhos.; Quem afirma é a psicóloga Stela Lobato, especialista em educação e desenvolvimento do bebê. Dessa constatação decorre algo muito importante para as mães: é preciso grande cuidado na escolha dessa pessoa que cuidará da prole alheia.

A empresária Melissa Matteo Melo, 34 anos, mãe de Maíra, 4, e Martina, de um ano e quatro meses, sabe a dificuldade que é encontrar uma babá competente. Pela sua casa passaram cinco profissionais diferentes. Em todas as contratações, teve a preocupação de inscrever as admitidas em treinamentos. ;Eu tive babás que ficaram 10 anos trabalhando em outras casas, mas ainda assim achei importante ter um curso, no qual elas aprendem coisas básicas mas que fazem diferença, como hábitos de higiene e brincadeiras.;

Agora Melissa se acertou com Shirlene da Costa, 32, que embora inexperiente na profissão, preencheu todos os outros requisitos. ;Meus horários são muito malucos, por isso preciso de alguém que durma na minha casa. E também que não seja muito nova ; de preferência que já seja mães e que tenha atributos para cuidar bem de uma criança;, lista.

Empatia entre criança e a babá é o parâmetro buscado pela médica Juliana Aires, 36. Com dois filhos, um de três e outro de cinco anos, ela busca alguém que goste de seus filhos e que seja correspondida. ;Ela precisa gostar da família também. Não vai conviver só com a criança, vai sair conosco e precisa sentir-se bem.; Já teve pelo menos cinco babás e também acha difícil fazer uma boa escolha, por isso faz um período experimental com elas.

Para não errar na hora da seleção, Stela Lobato ensina que, em primeiro lugar, a família deve ter bem claro que tipo de profissional deseja: quais serão as qualidades exigidas e as funções exercidas. ;Os pais não podem, de uma hora para outra, decidir que a babá deve dormir no trabalho, por exemplo. Esse tipo de coisa é o começo dos conflitos entre empregador e empregada.;

Depois, deve-se checar, se possível pessoalmente, as referências dadas pelas candidatas. ;Algumas dão celulares de amigas, por isso é bom conhecer os empregadores antigos e saber a opinião deles;, aconselha a especialista. Essa busca ajuda a avaliar o grau de experiência com crianças. E, se o empregador sentir necessidade, pode verificar em alguma delegacia se aquela pessoa tem antecedentes criminais.

Uma vez realizado o contrato, a psicóloga sugere que patroa e empregada tirem pelo menos um dia da semana para avaliar a rotina de trabalho. ;É o diálogo que vai moldar a relação e sanar os problemas que surgem com o tempo. Mesmo porque essa é uma classe que não expõe suas opiniões com medo de perder o emprego;, explica.

Com tudo exposto claramente, é a vez do patrão respeitar os limites da relação. ;As profissionais também têm necessidades fisiológicas, precisam almoçar, ir ao banheiro. Não dá para ser babá 24 horas por dia;, reforça a psicóloga.


O que as mães devem cobrar das babás
Não receber ninguém fora da rotina. Ainda que isso cause constrangimento, é melhor conferir com os patrões se a visita é esperada.
Não assistir a programas de TV direcionados a adultos, apenas canais infantis
Não falar ao telefone sem necessidade.
Tomar cuidado com a linguagem, abolindo gírias e palavrões.

Quando algo está errado;
A partir de um ano e seis meses, as crianças já conseguem se expressar quando algo não vai bem. Nesses casos é indicado procurar manchas no corpo, que podem indicar negligência ou agressão. Abatimento, apatia e mudanças bruscas no comportamento também precisam ser investigados. Na dúvida, não hesite em instalar câmeras na casa

O que se ensinaem um curso de babá?

Além do óbvio que se espera, como ensinar a trocar fralda e dar banho, também aprendem mais sobre higiene pessoal e da criança, profissionalismo, prevenção de acidentes e primeiros socorros. Ainda são ensinadas como brincar ; como contar histórias e fazer cantigas de roda ; e estabelecer limites. Outro ponto aprendido é a questão da punição. As babás são ensinadas a não bater ou gritar, mas precisam impor sua autoridade, não pelo medo, mas pelo diálogo. ;Se a criança fez algo errado, se comportou mal, a babá tem que explicar o que ela fez, porque não deveria ter feito e dar uma alternativa certa para a situação.;

Fonte: Stela Lobato

Serviço
Palestra ;Como selecionar uma babá e torná-la uma ;babá quase perfeita;;
25 de maio, às 19h30
Boobambu Academia da Criança, CLSW 303 Bl. C Ed. Le Parc subsolo, lojas 73-75, Sudoeste
Entrada franca