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Esses moços, belos moços...

Meninos também têm direito a uma dose de vaidade. Mas ela se manifesta de forma diferente em cada fase. Entenda esse processo

postado em 01/07/2011 19:47

Aos 7 anos, Gustavo se acha bonito e adora perfumeQuando perguntam para Gustavo Guedes, 7 anos, se ele é bonito a resposta é rápida: ;Sou sim.; E se as meninas concordam com a opinião do garoto? Ele garante que as garotas da escola também acham. Sempre que pode está com as roupas preferidas, estampadas com o desenho do Ben 10. Se não fosse alérgico, usava o vidro de perfume de uma só vez. Cada vez mais precoces, garotos como Gustavo conciliam a vaidade e a infância, como se estivessem brincando de ser ;gente grande.;

A mãe do menino, Iaura Guedes, 30, conta que antes de ir ao colégio o filho enrola na frente do espelho para se arrumar. Gel no cabelo é essencial para ele. Ela afirma que a influência não vem dela, mesmo sendo cabeleireira. ;Desde muito novo, ele é assim, e todos os outros meninos do colégio onde estuda também.; Mesmo com a vaidade aflorada, Gustavo é um garoto comum. Brinca e não tem medo de se sujar.

João Felipe, com apenas 4 anos, já dá valor ao corte de cabeloAssim como as meninas, os garotos adoram elogios, explica a psicóloga Patrícia Serejo. Contudo, por causa dos papeis típicos de meninas e meninos na sociedade, ocorrem diferenças na manifestação da vaidade. ;Em geral, as garotas preocupam-se com a roupa, a maquiagem, o cabelo e querem estar magras. Os meninos, por sua vez, querem estar fortes, mas também querem chamar a atenção à sua beleza despojada.;

Ao contrário do que se possa imaginar, a vaidade não é um traço da personalidade, algo inato. Isso é o que explica Patrícia Serejo. ;Essa é uma característica aprendida socialmente. Isso inclui família, amigos, escola, etc. Hoje, a televisão também tem uma grande influência no desenvolvimento da vaidade, assim como os personagens fictícios ou reais que viram ídolos das crianças.;

Partindo do exemplos dos pais, os filhos vão construindo seus valores. ;De acordo com essa perspectiva, a vaidade pode começar aos três anos. Nessa idade, os comportamentos típicos da vaidade são diferentes dos de uma criança mais velha ou de um adolescente;, explica a psicóloga. Um menino que está no início dessa fase é João Felipe Moller. Com apenas 4 anos, a vaidade do garoto tem dois focos: o cabelo, e em nível muito maior, o perfume. ;Ele não liga muito para roupa, mas adora o perfume do McQueen (do filme Carros);, afirma o pai, o advogado Gustavo Moller, 35.

Cada fase, uma beleza
Entre crianças mais velhas e pré-adolescentes, a preocupação com a aparência muda. ;São comportamentos, entretanto, que têm função semelhante: denunciar o valor pelo aspecto físico;, explica a psicóloga Patrícia. Entre os 8 anos e os 13 anos, ocorrem mudanças na perspectivas dos meninos. O ;bonitinho; já não é suficiente. ;Dá lugar ao rebelde, ao radical, ao despojado. Junto com a vaidade, há uma mensagem a ser transmitida;, explica a psicóloga.

Os problemas começam quando a vaidade muda de foco. De uma brincadeira torna-se um valor. ;Quando passar a vigorar em detrimento de outros valores, pode ser bem nociva, tanto para o indivíduo, como para suas relações sociais;, explica a psicóloga. A endocrinologista e nutróloga Ellen Simone Paiva aponta outro aspecto alarmante da vaidade nos meninos. Eles estão cada vez mais preocupados e decididos a alcançarem uma imagem corporal incompatível com a idade de crescimento em que eles se encontram.

;A puberdade vem se antecipando a cada década e, com ela, a preocupação natural com a imagem do corpo. Mais que isso, está a influência da mídia, estampando nas capas das revistas e nos filmes de ação os novos padrões de beleza masculina;, explica a médica. Já Paulo César Silva, do departamento de endocrinologia pediátrica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, não vê esse comportamento associado à infância. Para ele, é algo mais característico a partir da pré-adolescência. ;Mas é na adolescência que o assunto vem à tona com mais força;, afirma. Outro ponto sensível para os garotos que estão virando adolescentes é o crescimento. ;A estatura maior dá elegância e um aparente poder. Em alguns casos, pode tornar-se uma obsessão;, explica Paulo César.

A força da juba
Justin Bieber: antes, um corte, Romeu; agora, mais ousadia

A psicóloga Patrícia Serejo acredita que hoje a vaidade dos meninos está mais ligada aos cabelos. A cabeleireira Ana Mary concorda, mas ainda chama atenção para o fato da vaidade deles ser apresentada como um todo. ;Eles são exigentes e, na maioria da vezes, escolhem o estilo. Apenas de vez em quando aparecem pais que não aceitam a ideia dos filhos;, conta Ana. Entre os cortes na moda estão o moicano ; por causa do jogador do Neymar ;, o clássico estilo surfista e o estilo Romeu, como o do cantor Justin Bieber, antes do corte.

Como os pais devem agir

Diante da vaidade dos meninos, algumas precauções devem ser tomadas para que a brincadeira não se torne uma ideia fixa. Para a psicóloga Patrícia Serejo, a principal atitude dos pais é ser modelo de conduta para as crianças e ensinar outros valores. Já com os pré-adolescentes, a endocrinologista Ellen Simone conta que muitas famílias não sabem como lidar com a insatisfação corporal de seus filhos e preferem não se opor ao desejo deles. ;Esses pais já lidam com a dificuldade de controlar outros detalhes importantes da adolescência. Aliás, acreditam que cuidar do corpo é uma conduta saudável;, ressalta. ;Mesmo assim, a atitude da família deve ser a de atenção aos seus filhos.;

Tudo no lugar
Meninos também têm direito a uma dose de vaidade. Mas ela se manifesta de forma diferente em cada fase. Entenda esse processo

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Cheirinho bom
Meninos também têm direito a uma dose de vaidade. Mas ela se manifesta de forma diferente em cada fase. Entenda esse processo

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