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Quando o silêncio machuca

Abordar o assunto abuso sexual é uma tarefa dura para os pais, mas a identificação de uma possível violência passa pela comunicação aberta com a criança

postado em 05/08/2011 19:15

Gláucia Chaves // Especial para o Correio

Abordar o assunto abuso sexual é uma tarefa dura para os pais, mas a identificação de uma possível violência passa pela comunicação aberta com a criançaAdriana tem um segredo. Mais que um segredo: ela tem um segredo segredíssimo, tão confidencial que não ousa dividir com ninguém. Confusa, assustada e envergonhada, a garota um dia resolve se abrir para a coleguinha Alice. Influenciada pela amiga, Adriana toma coragem e confessa para a mãe: está sendo abusada sexualmente pelo ;tio;. A história narrada é fictícia, mas não está longe da realidade. Em Segredo segredíssimo (Editora Geração Editorial), a escritora Odívia Barros usa palavras simples para tratar de um tema espinhoso. Voltado para crianças, o livro se vale de ilustrações coloridas e didáticas para orientar os pequenos a respeito de investidas inadequadas por parte dos adultos. Com uma filha de 5 anos e tendo ela própria sido vítima de violência sexual quando criança, a autora diz que o livro surgiu com o único propósito de evitar que outras famílias sejam obrigadas a viver o calvário a que foi exposta. ;Para mim e para os estudiosos do assunto no mundo inteiro, é muito claro que as crianças precisam ser alertadas sobre esse perigo desde cedo, para que aprendam os passos de autoproteção que são tão simples e podem impedir tanto sofrimento futuro;, reforça.
Falar sobre violência sexual diretamente para o público infantil é um desafio. Contudo, é consenso entre estudiosos e profissionais que lidam com o problema que deixar as crianças alienadas é um dos principais fatores de risco. Para Odívia, a solução é educar sobre a ameaça desde a mais tenra idade. Usar como ferramenta o mundo lúdico ; já tão familiar para as crianças ; como maneira de fazê-las entender como funcionam os perigos da vida real é, segundo a escritora, a maneira mais eficaz para garantir que a história não saia do papel. ;Alertamos nossos filhos sobre tantos perigos. E por que fazemos isso? Para ensiná-los como devem agir caso se deparem com a situação de perigo e façam a coisa certa;, defende. ;Se acontece na vida real, isso significa que continuamos falhando ao não dar a elas a chance de aprender a se defenderem.;

Trazer o assunto à tona na mesa de jantar pode até soar como exagero, especialmente quando a criança parece pequena demais para entender a profundidade da questão. Para os pais, resta o dilema: lidar com um tema tão delicado pode assustar o filho, mas ignorá-lo pode ser desastroso. O que fazer, então? Na opinião de Odívia, romper o muro de silêncio é o primeiro e o mais importante passo. ;A mensagem de que a criança será apoiada e protegida após contar o segredo a seus familiares, e não recriminada ou punida, é de extrema importância;, completa. Passar o recado em uma linguagem acessível para os pequenos também é um ponto crucial ; e a escritora pode ter uma amostra da repercussão de seu método antes mesmo da obra chegar às prateleiras das livrarias. ;Minha primeira leitora foi minha filha;, conta. ;Ela ouviu tudo com muita naturalidade. Para ela, era apenas mais uma historinha dentre tantas outras que já tinha ouvido.; Para ter certeza de que os pequenos leitores absorveram o conteúdo, Odívia criou um pequeno teste com cinco perguntas ao fim do livro. Por exemplo: O que a criança que tem um segredo segredíssimo deve fazer? ;Contar para a mãe; é a resposta esperada.

A proximidade do algoz
Casos como o da personagem Adriana não são isolados. Segundo Rodrigo Delmasso, coordenador-geral do Movimento Brasília Contra Pedofilia, a capital federal está em segundo lugar em número de denúncias, perdendo apenas para o Rio Grande do Norte. As estatísticas, porém, não são fiéis à realidade. ;Normalmente, 80% dos casos de pedofilia envolvem familiares, como o pai ou entes próximos à criança, então as pessoas evitam denunciar;, diz. Somada ao medo de desestruturar a família, a falta de legislação específica para os casos de violência sexual infantil também atrapalha a resolução dos casos confirmados. ;Pedofilia ainda é enquadrado como atentado violento ao pudor ou estupro. Não há nada que qualifique como crime hediondo;, justifica. ;Fica difícil punir os culpados. Colocar uma foto de uma criança nua na internet, por exemplo, tem pena máxima de cinco anos.;

Psicóloga e supervisora do Centro de Referência para Violência Sexual (Cerevs) da 1; Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, Viviane Amaral dos Santos explica que, ao conversar com a criança, o segredo é ressaltar a importância de cuidar do próprio corpo. Evitar usar termos complexos e que não fazem parte do universo infantil ; como ;pedofilia; e ;abuso sexual; ; também são atitudes que facilitam o entendimento dos pequenos. ;Os pais têm que dizer aos filhos que o corpo todo é importante: os braços, a perna, os órgãos genitais e que ninguém pode tocar o corpo dele com violência ou nas partes íntimas, a não ser que seja para fazer a higiene ou se for um médico acompanhado da mãe;, orienta. E qual seria o momento certo para explicar isso? Para a profissional, não há idade limite para começar a conversa. ;Essas informações são tão básicas e essenciais que a criança já cresce sabendo que ninguém pode fazer isso com ela;, completa.

Manter uma relação próxima e baseada no diálogo, contudo, precisa de uma boa dose de tato e sensibilidade por parte dos cuidadores. Crianças muito pequenas podem não entender o porquê do pai, do padrasto, ou de outra pessoa próxima a ela querer fazer-lhe qualquer mal. Explicar que, literalmente, qualquer pessoa pode oferecer perigo, preparando o terreno para conversas mais profundas, é uma boa maneira de começar. ;Se você já conversou com a criança antes, dizendo que o corpo é dela e ela tem o direito de preservá-lo, então ela já estará ciente de que um adulto pode gostar de tocar o corpo dela ou querer que ela toque o corpo dele;, ensina Viviane. Após essa fase (algo em torno dos 6 anos de idade), a psicóloga diz que os pais podem aproveitar o gancho da famosa pergunta ;de onde vêm os bebês?; para dar maiores detalhes sobre o que é pedofilia, a importância de observar atitudes estranhas dos adultos e de manter a família sempre informada. ;Os pais sempre devem orientar que ela ;não;, que essa pessoa está agindo de forma errada e que ela tem que pedir ajuda;, frisa.

Indícios da agressão
Cenas de sexo na televisão, músicas com letras explícitas e a pressão para namorar cada vez mais cedo: desde pequenas, as crianças são expostas a conteúdos adultos, bombardeadas, às vezes, por informações que ainda não estão preparadas para receber. A psicóloga Viviane dos Santos acredita que essas influências já são suficientes para que a conversa sobre violência sexual não comece da estaca zero. ;Crianças de 2 anos que sofreram interação sexualizada de um adulto já sabem que aquilo não deveria estar acontecendo;, diz a psicóloga. O receio dos pais em tratar do assunto, não teria, portanto, razão de ser. Para Viviane, o ideal é que o contexto sexual seja retirado, uma vez que não faz parte das vivências da criança. ;Não é preciso dizer que o pênis vai na boca, por exemplo. Essa informação não faz sentido para elas;, explica. ;Se ela foi bem instruída sobre os cuidados que precisa ter com o corpo, já saberá que é uma coisa errada.;

Assim como quando faz uma travessura e esconde dos pais por saber que aquilo é errado ; e que, por isso, sofrerá consequências ;, a criança associa o pedido de sigilo do agressor a um comportamento reprovável. A dúvida entre obedecer a ordem para manter o abuso em segredo e o incômodo que a situação causa faz com que a vítima se sinta acuada. Segundo Sandra Gomes Melo, chefe da Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), esse é o estágio em que a criança tende a externar o conflito por meio de sinais. ;É comum que elas fiquem retraídas, algumas desenvolvem comportamentos sexuais precoces e, de uma hora para outra, passam a não querer mais estar perto de uma pessoa específica que, geralmente, é quem a está violentando;, enumera. Ainda que pareça óbvio, Sandra reforça que não há como reconhecer tais mudanças de atitude sem que os pais conheçam a fundo a personalidade dos filhos. ;Ninguém melhor do que quem cuida da criança para saber quando ela está diferente, já que, em tese, deveria conhecê-la bem;.

Entre os outros sintomas que podem indicar que a criança está sendo vítima de violência sexual estão baixo rendimento escolar, pouca interação social, agressividade, tristeza sem motivos aparentes, necessidade de chamar atenção, relutância em permanecer em casa e aparência descuidada. Na cartilha desenvolvida pela DPCA para orientar os pais estão listados ainda distúrbios de sono e/ou de apetite, lesões sem explicação, ansiedade e dificuldade de aprendizagem. Caso algum desses comportamentos seja identificado, a delegada recomenda cautela ao abordar a criança, para não torná-la ainda mais arredia. ;Os pais devem evitar fazer perguntas diretas. O que se deve fazer é sondar de maneira tranquila, para que ela não fique assustada;, ensina. Segundo Sandra, só na delegacia da criança, são computadas, por dia, cerca de oito denúncias de abuso sexual infantil. Se somadas às recebidas por meio do Disque Denúncia, da Polícia Civil e dos conselhos tutelares, esse número salta para 20 casos diários.
Uma vez feita a denúncia, Sandra explica que os métodos de investigação variam de acordo com o caso.

De maneira geral, policiais capacitados fazem a chamada escuta oficial ; ou entrevista com a criança agredida. Após a apuração, o caso é encaminhado para entidades responsáveis por fazer a proteção da vítima e da família (como hospitais com programas de atendimento especializados) e a criança é submetida a exames periciais, se for necessário. Por último, os policiais ouvem o suspeito. Além de denúncias em delegacias e pelo telefone, existem organizações não governamentais que acompanham casos de pedofilia. A sistemática de atendimento usada pela DPCA, por sinal, veio do Centro de Referência, Estudos e Ações Sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), coordenado pelo pesquisador e assistente social Vicente Faleiros.

Não há dados sobre quem da família faz a maior parte das denúncias, mas ele diz que grande parte dos casos de abuso chegam ao conhecimento das autoridades pelas próprias crianças. ;É algo que acontece principalmente entre as maiores de sete anos, que têm medo de conversar com a mãe;, conta. Sobre livros como Segredo segredíssimo, o psicólogo é reticente. ;Acho que é um pouco ingênuo para a criança acreditar que só contar para a mãe é suficiente para fazer o ;tio; ir embora;, destaca. Para Vicente, em vez de descontextualizar a realidade, os cuidadores precisam manter o foco em proteger as crianças com medidas concretas, não só com informação. Dentre as providências consideradas seguras estão impedir que os filhos durmam ao lado ou no mesmo ambiente que pessoas alcoolizadas, não deixá-los nus em frente a estranhos e ter sempre uma cama separada para eles. ;Livros só são proveitosos se a leitura for acompanhada pelos pais. Sozinha, a criança pode se confundir;, opina.

A voz de uma ;sobrevivente;
Abordar o assunto abuso sexual é uma tarefa dura para os pais, mas a identificação de uma possível violência passa pela comunicação aberta com a criançaAinda que seja narrado do ponto de vista de uma criança, o livro Tigre, Tigre (Rocco, 1; edição), lançado recentemente, não é direcionado especificamente a elas. Ao longo das 352 páginas, a escritora americana Margaux Fragoso conta sua própria história de violência sexual e revela, em detalhes, todos os artifícios usados pelo agressor ; quase cinco décadas mais velho que ela, que havia completado sete anos quando os abusos começaram. No livro, há também as consequências da experiência: a paixão pelo agressor, depressão, sentimento de culpa e, principalmente, a vontade de alertar outras pessoas a respeito do perigo de negligenciar os indícios de que algo não anda bem. Em entrevista ao Correio, Margaux conta como foi escrever um livro sobre os momentos mais tensos de sua vida.

Como foi o processo de criação do livro?
Eu fiz um rascunho primeiro, e mais tarde, trabalhei com um esboço. Estudei a estrutura de outros livros. Usei meu próprio diário e fotos para ser tão precisa quanto poderia; também fiz caminhadas em Weehawken (distrito do estado americano Nova Jersey, nos Estados Unidos) e Union City (cidade da Califórnia, também nos EUA), tanto para anotar detalhes quanto para evocar memórias. Memórias não vêm em sequência, de modo que eu escrevi um rascunho inicial com muitos dos eventos fora de ordem. Mais tarde, sentei-me com o rascunho na minha frente decidi que a estrutura que usaria seria começar pelo fim, de modo que o leitor ficasse curioso para saber como tudo aconteceu. Muitas pessoas se perguntam como deve ter sido terrivelmente doloroso para mim escrever, mas, na verdade, em vários momentos escrever sobre isso foi uma alegria. Há prazer em apenas contar a verdade e fazer arte a partir de algo feio.

O que esse livro representa para você?
Fico pensando em toda essa miríade de imagens da infância e todos, em maior ou menor grau, lamentam a perda de sua infância. E há essa coisa de ser uma perda tão profunda que produz uma espécie de beleza em seu portador, e eu senti tal beleza profundamente na época que estava escrevendo. Eu podia ver todas as imagens na minha cabeça ; os bosques sorrindo, as colinas desperdiçadas. E Peter (o agressor) está preso para sempre naquelas colinas. Ele nunca cresceu, e essa é a sua própria tragédia, que ele também inflige aos outros. Para mim, esse tipo de experiência é esquecida, mas (a lembrança) tem chance de diminuir se você trabalha em torná-la menos absoluta. E eu fiz isso simplesmente lidando com ela diretamente. Quando eu estiver velha o suficiente para ter netos, a influência de Peter será, espero, minimizada até o ponto dele se tornar apenas um ;flash; breve na minha memória. Mas se eu escolher odiá-lo até o fim dos tempos e transformá-lo em um monstro, ele continuará a causar estragos nos meus pensamentos e na minha vida.

Abordar o assunto abuso sexual é uma tarefa dura para os pais, mas a identificação de uma possível violência passa pela comunicação aberta com a criançaPara os pais, pode ser difícil encontrar uma maneira de trazer à tona um assunto tão delicado como a pedofilia. Na sua opinião, como eles podem fazer isso sem assustá-las?
A literatura diz que, quando crianças perguntam sobre órgãos sexuais, apenas diga-lhes o que eles são de forma simples e sem constrangimento. Transparecer ansiedade ao seu filho à respeito da sexualidade torna menos provável que ele confidencie se estiver sofrendo violência. Crianças precisam sentir que seus pais são fortes o suficiente para enfrentar o pior cenário, seja intimidação ou abuso sexual. Sempre senti que minha mãe estava tão frágil que eu não podia dizer-lhe nada. Eu conversei com tantos adultos ;sobreviventes; que, como eu, protegeram seus pais, não o contrário. Se algo acontecer, leve a criança para a terapia de imediato, não espere. Não tenha medo de fazer perguntas e de se certificar que você está entendendo corretamente os fatos. Faça seu filho se sentir confortável o suficiente para confiar-lhe alguma coisa e transmita uma imagem de força, não fraqueza. Dê às crianças afeto em abundância e atenção, de modo que ofertas feitas pelos pedófilos para ganhar a amizade de uma criança não funcione com seus filhos. Uma criança emocionalmente carente é, estatisticamente, a que corre mais riscos e também a menos propensa a contar. Se um jovem tem boas relações sociais e vínculos sólidos com os pais, o afeto de um pedófilo não é tão atraente.

O que falta para que as pessoas sejam mais informadas sobre a pedofilia?
Estudos mostram que alguns pedófilos se restringem a ataques violentos, mas eles não representam a maioria ; um pedófilo que vê a sedução de uma criança como namoro é muito mais comum. Claro, uma criança ou adolescente prefere acreditar que é um romance porque isso protege sua autoestima doente. Quanto mais a criança é exposta à sexualidade, mais ragilizada ela se sente e mais ela precisa contar com os presentes e elogios do pedófilo para inflar sua falsa autoconfiança. Pedófilos como Peter dizem a si mesmos que o que eles fazem é muito fofo e romântico. Eles precisam de tratamento para abordar esse erro fundamental no pensamento deles, e para fazê-los desenvolver empatia, para que pensem duas vezes antes de serem sexuais com uma criança de novo. Devemos ver os pedófilos como seres humanos. Deve haver um esforço para ajudá-los e resgatá-los, porque um pedófilo reformado não é mais uma ameaça para as crianças.

Não omita
Se você desconfia ou tem certeza que seu filho (ou qualquer outra criança de seu convívio) está sofrendo violência sexual, veja quais são os principais telefones e endereços para denunciar o crime:

- Disque-Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes
Telefone: 100
- Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA)
Telefones: 3362-5799/3362-5798
Endereço: Setor de Áreas Isoladas Sudoeste, Bloco D, Departamento de Polícia Especializada
- Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) Brasília
Telefones: 3346-9332/3245-8129
Endereço: Avenida L2 Sul, Quadra 614/615, Lote 104
- Promotoria de Justiça e Defesa da Infância e da Juventude
Telefone: 3348-9000
Endereço: SEPN 711/911, Lote B
- 1; Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal
Telefones: 3103-3315/3103-3200
Endereço: SGAN 909, Lotes D/E
- Defensoria Pública
Telefones: 3103-3210/3103-3211/3103-3393
Endereço: SGAN 909, Lotes D/E

Providências imediatas
Explicar para uma criança o que é violência sexual é complicado para os pais, uma vez que demanda uma dose extra de cuidados. Veja algumas dicas de como abordar o assunto de maneira adequada:

- Informe-se: leia sobre como acontece o desenvolvimento e o começo da sexualidade infantil para saber qual é a idade e a maneira certa de repassar essas informações aos seus filhos.

- Se você suspeita que algo está acontecendo, evite fazer perguntas diretas. Caso a criança esteja apresentando alguma mudança de comportamento inexplicável, como voltar a urinar na cama e ficar receosa em se aproximar de alguém, questione-a de maneira sutil: pergunte como foi o dia dela ou se algo de diferente aconteceu.

- Não é preciso ensinar com detalhes conceitos como pedofilia, abuso sexual ou sexo propriamente dito. Aqui, vale a máxima alardeada já no tempo de nossas avós: ensine a criança que ela não deve aceitar comida, brinquedos ou qualquer tipo de convite de estranhos. Prefira orientá-la sobre como acontecem (e como evitar) as abordagens dos criminosos, não necessariamente o que eles fazem.

- Desde os primeiros anos de vida, instrua a criança sobre a importância de preservar o próprio corpo. É preciso fazê-la entender que todas as partes do corpo são importantes e que ninguém pode tocá-lo de maneira inadequada.

- Mesmo que a criança ainda não entenda o porquê, oriente-a a sempre trocar de roupa em lugares privados e longe do olhar de estranhos.

- Muitas crianças que foram abusadas sexualmente se sentem envergonhadas ou culpadas. Por isso, é essencial que os pais deixem claro que ela está livre para contar o que quiser ; e que elas não serão punidas por isso, mas sim ajudadas.

Fontes: Sandra Gomes Melo, delegada-chefe da Delegacia Especial de Proteção a Criança e ao Adolescente; Vicente Faleiros, coordenador do Centro de Referência, Estudos e Ações Sobre Crianças e Adolescentes (Cecria); Viviane Amaral dos Santos, supervisora do Centro de Referência para Violência Sexual (CEREVS) da 1; Vara da Infância e da Juventude do DF; e Rodrigo Delmasso, coordenador-geral do Movimento Brasília Contra Pedofilia

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