Esta é a história de um cãozinho da raça sptiz alemão, cujos exemplares miniatura são conhecidos no Brasil como lulus da Pomerânia. Obama, o pet, recebeu esse nome em homenagem ao presidente norte-americano. Por uma tremenda coincidência, o animal se perdeu justamente no dia da visita do líder democrata ao Brasil, em 19 de março passado. Foram três meses sem notícias até que o dono, Pedro Soares Souza, 40 anos, descobrisse o paradeiro do fujão.
Proprietário de uma tradicional barbearia na W3 Norte, Pedro ganhou Obama há dois anos, como presente de aniversário. Logo, funcionários e clientes da loja se afeiçoaram ao filhote. ;Aqui, Obama é uma espécie de recepcionista. Acompanha as pessoas até o carro e volta. Todos gostam dele e sentiram muito a sua falta;, confessa.
Cliente fiel da loja, a servidora pública Edinete Silva de Sena, 38, chegou a romper relações com Pedro por conta do descuido. ;Meu marido já era cliente há muito tempo e só depois comecei a frequentar a barbearia. Quando o Obama chegou, gostei dele à primeira vista;, afirma. Danado, o cachorro costuma percorrer a vizinhança até chegar à portaria do bloco de Edinete. ;Ele vem brincar com a Sassá (pinscher da família) e com meus filhos. Atravessa na faixa e tudo, depois fica latindo na porta até abrimos;, diverte-se.
O reencontro
O retorno de Obama foi uma verdadeira saga, que começou quando um homem não identificado o encontrou nas proximidades do Brasília Shopping. No mesmo período, Pedro já dava o lulu da Pomerânia como definitivamente perdido, e partia para uma viagem de poucos dias. ;De vez em quando, ele fugia, mas sempre voltava. Dessa vez não;, lembra.
Em busca de pistas, o benfeitor anônimo fez uma peregrinação em diversos pet shops da Asa Norte, mas não naquele frequentado por Obama. Então, a dona de um deles sugeriu abrigar o animal por um tempo. Passados alguns dias, sem que ninguém reclamasse pelo bicho, ela decidiu levá-lo para sua chácara, no Riacho Fundo, onde mantém um canil e o pet poderia, ao menos, gozar de companhia.
De volta de viagem, Pedro continuava sem notícias do companheiro. Mas a sorte estava virando e a história estava perto de um desfecho feliz. Um dos funcionários do pet shop que havia hospedado Obama mudou de emprego, indo trabalhar na loja que, habitualmente, cuidava de Obama. O rapaz falava tanto do cachorrinho e da cor do seu pêlo ; rara para a raça ; que a proprietária do estabelecimento desconfiou que poderia ser o cãozinho desaparecido. Depois de várias conversas e pesquisas, conseguiram, finalmente, confirmar a identidade de Obama. ;Eu achava que nunca mais o veria, porque é de uma raça cara (seu preço chega até R$ 3 mil). Mas ainda bem que o recuperei;, comemora Pedro.
Saiba mais
De acordo com Gustavo Herrera, veterinário responsável por Obama, a raça sptiz alemão é bastante ativa e tem como principais características o temperamento calmo e dócil, além da facilidade em aprender. ;Apesar disso, é bom lembrar que a raça não é tão indicada para crianças, pois não tem paciência com certas brincadeiras e pode se machucar facilmente com determinadas diversões;, alerta.
Com média de tamanho entre 20 e 50cm, o lulu se adequa a diversos ambientes, inclusive apartamentos. Mas quem se incomoda com latidos tem que ensiná-los, desde cedo, como se comportar. São de fácil condução e bons vigias. Outros de seus atributos são a resistência a mudanças climáticas e a longevidade.
Tecnologia para fujões
Se o seu cachorrinho de estimação costuma fugir de vez em quando, Gustavo lembra que existe a possibilidade de colocar, por meio de injeção, um microchip na região do pescoço. O uso do equipamento já é obrigatório em diversos países ; como EUA e Holanda ;, mas não no Brasil.
É importante lembrar que o microchip funciona como um identificador do animal ; e não como um localizador. O mecanismo fornece dados relevantes sobre o pet, como nome e endereço do dono, e custa em torno de R$ 100.
Fontes: Portal Saúde Animal, Portal PetBR e ortal São Francisco
Agradecimentos: VIPet Veterinária e Barbearia Brasil