O clima desértico de Brasília não afeta só as pessoas. Os pets também sofrem com a baixa umidade e o calor. Nesta época do ano, os animais com problemas respiratórios crônicos tendem a tossir mais e a se cansar facilmente. A professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília Christine Souza Martins sugere o uso de umidificadores de ar ou, no momento do banho do dono, deixar o animal no banheiro para respirar o vapor d;água.
De acordo com a veterinária, os bichos não sofrem tanto com problema de pele quanto os humanos porque o pelo funciona como uma camada de proteção. Entretanto, ela chama a atenção para as alergias: ;Os animais alérgicos podem sentir uma coceira mais intensa e, nesse caso, um banho especial é recomendado. Condicionadores e umectantes ajudam a evitar a irritação;.
Apesar de alguns donos tentarem aliviar o desconforto dos companheiros com banhos constantes, Christine garante que a atitude pode ser prejudicial aos animais. ;Banho em excesso resseca a pele. E a deles não é preparada para banhos diários, por isso é preciso bom senso.; Para hidratar os bichinhos, ingestão de água limpa e fresca à vontade. É importante deixá-la em locais sombreados para evitar, que nos horários mais ensolarados, esteja muito quente e o animal não consiga beber. Os gatos preferem água corrente. Outra maneira de manter a hidratação é inserir alimentos úmidos na dieta ; os enlatados contêm cerca de 80% de água na composição, enquanto a ração tradicional, apenas 10%.
A veterinária Carla Alice Berl explica que cães e gatos não suam. Eles equilibram a temperatura do corpo por meio da respiração: liberam ar quente e inspiram o ar frio do ambiente. ;Nos horários de maior calor, eles acabam respirando ar quente e podem ter uma hipertermia. Por isso, os passeios devem ser evitados nesses períodos. Além disso, o chão muito quente pode machucar a patinha do pet;, completa. A tosa é recomendada para aliviar um pouco a sensação de calor, sobretudo para raças adaptadas ao inverno.
Durante a espera por atendimento médico em um hospital veterinário, o schnauzer Bidu, 8 anos, era chamado pelo dono, Alexandre Sanches, para beber água em um copinho descartável. Além dos cuidados com a hidratação e de ter ganhado uma tosa para se sentir mais fresco, Bidu acompanha o proprietário em mergulhos no Lago Paranoá ; um alívio nos dias de mais calor. ;Ele nada de duas a três vezes por semana, e não pode ver um chuveiro aberto, que já se enfia embaixo;, conta Alexandre.
Além dos cuidados diários com o rottweiler Kaiser, de 2 anos, e a labradora Jade, 7, como disponibilizar comida e trocar a água, o estudante Victor Rocca Amaral, 22 anos, costuma molhar todo o canil com uma mangueira nos dias mais quentes. ;Eles são muito bagunceiros, então não podem ficar soltos, principalmente quando estão sozinhos em casa. Por isso, todos os dias, vou no canil e molho tudo, até as paredes, para amenizar um pouco a sensação de calor, e troco a água por uma mais fresca;, finaliza.
Hidratados e felizes
Siga algumas orientações para evitar que os animais de estimação sofram com o calor e a seca.
- Os passeios devem ocorrer de manhã cedo ou ao entardecer, horários menos ensolarados.
- Em passeios prolongados, dependendo da hora do dia, dê bastante água ao animal.
- Disponibilize água fresca no bebedouro e troque a água sempre que possível.
- Nunca deixe o animal confinado em ambientes com alta absorção de calor, como canis de cimento ou carros.
- Se o animal precisar de focinheira durante os passeios, opte por modelos arejados, que permitam a abertura da boca.
- Deixe o animal em locais sombreados.