Excelente companheiro, cão de personalidade forte: independente, corajoso e destemido; ao mesmo tempo, calmo, meigo e carinhoso. Esse é o temperamento do pequinês, um cachorro que, há 40 anos, entrou em processo de extinção no Brasil. Os admiradores se dividem em criadores exclusivos da raça, proprietários e amantes de cães em geral. Pela internet, todos propagam a paixão e a vontade em aumentar, de maneira responsável, o número de pequineses no País. O blog Pequinês Curitibano ; vida do melhor cão do mundo é um exemplo expressivo. Por meio da página, os donos divulgam informações sobre a raça e encontros, nomeados ;Pequinês Social Club;.
De acordo com a veterinária e criadora da raça Patrícia Brambilla, nas décadas de 1960 e 1970, os pequineses eram os cães de pequeno porte mais populares entre as famílias brasileiras. Em pouco tempo, a mestiçagem descaracterizou a raça e deu origem a cachorros muito nervosos e agressivos, com traços físicos diferentes. ;O que estraga uma raça de forma a quase torná-la extinta são os cruzamentos indevidos e sem nenhum critério de cães mestiços. Então, é importante que a pessoa leiga no assunto pesquise e procure maiores informações sobre o padrão da raça antes de adquirir o filhote;, explica Patrícia.
Ela aponta algumas dificuldades da criação que contribuíram para a baixa incidência de cães dessa raça. ;A criação de pequineses puros e de linhagens importadas não é fácil. Por serem cães com uma estrutura mais forte, pesada e bastante peludos, o acasalamento é complicado e, às vezes, é preciso fazer inseminação. O parto também é um pouco mais difícil por terem a cabeça um pouco grande.; No entanto, há alguns anos, criadores brasileiros iniciaram um processo de importação da raça, com o objetivo de aumentar o número de exemplares e melhorar o plantel nacional.
O veterinário André Plentz destaca a facilidade de lidar com os animais. ;É uma raça de fácil manejo. Não há necessidade de levá-lo ao pet shop. O banho pode ser dado em casa, a secagem e a escovação dos pelos também são pouco demoradas.; Entretanto, os donos precisam estar atentos a alguns problemas causados por características peculiares à raça: os olhos proeminentes podem causar problemas oftalmológicos; o focinho encurtado dificulta a troca de calor com o ambiente, por isso é preciso oferecer locais arejados para a permanência deles; o corpo alongado pode causar problemas na coluna.
Para os admiradores, o mais apaixonante no pequinês é o equilíbrio entre a doçura e a autonomia, combinação perfeita para um companheiro muito fiel e carinhoso e, ao mesmo tempo, um animal de estimação tranquilo e independente. ;Geralmente, é um cão de um dono só, ele escolhe o seu dono na família e a este é extremamente fiel, carinhoso, amável e companheiro. É uma raça com temperamento bem diferente da maioria, é para pessoas que querem um amigo ao seu lado e não um animal que dê trabalho e exija atenção o tempo todo;, completa Patrícia Brambilla.
Lenda chinesa
De acordo com uma lenda chinesa, o pequinês é o fruto de um amor impossível entre um leão e uma macaca. Desesperado por amor, o leão pediu aos deuses que tornassem possível a união deles. Os deuses consentiriam desde que o leão abrisse mão do enorme tamanho. Ele aceitou e o fruto da união foi o pequinês, que herdou a coragem, a nobreza e o orgulho do pai e o tamanho, a graça e a doçura da mãe.
Padrão da raça
Além da aparência exótica, o pequinês tem a cara chata e a pelagem robusta, imitando um pequeno leão. O temperamento é bastante marcante
País de origem: China, Pequim.
Nome no país de origem: Pekingese.
Uso: Companhia
APARÊNCIA GERAL
Pequeno, compacto, de aparência leonina. Ossatura pesada e tronco vigoroso, bem constituído são essenciais para a raça, leal, destemido, reservado.
PESO
Máximo de 5kg para machos e 5,5kg para fêmeas.
Altura e comprimento não são comentados.
PELAGEM
Dupla: pelo longo, liso e um pouco rústico. A juba é profusa ocupando o pescoço. Franjas profusas revestem as orelhas, a face posterior dos membros, a cauda e os dedos. O subpelo é espesso.
CABEÇA
Grande, proporcionalmente mais larga que profunda.
OLHOS
Grandes, límpidos, arredondados, escuros e brilhantes, pálpebras pretas.
ORELHAS
Formato de coração, de inserção no nível do crânio; portadas caídas rentes à cabeça com franjas
longas e profusas. A ponta não ultrapassa a linha do focinho.
FOCINHO
Largo, com ruga bem pronunciada sobre maxilar firme. Perfil chato, nariz bem alojado entre os olhos.
Número de registros genealógicos
2007 = 499 registros
2008 = 454 registros
2009 = 424 registros
2010 = 487 registros
(Fonte: CBKC)