Pular corda é uma dessas brincadeiras de criança que nunca sai de cena. Mas, já há algum tempo, a atividade desperta também a atenção de adultos. Não é por menos: com benefícios para o condicionamento físico e para a coordenação motora, a diversão é uma ótima aliada de quem cultiva a boa forma. Com as devidas precauções, para não sobrecarregar o corpo, um treino simples, de apenas trinta minutos, pode significar a perda de até 400 kcal.
Sem restrições de idade, o exercício serve de aquecimento e aumenta a capacidade cardiorrespiratória. Além disso, fortalece os músculos, principalmente os das pernas, das costas e dos braços. ;Mas é importante lembrar que a intensidade e o tempo de exercício devem ser compatíveis com o condicionamento físico do praticante. Se não, podem aparecer problemas nas articulações ou inflamações de tendão;, alerta o ortopedista José Antônio Borge.
A carga, no caso, é sempre a massa do praticante. Por isso, pessoas com grande sobrepeso não devem se iludir com a corda, achando que vão emagracer rapidamente. ;É preferível, nesses casos, correr ou caminhar em grama, pois o salto tem alto impacto e isso é agressivo para o organismo que não está preparado;, afirma o ortopedista Weldson Muniz.
Entre os desportistas que mais se beneficiam com a prática estão os boxeadores. Para eles, a corda é um meio para alcançar um ritmo excepcional de movimentação e um preparo diferenciado. ;Até em casa gosto de pular corda. Vejo que ajudou a fortalecer pernas, braços, ombros e, por isso, sempre procuro me aperfeiçoar dentro e fora dos treinos;, revela o coordenador de marketing Luís Diego de Matos, 31 anos, aluno de boxe desde 2007.
Já para a estudante Marcella Peixoto, 23, praticante do boxe há oito anos, o aquecimento com a corda ajudou muito no condicionamento físico e coordenação motora. ;Eu sempre procuro me aquecer pulando corda. Até mesmo na musculação eu faço isso. Geralmente, no intervalo entre os aparelhos, repito séries de 3 minutos pulando;, conta.
Faça a coisa certa
Os professores de boxe Carlos Lemos e Santiago de Jesus ensinam a forma correta de trabalhar com a corda. Seja saltando com os dois pés juntos, seja alternando as pernas, o joelho deve estar sempre flexionado. O ideal, em ambos os casos, é pular com as pontas dos pés, amortecendo o impacto. Durante o salto, o atleta deve elevar-se, pelo menos, meio palmo do chão. Tênis adequados para impacto são indispensáveis. Caso a pessoa tenha dificuldades em bater a corda por cima da cabeça e pular ao mesmo tempo, o recomendável é que gire a corda ao lado do corpo enquanto saltita, de forma a se acostumar com os movimentos.
Versão de alta performance
;A brincadeira agora também é esporte.; A afirmação é da presidente da Confederação Brasileira de Double Dutch e Rope Skipping, modalidades competitivas baseadas no pular corda. Ambas as práticas dispõe de uma variedade de saltos, de acrobacias e de técnicas, primando pelo sincronismo dos atletas com as músicas. A principal diferença entre os dois esportes é o fato de que, no double dutch são usadas duas cordas para a movimentação, enquanto no rope skipping, apenas uma. ;No Brasil, conseguimos organizar três competições (2009, 2010 e 2011) e já contamos com, pelo menos, 50 atletas;, diz Iara.
As equipes devem ter, no mínimo, três pessoas e, no máximo, seis, que se alternam para bater a corda e fazer as acobracias. As características e nomenclaturas dos tipos de esportes de pular corda podem ser dividias da seguinte forma:
1) Single rope (corda simples)
Usa-se apenas uma corda. Nesta modalidade, a pessoa realiza saltos e manobras individuais, podendo, também, fazer exercícios de velocidade.
2) Chinese wheel (roda chinesa)
Praticada por duas ou mais pessoas. Cada uma tem em mãos uma corda para executar saltos combinados sobre o própio equipamento, com uma das pontas batidas por ela mesma e a outra por outra pessoa. É necessária muita precisão técnica, sincronismo e ritmo.
3) Double dutch (corda dupla)
Uma ou mais pessoas saltam entre duas cordas, batidas alternadamente por outras duas pessoas. Esta é uma modalidade em que o indivíduo tem diversas possibilidades de combinações de saltos, acrobacias e recursos coreográficos.
Agradecimentos: Academia Resistência Física e Centro de Treinamento Libra