Concreto aparente, vigas e breezes protagonizaram a arquitetura modernista da capital nos anos 1960. Esses mesmos elementos característicos da Casa do Candango ; inaugurada em 1961 ; abraçam a contemporaneidade assinada por aproximadamente 60 arquitetos na quinta edição da mostra Morar mais por menos. ;Eles aproveitaram as características da construção modernista e, ora preservaram a ideia original, ora combinaram o que foi feito há 40 anos com elementos da arquitetura atual;, comenta Wiliam Brandão, organizador da mostra, que será aberta ao público na próxima terça-feira.
Ao aproveitar um espaço que tem a cara e o desenho de uma Brasília modernista, o bistrô, criado pelo arquiteto Homero Rosa e pela designer de interiores Fabiana Sousa, e o espaço dedicado ao cantor e compositor Renato Russo são alguns exemplos de ambientes que fazem reverência à capital. O aproveitamento das vigas aparentes, o uso de cobogós e outras soluções aproveitam a estrutura da Casa do Candango, que será revitalizada graças à mostra. ;Provamos que não é necessário um gasto excessivo quando se pode aproveitar a estrutura desse tipo de edificação, além de usar materiais de baixo custo e de baixo impacto para a natureza;, reforça Homero.
Restos de materiais de construção, abundância de plantas ; a samambaia é a menina dos olhos na mostra ; e revestimentos que imitam produtos caros, mas que de fato foram feitos até mesmo com papelão, são alguns exemplos de que é possível decorar uma casa com os olhos voltados para a preservação do meio ambiente. Outro destaque é a preocupação com a cena cultural da cidade. Bancos, esculturas, pinturas e fotografias de artistas residentes em Brasília colorem os quatro cantos do espaço.
O visitante ainda pode observar que os ambientes apresentam um ou mais elementos dos pilares da mostra. Em cada um dos 36 espaços, é possível destacar a preocupação com inclusão social, brasilidade, tecnologia, valorização do artesanato e o principal: sustentabilidade. Quanto a esse último aspecto, um exemplo é a cozinha criada pela arquiteta Renata Dutra. Nela, a luz natural entra por grandes janelas para dar ;folga; à iluminação artificial. São painéis de vidro capazes de dar vazão à luz de fora e também ventilar o ambiente.
Outra preocupação de Renata Dutra com a sustentabilidade aparece em um espaço dedicado à mini-horta na cozinha. Espaço ;regado; pela água das panelas, que acabaram de sair da pia de louças para permanecer pendentes acima do jardim de temperos. ;Queremos aliar o bonito ao funcional e fazer com que esse ambiente de mais de 100 metros quadrados seja integrado e aconchegante;, define.
Morar Mais por Menos
De 25 de outubro a 4 de dezembro, das 12h às 21h
Local: Casa do Candango, 603 Sul
R$ 15 para estudantes e pessoas acima de 60 anos e R$ 30 para os demais
Livre