Zuleika de Souza (texto e fotos)
As cidades brasilienses, dentro e fora do quadradinho do DF, ficam cada dia mais coloridas e estampadas. A capital modernista pouco influencia a arquitetura popular. O gosto popular é livre das normas da estética acadêmica e não segue tendências. Com a ascensão das camadas mais pobres da população para a classe média, casas, casinhas e casarões ganharam cores e estampas.
Na Candangolândia, parede de bolinhas pretas com fundo vermelho homenageia as joaninhas. Cores que nunca antes se combinaram alegram barracos, casas de fundo, sobrados e até castelinhos feitos, muitas vezes, pelas próprias mãos dos proprietários. Nas satélites e nas cidades quase agregadas ao Distrito Federal, é possível ver casas pintadas de verde com vermelho, amarelo com verde, com todos os tons de azul, roxo, e muito rosa. Às vezes, em um mesmo prédio, várias cores do arco-íris.
A contemporaneidade do grafite convive pacificamente com paisagens de outras paragens pintadas em muros e fachadas. Criativos mosaicos reaproveitam materiais descartados pelos mais abonados. Essas surpreendentes cores e formas revelam a criatividade e a originalidade da arquitetura popular brasiliense.