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Com a palavra, os mestres

A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoria

postado em 30/10/2011 08:00



O Brasil já é um distinto senhor grisalho. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no começo do ano, o número de mulheres e homens acima de 60 anos já corresponde a 20.590. 599 de pessoas, 10,8% da população brasileira. São senhores e senhoras que trabalham e/ou cuidam de casa, viajam, circulam pelas ruas, fazem compras, sustentam famílias inteiras, cuidam dos netos, entre outras atividades. Em maior número que nas décadas passadas, os mais velhos pedem a palavra. Em 2015, serão aproximadamente 25 milhões.

Eles podem não dominar todas as inovações tecnológicas, nem acompanhar a passos galopantes mudanças sociais e culturais, mas têm muito a dizer. Inspirados pelos erros e acertos que só o tempo é capaz de ensinar, a velha guarda tem aprendido a lidar bem com as mudanças do corpo, a cultivar a espiritualidade e a prezar pela vaidade sem apresentar qualquer ruga de preocupação com a opinião dos outros. Foi depois dos 70 anos que Francisco Peixoto descobriu a ioga, que a americana Debra Rapopport virou referência de moda, que o escritor Ignácio de Loyola Brandão encarou a maratona de visitar mais de 50 cidades brasileiras. Para eles, este é o melhor tempo. Entenda o porquê.

A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoria

O aposentado Francisco Balthar Peixoto, 82 anos, soube se reinventar. Bastou dar chance ao novo, para que a oportunidade saltou aos olhos. Há 10 anos, começou a fazer aulas de ioga. Reaprendeu a respirar, a se equilibrar com as solas dos pés no chão, a olhar para frente com vitalidade. ;Estou completo na parte física, algo difícil na minha idade. Ou seja, se precisar correr, eu corro. Me sinto como se tivesse 58 anos;, brinca Balthar, como é conhecido pelos amigos.

A serenidade que as aulas proporcionam ao aposentado professor de direito e letras é algo especial. Aquietaram-se aflições na mente e algumas angústias ficaram para trás. Apenas uma fragilidade, como gosta de descrever, o incomoda: a perda da memória. Algumas vezes, caminha para algum compromisso e, na metade do percurso, esquece o que iria fazer. Também não guarda todos os nomes, mas; ;Afinal de contas, há muitos jovens que têm dificuldade em se lembrar do nome das pessoas, não é?;. Balthar gosta de dizer que algum ;imposto; devemos pagar por viver tantos anos com saúde.

Se a ioga trouxe a paz de espírito e a energia para enfrentar as limitações físicas que o dia a dia impõe, as lembranças trazem a certeza do aprendizado. Das lições, guarda uma a uma na memória. Com apenas um ano de idade, perdeu a mãe e, pouco depois, o pai. Órfão, criado pela avó e pela tia, não demorou para entender que precisaria aprender a cuidar de si e a zelar pelo próprio caminho. Aos 9 anos, partiu para um seminário em João Pessoa. De lá, só saiu aos 16, dominando latim, grego, francês e outras disciplinas da área de humanas. Decidiu, então, se mudar para Recife, outra vez sozinho, para estudar direito e letras.

Foi lá que conheceu a primeira mulher, com quem foi casado por mais de 25 anos. ;A relação não deu certo, mas a separação foi amigável;, conta Balthar, que se apaixonou tempos depois por uma gaúcha, com quem vive há outros 25 anos, em Brasília. Com a atual companheira, percebeu os primeiros sinais de que estava envelhecendo. ;A idade traz uma sabedoria de viver, ensina a ser paciente e tolerante com as coisas e as pessoas ao nosso redor. Sinto pena de quem reclama de tudo; Eu mesmo, com 82 anos, sei que a qualquer hora me chamam (risos), mas fico tranquilo.; Balthar ensina ; sem saber que se trata de uma grande lição ; que a solidão pode trazer, em vez de tristeza, um momento a sós, de autoconhecimento.

Para eles, chega depois
Pesquisadora e professora do departamento de psicologia da Universidade de Brasília, Isolda de Araújo Günther tem estudos publicados sobre a terceira idade. Ela observa que idosos que têm alguma ocupação profissional, mesmo após os 70 anos, ou que se preocupam e cuidam da família, sentem-se produtivos e, por isso, não enxergam a velhice com pesar. Segundo a pesquisadora, o homem custa mais a se sentir idoso e quando sente é porque sofre de algum problema de saúde. Mas, no geral, não há muita diferença de gêneros no que diz respeito à vivência da terceira idade. ;O que podemos destacar é que quando homens e mulheres acima dos 60 anos apresentam a capacidade de manejar mudanças advindas com o passar do tempo, quando eles conseguem adaptar-se a esse novo cenário, há, então, uma vivência positiva da idade e, como consequência, sabedoria.;


A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoria

Autor de romances, contos e crônicas, o escritor Ignácio de Loyola Brandão, 75 anos, não deixa a nostalgia deitar-se à cama. Apesar de contar, em palestras por todo o país, graciosas histórias da infância em Araraquara, Ignácio não pretende voltar um minuto atrás. ;Meu tempo é esse. Aquele do qual meus amigos tanto falam não existe mais. Aos 20 anos, eu não sabia o que fazer da vida e enfrentava um tempo frio, moralista, vitoriano. Sequer existia telefone, televisão. Os homens não podiam vestir cores. Se você usasse uma camiseta vermelha já era taxado;, recorda.

A idade permitiu ao escritor observar a vida com olhos de gavião. Muito mais atento que quando jovem, ele afirma manter vivo o olhar para o mundo e suas nuances. ;Não estou preocupado em me manter jovem. Eu aceito o tempo. As pessoas vivem cheias de dedos e inventam termos: terceira idade, melhor idade; Essa bobagem politicamente correta. Eu sou mais velho, mas isso não quer dizer que sou senil.;

É óbvio que Ignácio teve que aprender a lidar com as limitações físicas. O corpo já não responde mais com a mesma agilidade. E quando dorme de mau jeito, a dor do dia seguinte é inevitável. O escritor e cronista ainda confessa: precisou aprender a andar mais devagar, a andar menos, a pausar o passo. Também teve de aprender a lidar com a partida de amigos. ;O que tenho de amigos que já foram; Viver pode ser uma coleção de perdas;, lamenta. Talvez por isso, Ignácio rechace qualquer possibilidade de deixar a vida passar em brancas nuvens.

No ano passado, ele excursionou por 52 cidades do país até resolver que o descanso não residiria em casa, mas em trocar as milhas reunidas com a compra das passagens áreas para outra viagem. Dessa vez, com a mulher, a Paris, e de classe econômica. O escritor conta que não escondeu o receio de estar ;muito velho; para o desconfortável no assento. ;Aguentei! Claro que, no meio da noite, acordei com cãibra;, brinca.

Curioso, virtude que o mantém alerta às constantes mudanças do século 21, Ignácio de Loyola Brandão prefere o hoje, mesmo que tenha que revisitar o passado nas obras que escreve. O mais recente livro, a ser lançado no fim do mês pela Editora Global, Acordei em Woodstock, revela um pouco da filosofia do escritor: olhar para trás com respeito, sem dar as costas ao presente. Sempre de bom humor e ansioso para colocar em prática novos projetos, o escritor, que mora na capital paulista, aconselha: nada melhor que uma boa caminhada à padaria da esquina para aprender coisas novas. Graças a esse olhar urbano é possível descobrir no dia a dia algo novo. ;Por essas e outras, não troco a vida que levo hoje por nenhuma outra.;

Um sentinela do samba
A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoriaHildemar Diniz nasceu em 1933, num dia de inverno carioca. Mas ele não carrega o frio da estação e dispensa a seriedade do nome que herdou. Monarco, como foi apelidado aos 6 anos, é sol e samba. Criado em Oswaldo Cruz, cresceu perto de mestres como Paulo da Portela. Aos 11 anos, compôs, de brincadeira, o primeiro samba e nunca mais parou. ;Comecei desde menino, mas o tempo vai passando, você vai ficando velho e o caminho é a Velha Guarda;, explica referindo-se ao grupo de bambas que reverencia em letras e homenageia na forma de samba enredo. ;A Velha Guarda é uma sentinela da escola, mantém a tradição. Tem todo um prestígio, um passado glorioso, não se vende a modismos e, principalmente, mantém o respeito aos mais velhos que nos ensinaram tanto;, conta.

Passada a juventude, Monarco ganhou um lugar entre os bambas homenageados. Na música, ele e os demais integrantes da Velha Guarda da Portela se encontraram. Em 40 anos de batucadas, beberam da fonte do samba cantado por mestres e hoje traçam parcerias com artistas da nova geração, como Marisa Monte, que registrou no documentário O mistério do samba uma ode à velha guarda azul e branca. ;Quando comecei a fazer samba, fazia umas coisas mal acabadas, mas no meio da Portela, observando os grandes, fui me aperfeiçoando até chegar o momento em que as pessoas nas ruas me reconheceram. Hoje não quero fazer sambas em quantidade para acabar numa lata de lixo. Quero qualidade;, confessa.

A idade, segundo Monarco, ensina muito. ;Só sei que até hoje, quando tenho vontade de fazer alguma coisa, queimo as pestanas até conseguir. Não é fácil não;, avisa aos mais jovens. Vaidoso, ele não gosta de falar sobre a idade ou sobre o tempo que passou. Mas nas letras deixa escapar uma certa nostalgia, que logo explica: ;Gosto de me lembrar das coisas, mas não sou um saudosista de primeiro grau.;

Para o compositor, os sambas nascem assim, sem apego ao tempo, mas as letras revelam um aprendizado. ;O que Deus me deu já está muito bom. Tem até gente que me fala que eu não preciso fazer mais nada. Não é bem assim; Estou aqui com 78 anos bem vividos, fiz muita coisa boa. Para outras, peço perdão. Tenho amigos em qualquer lugar no Brasil e acho que acertei mais do que errei. Isso já é uma vitória.;

"Felicidade é sinônimo de beleza"
A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoriaO que o tempo me ensinou sobre beleza? Que cultivá-la só depende da gente;, diz a norte-americana Debra Rapopport, colunista no blog de moda Advanced Style. Criado pelo fotógrafo Ari Seth Cohen, advancedstyle.blogspot.com mostra a forma criativa, e pra lá de colorida, com que senhores e senhoras de Nova York se vestem. Para o criador da página, Debra e outras adoráveis mulheres de cabelos grisalhos ensinam os mais jovens que envelhecer proporciona um ganho de confiança e de liberdade para a expressão individual. ;Debra é um grande exemplo de mulher que não tem medo de expressar seu estilo. Ela não se veste para os outros;, defende Ari Seth, no site.

Debra conheceu o jovem fotógrafo quando ele estava trabalhando num museu em Nova York e pediu para fotografá-la. ;A amizade foi instantânea;, conta. No auge dos seus 65 e poucos anos ; ela prefere manter o mistério ; Debra ostenta uma pele alva e lisa, graças aos cuidados que mantém desde criança com o sol (conselho da mãe). O cabelo branco com mechas cor de rosa é uma mostra de que o bom humor é ingrediente indispensável para a saúde de Debra. Bem como um cardápio de alimentos orgânicos e frescos aliado a longas caminhadas pelas ruas novaiorquinas e à prática da ioga.

Especialista em garimpar brechós, Debra se recusa a ter medo de viver e de ousar. Para a estilosa senhora, criatividade não rima com regras ou limites. Por isso, no closet: chapéus, casacos de pele falsa, plumas da cor laranja ; uma das cores favoritas da colunista ; e uma série de outras peças dão vida à bela mulher e, claro, às cinzentas ruas da Grande Maçã. Admirada pelos internautas, principalmente por jovens que, segundo Debra, gostariam de saber como se vestir, Debra oferece no site um canal aberto para tirar dúvidas de leitoras de 24 a 70 anos.

São perguntas sobre como se manter bela e saudável ou, mais surpreendentes, como não ficar invisível aos 50 anos. ;Digo que o mais importante é gostar de si. Usar maquiagem, brincar com as roupas, e experimentar coisas novas, coloridas também são de grande ajuda. Ainda reforço a importância de fazermos sempre algo criativo. Cuidar do jardim, pintar, cozinhar, cantar; Abraçar algo que gostamos com muito amor;, diz.

Para Debra, todo dia é dia de se olhar no espelho e dar valor ao que se é. Cinza, preto e marrom são cores que só fazem parte de detalhes nas roupas que exploram uma faceta mais leve e alegre da colunista. Há tantas definições e versões de beleza; Eu aposto na diversão e espontaneidade que há na minha expressão. Felicidade para mim é sinônimo de beleza. Vamos nos divertir mais e nos levar menos a sério;, aconselha.


Com a boca no trombone
A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoriaNeste ano, um vídeo na internet deu o que falar. Nada de clipes com coreografias mirabolantes, registros de crianças fazendo graça ou acrobacias de bichos de estimação. Dessa vez, o vídeo que registrou 99% de aceitação entre os internautas é um divertido desabafo de um senhor chamado Fernando. Criado pelos roteiristas Felipe Neto, 23 anos, e Leo Luz, 31, do estúdio Parafernalha, o Vlog do Fernando mostra um homem ranzinza dizendo poucas e boas aos jovens que insistem em reclamar da vida quando na verdade aqueles de idade avançada é que deveriam ter espaço na internet para colocar a boca no trombone.

O sucesso do vídeo, que em poucos meses foi visto 4 milhões de vezes por internautas do Brasil ao Japão, deve-se à espontaneidade do ator Sílvio Matos, 68 anos, que interpreta o velhinho reclamão. Entre algumas situações que o ator interpreta de maneira tragicômica destacam-se a incontinência urinária, a fila no banco e as dificuldades do idoso que usa o transporte público. Em Copacabana (Rio de Janeiro), bairro onde Sílvio mora, os comentários nas ruas são frequentes. Alguns indignados com o comportamento ;chato; de Fernando, outros tomam as dores do velhinho ranzinza e querem transformá-lo, segundo o ator, em ;porta-voz dos desiludidos;.

;Nosso objetivo é fazer as pessoas rirem. Em contrapartida, é claro que as mensagens do Fernando também podem ser aproveitadas. Acho que os mais velhos sempre serão uma fonte de sabedoria. Acredito ser fundamental que os jovens estejam sempre escutando-os;, diz Felipe.

Sílvio concorda, e acredita que, apesar dos exageros do personagem, há uma carência de Fernando por ouvintes. Afinal de contas, há sim um saber que os mais velhos gostariam de passar para a nova geração. ;Vou citar uma de Shakespeare; Com a idade, você aprende que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que você sempre quis ser, e descobre que o tempo é curto demais. Aprende que não importa o ponto aonde já chegou, mas sim para onde está indo. Mas se você não souber para onde está indo, qualquer lugar servirá,; diz Sílvio, mantendo o bom humor.


Em busca das raízes

A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoria
No outono de 2004, em Nova York, 13 mulheres ; guias espirituais de diferentes tribos do norte, centro e sul das Américas, da Ásia e da África ; se encontraram para refletir sobre a herança que será deixada para as novas gerações. Sábias e reconhecidas nos lugares de origem, essas senhoras denominaram essa reunião de A voz das avós. Juntas, elas são porta-vozes da paz e da preservação do meio ambiente. No último fim de semana, elas estiveram em Brasília para rituais de preces e rodas de discussões sobre o que é possível fazer para que a sabedoria dos ancestrais não se perca e possa valer como grande ferramenta de mudança e equilíbrio para os jovens.

;A maioria das pessoas no mundo se sente desenraizada. Não sabe por que veio. Tem liberdade, mas não sabe o significado dela. Todas essas questões são muito comuns principalmente nos lugares onde as tradições dos povos originais ficaram esquecidas. Trabalhar essa memória, essa raiz, é algo que o conselho das avós faz;, explica Maria Alice Campos Freire, 59 anos, uma das duas brasileiras presentes no grupo.

Mãe de Júlia, estudante de gestão ambiental em Brasília, Maria Alice fala com segurança sobre a importância de estreitar os laços com os ensinamentos deixados pelos antepassados. Carioca de origem, ela mora às margens do Rio Amazonas, na Floresta Nacional dos Purus, onde fundou o Centro de Medicina da Floresta e ensina jovens e crianças. ;Trabalho com o propósito de não deixar que esse conhecimento se perca. Todos viemos ao mundo com alguma tarefa, só que a sociedade se tornou materialista, desconstruiu raízes, se esqueceu das tradições. Antes o avô ensinava para o neto, o pai para o filho; Antes as pessoas não se sentiam desamparadas porque os ancestrais lhes dava um norte.;

As outras integrantes do conselho mantêm rituais importantes para a identidade cultural das comunidades de origem. Para Maria Alice, apesar de falarem sete línguas diferentes, todas as 13 falam uma só voz. Quer dizer, o conteúdo da mensagem é o mesmo. ;E isso é incrível. Por quê? Qual o problema do mundo? Ninguém se entende, ou seja, cada um acha que tem mais razão que o outro.; O que estaria acontecendo nesse momento, segundo a brasileira, é um despertar de consciência. Prova disso é que mais de 500 pessoas, a maioria jovens, se inscreveram para uma imersão de quatro dias escutando e orando com as 13 avós, na Universidade da Paz (Unipaz), em Brasília.

;Lembro de um evento em que um menino de 13 anos veio nos perguntar se existe algum lugar seguro no planeta. Foi um silêncio; Até que uma das avós disse para ele que o único lugar seguro que existe é a morada dos ancestrais. O menino entendeu e aquela resposta atendeu a angústia dele;, lembra Maria Alice que, embora seja a segunda avó mais nova no conselho, sente que aprende cada vez mais com a idade a missão de pacificadora. ;A idade nos ensina a fazer nosso trabalho com carinho, com mais calma e atenção. Se eu deixar o mundo com tudo o que estava a minha volta bem zelado, satisfeito e bonito, irei bem.;

Sabedoria: uma palavra, muitos significados
A velhice pode ser uma perspectiva sombria para alguns. Mas outros a encaram com coragem, senso de humor e vitalidade. Reunimos histórias de quem retira da passagem dos anos o melhor da vida: sabedoriaO diretor e ator norte-americano Clint Eastwood não consegue definir o que é sabedoria porque diz estar sempre aprendendo algo novo todos os dias. Já a atriz britânica Judy Dench acredita que a idade não a transformou em uma sábia senhora. Pelo contrário, ela acredita que está cada vez mais ;boba;. Esses e outros depoimentos de artistas, políticos, pensadores e religiosos (todos com mais de 65 anos) estão no livro e DVD Wisdom (Sabedoria), do fotógrafo norte-americano Andrew Zuckerman, 33 anos. Dentre alguns dos 50 nomes importantes entrevistados pelo autor estão: Nelson Mandela, Dalai Lama, Desmond Tutu, Ted Kennedy, Robert Redford, Willie Nelson, Madeline Albright e Burt Bacharach. Atento ao que é possível aprender com a voz da experiência, Zuckerman partiu do princípio de que as lições deixadas pelos mais velhos é o mais importante legado que a nova geração pode herdar.


Confira o vídeo do Vlog do Fernando
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Confira o vídeo "Relacionamentos" do Vlog do Fernando
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Confira o vídeo "Feministas" do Vlog do Fernando
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Confira o trailer do filme Wisdom, de Andrew Zuckerman
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