A cada ano, turistas de outros estados e países trocam a opção da praia ou da serra para desembarcar nas curvas da capital do país. Quem ainda não conhece Brasília, se programa para visitar ; e fotografar ; as obras de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Athos Bulcão, admiradas em livros de história. Esplanada dos Ministérios, Catedral, palácios da Alvorada e do Planalto, Itamaraty, Complexo Cultural da República;Todos esses cartões-postais são paradas obrigatórias. Isso já estamos carecas de saber. Mas o que além desse roteiro é a cara da capital? Que outros programas fazer? Incluída em guias de turismo como destino imperdível, Brasília pede passagem. Quem quiser conhecê-la melhor, vai precisar fazer outros caminhos, fugir dos mesmos guias de turismo e flanar, sem destino, para experimentar novos ângulos da capital do país.
A onda quebra aqui
Onde a cidade pulsa
De vento em popa
Este ano, a Secretaria de Turismo reúne forças para fazer, pela primeira vez, um levantamento completo do turismo na capital. Enquanto dados mais precisos estão sendo apurados, números do Ministério do Turismo e da Infraero já apontam otimismo quanto à demanda de brasileiros e gringos curiosos para conhecer Brasília.
- São seis os postos de Centro de Atendimento ao Turista em Brasília. Desses, o mais movimentado está no aeroporto e recebe, por mês, mil turistas. Em segundo lugar, estão o posto da nova Rodoviária e da Praça dos Três Poderes. Já em terceiro, os do Setor Hoteleiro Sul e Norte.
- A origem dos turistas estrangeiros que mais visitam a capital é: Estados Unidos, Argentina, Alemanha, França, Chile, Paraguai, China, México e Espanha. A Europa ainda é continente que mais envia turistas à capital.
- Uma das razões para o aumento de turistas estrangeiros em Brasília se deve ao aumento de voos diretos internacionais. Até 2010, eram nove com saídas de Brasília.
- Dados do Ministério do Turismo mostram que houve um aumento de turistas estrangeiros que visitaram a capital: Em 2008, 29,4 mil turistas estrangeiros vieram a Brasília; em 2010, foram 37,9 mil.
- Do total de estrangeiros, 36,8% vêm a Brasília para negócios. Mas quem disse que eles dispensam um city tour pela capital?
Comendo pastel de salto alto
A feira da Ceilândia te oferece o que quiser comprar: peixe, sapato, retrato, colar pra te enfeitar,
Cinto da moda (;)
Sinto vontade, grande necessidade de comprar, roupa xadrez, meia longa, bota preta pra arrasar. estilo colegial: brega, veste mal vamos parar.
Mulheres deem à cor o seu destaque, esbanjem no batom e no esmalte. Muita roupa já é coisa de perua. daqui a pouco tem gente andando nua (;)
Onde quer que se apresente, Ellen promete levar essa música na mochila. Como os meninos de Olinda que desandam a enaltecer as belezas da cidade para os turistas. "A feira da Ceilândia vai andar sempre comigo", assina o compromisso.
Entrevista
De Copa ao Copan
Quando você começou a desenvolver esse guia? Ele também se estende aos brasilienses que visitam ou vão morar em São Paulo?
Comecei a anotar dicas e percebi que, quando lia os guias para turistas, eles eram extensos e não eram objetivos. Minha intenção, no começo, era fazer esse manual com uma amiga, mas foi complicado para a gente sentar e fazer juntas. Então comecei a desbravar alguns cantos da cidade. Na época, não estava trabalhando. Via algumas coisas legais sobre a qual não lia a respeito e outras não tão legais que alguns recomendavam e, assim, dava às informações meu filtro carioca. Observei como funciona o comportamento geral das pessoas aqui e passei a aceitar melhor essas diferenças. Mas o guia é para todos: para quem sente essa diferença cultural quando pisa na capital paulista.
Por quais saias justas você passou quando chegou em São Paulo?
Foram tantas;Quando fui pela primeira vez ao shopping, passei por uma. As pessoas de São Paulo vão bem arrumadas. Na época, eu morava perto de Higienópolis. Fui ao shopping com uma saia tipo canga e sandália de dedo. Assim que entrei, senti as pessoas me olhando de cima a baixo porque não estava vestida apropriadamente para o lugar. Isso de se vestir de forma despojada para ir ao shopping é comum no Rio, mas não aqui. Outro episódio que me chamou atenção e que conto no manual aconteceu com uma grande amiga. Ela foi procurar uma amiga paulista na casa dela, sem avisar, sem um telefonema. E não dá para fazer isso aqui. No Rio, com quem você tem intimidade, se faz esse tipo de surpresa, mas aqui é inadmissível. Nem chamaram minha amiga para subir. Ela ficou decepcionada, mas com o tempo entendeu. Acho que, em geral, esbarramos nessas diferenças culturais que ora são engraçadas ora bem chatas.
Depois de quanto tempo você ganhou essa intimidade com a cidade? Você já sente uma "paulistana"?
Acho que um ano foi o período necessário para a adaptação. Um bom tempo para se conhecer bem a cidade. Trabalhar também ajuda muito porque no ambiente de trabalho você conhece gente de todos os cantos. E em São Paulo é uma mistura danada. Você faz amizades com pessoas de todos os cantos do país. Mas não vou forçar a barra (risos). Ainda sou uma carioca em São Paulo. Diria que São Paulo é uma cidade incrível para quem é de qualquer estado. Ela aguça seus sentidos, faz você refletir sobre vários aspectos. É poder experimentar um filme onde é possível viajar por vários cenários. Já o Rio é uma cidade perfeita para relaxar. Não sei se passaria minha velhice em SP, mas sei que aqui é possível se viver bem.