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Última noite do Fashion Rio contou com Yasmin Brunet e Daisy Lowe

postado em 15/01/2012 09:58

Rio de Janeiro - Ontem terminou o Fashion Rio, a segunda semana de moda mais importante do país. Foram cinco dias e 24 desfiles que tinham como objetivo mostrar as tendências para o inverno 2012. Essa temporada é sempre mais morna - afinal, 80% da indústria de moda do Brasil é voltada para o verão. Esse ano, entretanto, a baixa qualidade dos desfiles e pouca movimentação foi acima do normal. Além das marcas de biquíni, que não desfilam nessa temporada, marcas sempre elogiadas, como Totem e British Colony, pularam essa edição.

A grande expectativa do Fashion Rio foi a participação de Daisy Lowe, a modelo inglesa filha do Gavin Rossdale, vocalista da banda de rock Bush. Ela vem crescendo no mercado internacional e é a primeira vez que trabalhou para uma marca brasileira. Ela desfilou para a carioca Auslander, o último desfile do evento. Mas ela acabou perdendo o brilho para o time de modelos brasileiras que a marca contratou. Estavam lá Laís Ribeiro e Diane Conterato que são grandes nomes nacionais no exterior. Também desfilou a Yasmin Brunet que contou com a presença de sua mãe, Luiza, na platéia.

Já nos bastidores, essa edição do Fashion Rio foi marcada pelo debate da reestruturação do calendário da moda brasileira. Desde o primeiro dia de desfiles, que aconteceu na terça-feira (10/1), começou-se o boato que o Fashion Rio só seria realizado uma vez por ano, por isso essa seria a última temporada de inverno. Na coletiva de imprensa, que aconteceu antes da abertura, Paulo Borges, diretor criativo do Fashion Rio e do São Paulo Fashion Week, resolveu desmentir os boatos.

Ele disse que em 2013, o Rio de Janeiro continuaria recebendo duas edições, mas com algumas mudanças. ;O nosso calendário precisa ser reestruturado. Isso é uma reclamação antiga dos estilistas. A chegada de eventos como a Rio%2b20, Copa e Olimpíadas -- que acontecem na mesma época que as semanas de moda -- só antecipou esse debate;, defendeu. A partir do no que vem a edição de verão aconteceria em abril -- normalmente é realizada em maio -- e a de inverno passaria ser a de alto-verão que será marcada em agosto ou setembro. ;Não faz sentido em um país quente como o nosso organizarmos duas semanas de moda de inverno -- a do Fashion Rio e a do São Paulo Fashion Week. Precisamos valorizar o que a nossa moda faz de melhor e isso é o verão;, falou Borges.

Outra mudança significativa que deve acontecer nas próximas temporadas no Rio de Janeiro é a junção dos dois maiores eventos de moda da cidade: o Fashion Rio e o Fashion Business. Os dois são rivais, acontecem simultaneamente e têm propostas parecidas. A idéia de ambos é aliar os desfiles de moda a uma feira de negócios. A feira do Fashion Rio -- chamada de Rio-à-Porter --, entretanto, vem perdendo espaço para a Fashion Business. Enquanto a primeira recebe apenas 80 expositores, a segunda tem 300. Em compensação os desfiles do Fashion Rio são muito mais fortes que os do Fashion Bussiness.

A coluna do Bruno Astuto, na revista Época, descobriu que os organizadores das duas semanas de moda, Paulo Borges e Eloysa Simão, vem deixando as diferenças de lado e discutindo a união dos dois eventos. O intermédio do diálogo seria o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que acredita que o estado, que é o terceiro maior exportador de moda do Brasil, ganharia mais tendo as duas semanas de moda unidas. Pouco desse assunto foi confirmado. O fato é que em 2013 a moda brasileira nunca mais será a mesma.

Confira como foram os desfiles de ontem:

Giulia Borges
A estilista colocou um pouco de tudo na passarela: renda, brilho, bordados e lurex. Tudo de uma vez, na mesma peça. Que em sua maioria eram terninhos de lã, só que no lugar de calças apareceram shorts curtíssimos. Variavam entre o branco e o flúor. O tema da coleção era Antique Dolls, as bonecas de traço detalhados. Giulia apostou também nas transparências que era veladas com peças flúor. A grande marca do desfile, entretanto, foram as peças com mistura de tecidos

Nica Kessler
O tema foi a tribo indígena Delaware que era nômade e habitou o sul de Nova York. A cor principal era o laranja que representa as chamas das fogueiras que os índios faziam. Apareceu também muitas peças trabalhadas no chamois que normalmente eram arrematados com trançados de fitas. A estilista abusou dos macacões, das saias longas e das estampas que foram feitas com exclusividade pela artista Tati Rissin.

Andrea Marques
A carioca sempre tem um dos desfiles mais esperados da temporada. Ela nunca decepciona. Andrea faz roupas para as mulheres elegante do século 21. São tecidos leves, bem cortados e impecavelmente bem feitos. E o melhor: com toques modernos. Ela usa estampas perspicazes e usa cores clássicas. É aquele tipo de coleção que dá vontade de comprar tudo. Na temporada de verão ela apostou em estampas de flores e também de carcaças de pássaros. Usou muito plissado: em camisas, vestidos e saias. Para arrematar muitas peças, Andrea amarrou camisas e até macacões com laços. Mais feminino impossível.

Oestúdio
Toda temporada, a marca coletiva -- que tem vários designers -- fazem desfiles interessantes. Mas na maioria das vezes incompreensíveis. Com pouca visão comercial. Nesse inverno, eles usaram pessoas comuns, amigos e conhecidos como inspiração. A idéia funcionou. As roupas da Oestúdio nunca foram tão usáveis, tão bem feitas e tão reais. Eles apostaram nos macacões e cardigãs com estampas de grafismo para os homens. Para as mulheres os terninhos com cortes modernos: casaquetos e calças saruel. Um destaque para a performace feita na passarela por Vanessa Goes e a Escola Angel Vianna no fundo da passarela. Que colocou bailarinos que se contorciam dentro de um tecido vermelho.

Ausl;nder
A idéia era fazer um Chill Out em clima da serra. Para chegar no clima perfeito usou o cobertor de lã como tecido. Ora como saia, ora como capas. Os homens estavam com cardigãs bacanas que eram combinados com cachecóis cheios de textura. A coleção feminina era menos interessante a mais vulgar. As mulheres apareceram com roupas justas e muitas vezes curtas. A marca colocou algumas tendências atrasadas como a camisa jeans e a calça vermelha. Destaque para o time de modelos brasileiras que ofuscaram a inglesa Daisy Lowe.

A repórter viajou a convite do evento

Coleção Andrea MarquesColeção Andrea Marques

Coleção Andrea MarquesColeção Andrea Marques

Daisy lowe, filha do volcalista da banda Bush desfila pela Coleção AuslanderColeção Auslander

Coleção AuslanderColeção Auslander

Coleção Andrea MarquesColeção Andrea Marques

Coleção Andrea MarquesColeção Andrea Marques

Coleção Nica KesslerColeção Nica Kessler

Coleção Nica KesslerColeção Nica Kessler

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