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Adotei e amei!

Contamos a história de duas apaixonadas por animais que decidiram dar um lar a pets abandonados

postado em 04/03/2012 08:00

Contamos a história de duas apaixonadas por animais que decidiram dar um lar a pets abandonadosA funcionária pública Elisa Salomon tem sete cachorros em casa. Desses, quatro são adotados, dois foram comprados quando filhotes e uma, a mansa sem raça definida Lurdinha, aparentemente mestiça de labrador, aguarda alguém que possa adotá-la. A casa de Elisa funciona como um lar provisório ; 23 animais de rua, entre eles um cavalo, já foram recolhidos por ela e seu ajudante Marcelo dos Santos. É ele quem ajuda nos resgates, transporta os animais e fiscaliza o lar daqueles que pretendem adotar um dos pets.

Por manter em casa cães que chegaram filhotes e outros adultos, Elisa tem propriedade para atestar que adotar é tudo de bom. ;A gente já sabe como é o temperamento dos adultos, fica preparada. Eles também já passaram por muita coisa nas ruas e te veem como um salvador. É um amor indescritível. Já os filhotes são imprevisíveis, podem crescer com qualquer personalidade e acham que a vida é esse bem-bom;, conta a funcionária pública.

A cadela que está na casa há mais tempo é Malu. Há cinco anos, Elisa foi a uma das clínicas parceiras da Proanima ; Associação Protetora dos Animais do DF ; procurar um cão para a mãe. Ao sair, viu a cadelinha em uma das gaiolas, esperando adoção. A história de Malu é triste. Ela morava em uma casa alugada com os donos. Quando o aluguel terminou, os proprietários se mudaram e deixaram a cadelinha no quintal. Malu ficou sozinha, sem água e comida por três dias, até que os vizinhos descobriram e fizeram uma denúncia para a ONG.

;Foi amor à primeira vista, mas eu já tinha muitos cães e meu marido não quis mais um. Só que, à noite, sonhei com ela e não teve jeito, ele acabou concordando e eu trouxe a Malu para casa;, lembra. Elisa sempre gostou de animais e, em 2006, se tornou voluntária da Proanima. No mesmo ano, o sogro dela se mudou de uma casa para um apartamento e ela adotou o seu cão, Tango. O pet já tem 14 anos e, velhinho, enxerga e escuta mal.

Dora e Lola foram resgatadas na rua pela funcionária pública. A primeira foi Dora. ;Há uns quatro anos, a encontrei vagando pelo Lago Sul. Estava apenas pele e osso; e o seu pescoço, cheio de feridas e pus. Com uma latinha de comida e um pouco de sonífero, consegui que ela chegasse perto. Quando ficou mais calma, coloquei uma focinheira e corri para o veterinário;, recorda. Ao chegar, havia um banco cheio de pessoas e seus pets, esperando atendimento. Elisa sentou-se com a cadela e, rapidamente, todos saíram de perto. ;O banco ficou vazio, as pessoas ficaram com nojo dela;, afirma. Dora tinha seis perfurações no pescoço ; provavelmente foi atacada ; e doença do carrapato. Depois de três dias internada, a cadela chegou no novo lar. Vinte e três dias depois, mais gordinha e disposta, passou a ser a responsável pela segurança da casa ; está sempre atenta às movimentações no portão.

Lola é a caçula entre os adotados. Há três anos, Elisa a encontrou vagando nas ruas e tentou, sem sucesso, resgatá-la. ;Foram umas três ou quatro tentativas. Até engatinhei atrás dela, no meio da rua, com a latinha de comida na mão, mas ela não me deu bola e eu desisti;, lembra. Dias depois, uma amiga de Elisa encontrou a cadelinha na rua e entrou em contato para perguntar se a funcionária pública realmente ficaria com ela se conseguissem capturá-la. ;Eu disse que sim, mas com pouca esperança. E não é que eles conseguiram? Ela e o caseiro jogaram uma rede de pescador e conseguiram pegá-la. Ela foi literalmente pescada;, conta. Hoje, Lola é a mais invocada e difícil entre os cachorros de Elisa. ;Ela não gosta dos meus filhos, suporta o meu marido e é absolutamente apaixonada e obcecada por mim;, relata. O amor da cadelinha é visível nos olhos claros. Quando Elisa senta, Lola dá seu jeito de ficar na melhor posição possível para receber carinho.

Pet não é presente
Contamos a história de duas apaixonadas por animais que decidiram dar um lar a pets abandonadosA dogsitter Nathálya Silva, 23 anos, sempre gostou de animais e nunca cogitou comprar um filhote. ;Já tem tanto bicho abandonado nas ruas, tanta gente que maltrata, que acho melhor salvar a vida, ter o desafio de conquistar o pet. Filhote é legal, mas, na adoção, é o animal que adota a gente, e não o contrário. Quando você gosta de um pet, a idade pouco importa e, já grande, dá para saber exatamente como ele vai se comportar;, explica.
O ato de adotar começou com Tunico, um yorkshire que vivia em uma sacada na Asa Norte. Nathálya conta que o pet foi dado de presente para uma criança que, com o crescimento do bichinho, não teve maturidade para lidar com a responsabilidade da criação. ;Quando o animal cresce, dá um pouco de trabalho mesmo, tem que ensinar, descer, alimentar, e acaba sendo muito para uma criança pequena. No caso do Tunico, a família também não quis cuidar e ele ficou ali preso;, lembra.

O yorkshire ficava em um ambiente aberto, levando chuva e sol, e nunca tomava banho ; quando começava a ficar com cheiro ruim, a família borrifava desodorizador de ambiente em seu pelo. O pai de Nathálya trabalhava na casa e contou a situação para a filha, que fez questão de ir ao local e pedir para adotar o pet. ;Ele não sabia o que era carinho, então tinha medo das pessoas. A nossa adaptação foi um pouco complicada. Descobri que ele gostava de passear e foi assim que consegui conquistá-lo;, conta a dogsitter. Tunico entrou para a família e, quando morreu, há quatro meses, a falta que fazia convenceu Nathálya a adotar mais um pet.

Veio então Lilica. Ela foi encontrada por uma protetora na rua ; a cadelinha arranhava a porta do carro, como se pedisse ajuda, e a casa de Nathálya serviria, a princípio, como lar temporário. Três semanas depois, conseguiram uma casa em Águas Claras, mas a cadelinha não se adaptou. ;Ela ficou lá uma noite só, não quis comer e chorava muito. A nova dona ficou com dó e me devolveu. Eu, que já estava meio arrependida de ter doado, fui correndo buscá-la, e ela está aqui até hoje. É muito carinhosa;, explica. Quando Lilica chegou, tinha medo de todos e vivia escondida debaixo da cama. Depois de se conquistarem, a cadelinha é a melhor amiga da família toda.

Jolie está lá há mais tempo. A mãe da cadela teve filhotes, só ela sobreviveu e o proprietário ainda largou a cadelinha na rua. Jolie foi resgatada por um protetor, recebeu todas as vacinas e cresceu esperando adoção. A cocker spaniel de Nathálya tinha acabado de morrer e, triste, ela resolveu procurar um pet maior para latir e cuidar da casa. ;Quando nos vimos pela primeira vez, foi uma felicidade. Brincamos, corremos, ela me sujou toda e, no outro dia, veio para a minha casa;, lembra. Apesar de grande, a cadela é moleca, adora correr e prova que adoção realmente vale a pena.

Agradecimento: Ação Animal DF

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