Revista

Era uma vez

postado em 04/03/2012 08:00
Texto e fotos de Zuleika de Souza

Um prédio de madeira na 708/709 Norte construído nos anos 1960 ; deve ser o último ainda de pé no Plano Piloto com a cara do início de Brasília. Também deve ser a única oficina no mundo, que também foi um teatro. Espremido por um edifício novo, a Oficina Perdiz perdeu o seu teatro e a cidade vive a ameaça da derrubada de parte da sua história teatral.

Dentro do barracão, só as arquibancadas lembram o que foi a sala de espetáculos. A animação dos ensaios, estreias e temporadas das peças ficaram na lembrança do teimoso José Perdiz, que resiste no lugar desde 1969. O teatro, que começou como sala de ensaios para o sobrinho em 1975, e em 1989 estreou a sua primeira peça, Esperando Godot, foi muito importante para o teatro da capital, com longas temporadas de casa cheia.

Tratores começaram a demolir o lugar, mas foram parados pela mobilização de vizinhos, amigos e artistas, que fizeram um cordão humano contra as máquinas. Existe um acordo para transferir o Perdiz para a 710 Norte. Com 80 anos, Perdiz, continua trabalhando na oficina, ao lado do simpático cão Banzé, e tem pouca esperança de ver seu teatro funcionando novamente.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação