Quando o escritor Steve Duno, autor do livro Lou, o melhor cão do mundo, decidiu levar para casa um filhote de vira-lata com rottwailer que encontrou à beira da estrada não imaginava como aquela atitude mudaria sua vida. O animal estava desnutrido, infestado de carrapatos e pulgas, e malcheiroso. Mesmo assim, conquistou o coração de Steve. A paixão e a amizade por aquele cachorro levaram o autor a aprender técnicas de adestramento para ensinar Lou. Lia livros e tudo o mais que chegava às suas mãos sobre o assunto. Nos treinos, o cão aprendia rápido. Inteligente, sempre demonstrou interesse para o aprendizado. O cão parecia entender exatamente o que Duno queria dele. Era doce, brincalhão e conquistava a todos por onde passava.
Certa vez, levado a uma escola infantil para fazer uma demonstração às crianças, Lou deu uma aula para os pequenos. Deitou e rolou no chão, levantou as patas, fingiu-se de morto. Mas o que faz um cão ter tamanha cumplicidade com o dono? O que faz com que um companheiro seja considerado especial? O que é capaz de estabelecer tão fortes vínculos entre animais e donos? No caso de Lou ; uma antítese de Marley, o labrador conhecido como o pior cão do mundo, autor de travessuras que encantaram a todos e viraram livro e filme ;, a perfeita sincronia com o dono o levou a fazer coisas de fato muito especiais. Fiel e corajoso, certa vez, usou seu instinto para salvar a vida de Steve durante um assalto à mão armada. Em outra ocasião, perseguiu e imobilizou em estuprador. Também foi um excelente auxiliar quando Duno passou a trabalhar como adestrador de cachorros agressivos e problemáticos. No âmbito da saúde, Lou foi uma companhia agradável para uma senhora que sofria com mal de Alzheimer.
Assim como Lou foi motivo de alegria na vida do autor Steve Duno, a cadela Malu trouxe alento para sua dona e a livrou de uma depressão. Há algum tempo, Edinea Varela, 61 anos, teve câncer de mama. Depois do tratamento, passou a andar triste, chorando muito. Estava desmotivada e sem esperança. Decidiu, então, comprar uma cachorrinha. Na época em que Malu entrou na vida de Edinea, tinha pouco mais de um mês de vida. Hoje, com 1 ano, a linda cadelinha yorkshire é a razão do viver da servidora da Secretaria de Educação. Ela não hesita em dizer que a cadela ocupou seu tempo e a livrou da depressão. Apesar de Edinea ter outros cães, Malu conquistou o posto mais alto na escala de afinidade com ela. ;Ela é minha filha;, compara.
Em troca do carinho dispensado à dona, a cadelinha recebe atenção extra e muitos mimos: dorme no quarto de Edinea, num cantinho especial, com vários brinquedos coloridos, além de ter uma série de acessórios, como enfeites de cabelo, tudo na cor rosa, e outros inspirados na Barbie. A presença da cachorrinha está estampada por todo o quarto em fotografias na parede. Um sofá foi colocado junto à janela para que ela possa olhar a rua. Ali, a cadela acompanha tudo o que se passa na lá fora.
Lou, o melhor cão do mundo, também mereceu tratamento especial do dono, mesmo no fim de sua jornada, aos 16 anos. Nos seus últimos dias recebia cuidados especiais de Duno. Era levado no colo, recebia comida e medicação na boca. Seu dono o limpava com toda paciência quando não tinha tempo de fazer as necessidades em local apropriado. Tudo para que vivesse da melhor forma possível. E assim foi.
Leia na edição impressa, uma entrevista com o autor Steve Duno, dono de Lou