Em classificados de jornais, fachadas de pet shops, murais de padaria e sites de relacionamentos, há sempre anúncios de animais perdidos. Por que eles somem tanto assim? Perda, fuga, roubo? É difícil dizer. As razões são as mais variadas, avalia a ONG ProAnima. Mas a dificuldade para reencontrá-los costuma ter um denominador comum: a falta de identificação.
O modo mais simples de identificar o mascote é com plaquinhas na coleira. Podem ser simples (de acrílico, por exemplo), ou de ouro, não importa. Mas, atenção: muita gente grava só o nome do pet no pingente. Não adianta nada ; é o contato dos donos, com telefone ou endereço, que ajudará seu amigo a voltar à casa, caso esteja em posse de alguém bem intencionado.
A advogada Érika Araujo, 27 anos, é dona de Tiffany, uma yorkshire de 10 anos. ;Era só abrir o portão para ela sair correndo e dar uma volta, mas sempre voltava;, relata. Um dia, a história foi diferente. Sem identificação alguma, a cadelinha ganhou o mundo. Érika e a família foram a todos os estabelecimentos perto da residência e espalharam fotos, faixas e cartazes. Foram quatro dias de procura. Por sorte, a cadela estava sob os cuidados de um homem que a havia encontrado. Hoje, Tiffany não sai de casa sem o nome e o telefone bem à vista.
Gerson Silva, 30 anos, funcionário público, esteve na situação oposta: encontrou um husky siberiano em um conjunto do Lago Sul. O cachorro estava de coleira e guia, mas sem identificação. Silva planejava ficar com o animal se não encontrasse o dono, mas, depois de cuidar do pet por três dias, viu uma faixa sobre a perda e o devolveu aos donos, que, segundo ele, estavam desolados: ;Era como um filho para eles;.
As placas de identificação, é claro, não protegem os bichos da eventual má-fé de quem os encontra. É aí que está a vantagem dos microchips. De acordo com o veterinário Raphael Zille, os animais microchipados só podem ser vendidos pelo dono registrado. Do tamanho de um grão de arroz, cada chip tem uma sequência de números diferente: ;É o RG do animal;, afirma a veterinária Verônica Foltyneck. Eles são injetados sob a pele do bicho com uma agulha de aproximadamente 3cm. Zille compara a dor à de uma vacina qualquer. O procedimento custa em torno de R$ 250. Todos os animais com chips são cadastrados na Associação Brasileira de Microchip Animal. Segundo a organização, já são mais de 53 mil cadastros.
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