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A arte de deslizar

Sensação na década de 1990, os patins retornaram como atividade adulta, atraindo, inclusive, praticantes da terceira idade. Para estes, as eventuais quedas são motivo de preocupação

postado em 08/07/2012 08:00

Sensação na década de 1990, os patins retornaram como atividade adulta, atraindo, inclusive, praticantes da terceira idade. Para estes, as eventuais quedas são motivo de preocupaçãoHá quem ache a cena estranha: o embaixador e escritor Antônio Rocha, de cabeça branca e equipado com patins, capacete, cotoveleira e joelheira, deslizando pelo estacionamento n;3 do Parque da Cidade. Ao redor dele, vários colegas fazem demonstrações de destreza em cima de rodinhas. Febre nos anos 1990, a patinação está sendo redescoberta por quem prefere se exercitar ao ar livre e com uma dose alta de desafio. E não são só os jovens que procuram a modalidade ; é cada vez mais comum ver a terceira idade se aventurando nos patins. ;Desde que o idoso tenha boa saúde, musculatura adequada e experiência com esse tipo de esporte, o risco é o mesmo daquele enfrentado por um adulto. Ressalte-se que, havendo qualquer acidente, as consequências e o tempo de recuperação podem ser maiores devido à fragilidade dos tendões, principalmente os do ombro;, afirma o geriatra Renato Maia. Para quem faz uso de medicamentos controlados, é bom prestar atenção aos que têm alguma influência no equilíbrio e nos reflexos, como tranquilizantes e anti-hipertensivos.

Como fitness, a prática é puxada. Trabalha bastante as pernas e o bumbum, mas sem deixar de lado os braços, que são acionados para manter o equilíbrio, além da região abdominal, que fica sempre contraída. Em uma aula de uma hora, o aluno consegue queimar cerca de 600 calorias. ;Além dos benefícios musculares, a patinação ainda traz condicionamento físico, melhora a área cardiorrespiratória, a coordenação e o equilíbrio;, explica a professora Fátima Figueirêdo, que dá aulas de patins há mais de dez anos. Antônio Rocha adiciona mais benefícios à modalidade: ;O exercício físico ajuda na memória, e eu percebi diferença nas minhas habilidades. Além disso, minha pressão está estabilizada e eu que sempre fui um cara meio desajeitado, tenho trabalhado o meu equilíbrio com o patins;. Para os iniciantes, uma dica importante é respeitar os próprios limites, sem abusar da velocidade e sempre consciente de que acidentes podem acontecer com qualquer um.

Mesmo com os equipamentos de segurança, cair de mau jeito pode resultar em fraturas e lesões sérias. ;Uma pessoa de 65 anos que caia do patins e bata com a cabeça, embora usando capacete protetor, pode desenvolver um hematoma intracraniano cujos sintomas podem demorar três meses para serem notados;, relata Renato Maia. As quedas assustam, mas a professora Fátima conta que, com acompanhamento de um profissional, é possível, inclusive, aprender a cair diminuindo o impacto. ;Temos aulas em que não há nenhuma queda, no máximo uns escorregões simples. Quando se aprende com técnica, com uma fase no gramado, onde há mais resistência para que o aluno aprenda a se equilibrar, a parte do asfalto fica mais fácil;, explica.

Antônio Rocha, que faz aulas há dois meses, lembra que só caiu uma vez ; e a culpa nem foi dele. ;Estava na ciclovia quando um ;arrastão; de corredores me atropelou. No ambiente controlado das aulas, nunca tive nenhum problema;, conta. O diplomata sempre foi daqueles que procuram desafios e, quando a esposa, Nice, resolveu começar as aulas de patins, Antônio aderiu à ideia. Para ele, o mais gratificante da aula é simplesmente se equilibrar. ;É como andar no fio da navalha.; E Antônio aprende rápido. Nos próximos meses, ele vai participar de uma corrida no Rio de Janeiro que funciona nos moldes das corridas de rua: sem pódio. O objetivo é completar o percurso.

Benefícios
- Auxilia no controle do peso;
- Fortalece os ossos, músculos, tendões e ligamentos;
- Desenvolve a flexibilidade, equilíbrio, agilidade, força e resistência;
- Aumenta a resistência muscular, modela a musculatura dos membros inferiores, especialmente coxas e glúteos;
- Quando o tronco é levemente projetado para frente, trabalha costas e abdômen;
- Auxilia no desenvolvimento da coordenação motora e também melhora o condicionamento respiratório.

Fonte: Fátima Figueirêdo

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