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Felino domado

Quem disse que gato também não pode ser treinado? Com algumas técnicas específicas, é possível deixá-lo mais tranquilo e companheiro do dono

postado em 15/07/2012 08:00

Quem disse que gato também não pode ser treinado? Com algumas técnicas específicas, é possível deixá-lo mais tranquilo e companheiro do donoEm geral, diz-se que gatos são animais naturalmente muito mais quietos e independentes que cachorros, o que não significa que eles não gostem de brincar e interagir com o dono. Só é preciso ter paciência e descobrir exatamente do que o seu animal gosta. Segundo Cláudia Terzian, veterinária, adestradora e consultora de comportamento animal, gatos são bichos curiosos, portanto, aproveitar-se disso para interagir com eles é uma boa ideia. ;Estamos acostumados com o treinamento de cães, mas não com o de felinos. Muitos acreditam, simplesmente, que os bichanos não são inteligentes o suficiente ou que não têm interesse em aprender. Tudo isso é um grande equívoco.; De acordo com a veterinária, qualquer treinamento se baseia no princípio da resposta condicionada. Com estímulos, que podem ser guloseimas, brinquedos ou carinho, qualquer animal pode ser treinado.

Os gatos são realmente mais difíceis de adestrar por serem muito suscetíveis ao estresse. ;Não é sempre que eles aguentam 40 minutos de treinamento. Às vezes, temos que parar um pouco e continuar depois;, conta Cláudia. Isso mostra a importância do respeito pelo limite do animal. Ela usa a técnica do clicker, barulho seguido de recompensa ; usada no treinamento de elefantes, macacos, pássaros e até tigres. O que é indispensável no adestramento de qualquer bicho é conhecer bem a espécie e o seu comportamento: ;Simplesmente colocar uma guia no gato vai deixá-lo estressado, não é como com o cachorro;, exemplifica Cláudia.

Normalmente, a procura por um adestrador de gatos ocorre porque o animal de estimação faz necessidades no lugar errado, arranha as cortinas e sofás ou é muito agressivo. O adestramento dos felinos começa com a conquista do interesse do animal, e, a partir daí, consegue-se trabalhar com ele desde a utilização da caixa de areia, algo mais natural, até a eliminação de comportamentos desagradáveis e as brincadeiras e os truques. É também muito útil habituar o felino a certas situações pelas quais ele vai passar, como escovação dos dentes e corte das unhas. Fazer tudo isso é muito mais fácil com filhotes.

Sofás e cortinas preservados
Nem sempre a situação exige um treinador profissional. Para gatos que arranham cortinas e sofás, há disponíveis no mercado, por exemplo, várias opções de produtos para minimizar e até eliminar esse comportamento. São truques ; não necessariamente um treinamento ; que podem ser bem úteis. É comum usar solução de feromônio nos sofás e cortinas. O odor dá prazer ao gato e ele não vai querer destruir nada que tenha esse cheiro. Além disso, é importante que o felino tenha um arranhador. Se ele não pode afiar as unhas no sofá, precisa de outro lugar para fazer isso.

Para Rita, a gata da estudante Gabrielle Cardozo, 21 anos, o arranhador foi suficiente. Já para Zeca Bento, bichano do estudante Antonio Barra Junior, 23, não. ;Ele destruía tudo. Agora, pelo menos, ficou só com o sofá;, diz o rapaz. Junior optou pelo arranhador para solucionar um problema; já Gabrielle, para evitá-lo: ;Compramos antes mesmo de ela chegar aqui em casa;, lembra a jovem. Trabalhar com a prevenção de comportamentos indesejados, como fez Gabrielle, dá mais resultado, segundo especialistas.

Antonio aprendeu sozinho a lidar com Zeca Bento. Só chama o amigo pelo nome composto para brigar. E o gato logo percebeu isso. A pia do banheiro é cedida a ele para que tire uma soneca, mas escovas de dentes tiveram que ser retiradas dali. Zeca faz tanta arte que o dono brinca que ele parece mais com um cachorro. ;O sofá precisou ser reformado por causa das travessuras dele, mas já está todo estragado de novo;, lembra. O bichano também já quebrou cinco espelhos da casa.

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