Termina o inverno, começa a primavera e usamos as tendências que saltam das passarelas diretamente para as araras das lojas. Da mesma forma, a decoração veste os ambientes da casa com as novidades de cada estação. Mesmo que atuem em campos distintos, o design de moda e o de interiores sempre compartilharam referências ao longo de décadas. No entanto, a proximidade entre esses dois segmentos ficou evidente nos últimos anos. Para apresentar esse cenário, a 21; edição da Casa Cor abre as portas neste fim de semana com o tema Moda, Estilo e Tecnologia. A mostra de arquitetura e de decoração, aberta até 6 de novembro, apresenta ao público estampas, materiais, texturas e cores que atualmente servem de referência tanto para estilistas quanto para arquitetos e decoradores.
No Atelier de estilismo assinado por Flávia Amorim e Renata Melendez, do Studio AZ de Arquitetura, os tons pastéis que colorem as semanas de moda em todo mundo dialogam com outros elementos decorativos que fazem referência ao mesmo tema. Destaque para uma máquina de costura Singer vintage e um manequim que, durante o evento, será vestido com roupas da nova coleção da Avanzzo, parceira das arquitetas nesse ambiente. "Nosso objetivo é aproximar as criações que vemos nas passarelas ao projeto de arquitetura. Um exemplo disso são as candy colours, tendência nesta estação."
A Bilheteria criada pela designer de interiores Juliane Moi e por sua filha, a estudante de arquitetura Tainá Moi, apresenta como inspiração o trabalho do estilista Jum Nakao. "Usamos como referência um desfile apresentado por ele no São Paulo Fashion Week, em 2004, onde mostrou a efemeridade da moda. A decoração também traz essa característica hoje", acredita Juliane. As estamparias dos móveis fazem referência às combinações de desenhos apresentados por muitas grifes no último semestre. O ambiente foi colorido por um verde "Mata Atlântica" que, segundo a designer, é uma cor tendência neste ano. Nele, um manequim vestido com roupas de papel é emoldurado por um painel com acessórios, também feitos de papel.
No ambiente Family Room, criado pela arquiteta Walléria Teixeira, uma extensa parede lateral do ambiente é revestida por um tecido criado pela estilista Adriana Barra. Artista paranaense conhecida por suas coloridas estamparias, Barra deu início, neste ano, a essa parceria com a decoração por meio da nova marca: a Tea, see...do! (uma brincadeira sonora com a palavra tecido). A grife de estampas criada para um lar estiloso lar concretiza um sonho de adolescência dela. No site da nova marca, Adriana adianta: "Os clientes têm liberdade de fazer o que quiserem com os tecidos no universo da decoração, seja em sofás, almofadas, pufes, cadeiras, entre outros".
Nas vitrines
Em Brasília, algumas lojas de decoração já assimilaram o diálogo entre moda e design de interiores. Na Uma Casa, por exemplo, é possível escolher entre 48 variedades de tecidos e papéis de parede assinados pelo estilista norte-americano Ralph Lauren. São sedas, tweeds, rendas, couro, camurças, veludos e cashmeres em diferentes padronagens, como a sóbria composição em preto e branco acima.