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A moda nas mãos e aos pés delas

Editoras de moda de publicações internacionais protagonizam livros e filmes. Não é à toa. Mulheres como Diana Vreeland e Grace Coddington são capazes de ditar o que as mulheres do mundo todo vestem e pensam sobre o tema

postado em 28/10/2012 08:00
Editoras de moda de publicações internacionais protagonizam livros e filmes. Não é à toa. Mulheres como Diana Vreeland e Grace Coddington são capazes de ditar o que as mulheres do mundo todo vestem e pensam sobre o temaNos últimos anos, a bibliografia e filmografia sobre moda têm crescido. Surgem documentários e autobiografias que contam a história das pessoas mais importantes dessa área e até livros infantis para começar a dar às crianças uma noção sobre o assunto.

Durante a última Semana de Moda de Nova York, por exemplo, estreou o documentário Diana Vreeland ; The eye has to travel, sobre a editora de moda Diana Vreeland, que comandou publicações, como Harper;s Bazaar e a Vogue. Depois foi a vez de Grace Coddington, atual diretora criativa da Vogue, confirmar os rumores de que lançaria uma autobiografia. Apesar de serem pouco conhecidas por quem não acompanha muito o desenrolar do meio da moda, essas mulheres foram superimportantes em definir o estilo das pessoas durante décadas. A trajetória delas está diretamente ligada às mudanças estéticas do último século. Não há como negar: elas têm história para contar para quem gosta e também para quem não liga nem um pouco para a moda.

A queridinha
Grace Coddington, diretora criativa da Vogue americana, ficou conhecida pela maioria dos fashionistas depois do documentário The Setember issue, lançado em 2009. O objetivo do filme era contar o caos que é o fechamento da Vogue de setembro, considerada a edição mais importante do ano. O diretor R.J Cutler praticamente acampou na redação e o resultado revelou um pouco da personalidade de Anna Wintour, a polêmica editora-chefe da publicação. Mas ela não foi a única a se destacar. Em muitos momentos, é Coddington quem rouba a cena.

Com seus cabelos volumosos e ruivos, roupas sempre pretas, sandálias fora de moda, rosto enrugado e quase sem maquiagem, Grace conquistou o público. Na película, ela é a única pessoa que não se intimida com Anna Wintour. Chega a ridicularizar a poderosa colega quando precisa defender seu ponto de vista (por exemplo, quando veta o uso de celebridades na capa), mas se mostra doce e sensata perante os demais colaboradores.

Por isso, quando Grace anunciou o lançamento da autobiografia Grace: A Memoir, todos os apaixonados por moda entraram em êxtase. O alvoroço ficou ainda maior depois que ela andou para cima e para baixo com uma cópia do livro durante a Semana de Moda de Nova York, no mês passado. Os curiosos, porém, podem se decepcionar. O trabalho não traz fofocas nem farpas a Anna Wintour. A ideia de Grace é registrar a própria trajetória nesses 55 anos de carreira. Ela mesma fez as ilustrações e Michael Roberts, editor de estilo da Vanity Fair, é coautor do projeto.

O envolvimento da diretora com o mundo fashion começa em 1958, quando tinha 17 anos e ainda morava no País de Gales. Na ocasião, ela se inscreveu em um concurso para jovens talentos promovido pela Vogue. Foi ;revelada; e, rapidamente, tornou-se uma modelo de sucesso. ;Ela era uma celebridade, tinha uma beleza incrível. Eu era encantada por ela;, lembrou Anna Wintour à New York Magazine.

Sua carreira de modelo, porém, foi encerrada bruscamente aos 26 anos, quando sofreu um acidente de carro no qual perdeu a pálpebra do olho esquerdo. Dois anos após a batida, deu a volta por cima, voltando a trabalhar para a Vogue, dessa vez como criadora. Seus editoriais ganharam fama por contarem verdadeiras histórias, sempre com locações superproduzidas. Posteriormente, ela se mudou para Nova York a fim de trabalhar com Calvin Klein. A parceria com Anna Wintou começou em 1988 ; e dura até hoje.

Leia esta matéria na íntegra na edição n;389 da Revista do Correio.

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