Essencial para a vida, o ferro atua na síntese de células vermelhas no sangue e também no transporte de oxigênio para todas as células do corpo. O equilíbrio do mineral no organismo está relacionado a uma dieta balanceada - por isso, anemia e falta de ferro andam juntas. O primeiro sinal de que há carência do metal é facilmente identificado com um exame de ferritina. O problema é que essa variável não faz parte dos exames de sangue rotineiros, como os que medem a taxa de colesterol ou de glicose. "Assim, uma baixa na reserva de ferro acaba sendo detectada tardiamente", avalia a nutricionista Tamara Aragão.
Segundo a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do Ministério da Saúde, a anemia por deficiência de ferro preocupa mundialmente. Por isso, os médicos podem pedir o exame de ferritina para saber se o armazenamento de ferro não está deficiente. Mais suscetíveis a um quadro de pouca quantidade de ferro no organismo, as mulheres devem redobrar os cuidados. "Há perda de sangue durante a menstruação. Por isso, é bom que elas façam o controle com o hemograma e o exame de ferritina", aconselha a nutricionista. Normalmente, um adulto saudável apresenta de 40 a 160 microgramas de ferro no sangue - a quantidade varia muito e depende dos nutrientes ingeridos nas refeições.
Para se "abastecer" de ferro, a mudança começa pela boca. No consultório da nutricionista Tatiana França de Vasconcelos, uma das recomendações feitas aos pacientes é a ingestão de carne vermelha. E não adianta fazer cara feia: o fígado ainda é a melhor fonte por ser uma carne que reúne a maior concentração de ferro. Afinal de contas, todo o ferro ingerido pelo animal, durante a vida, é metabolizado por esse órgão. Também entram na lista as carnes brancas, os vegetais verde-escuros, a beterraba e o feijão. Quem for vegetariano, então, precisa ter uma orientação nutricional focada para que haja uma manutenção das reservas de ferro no organismo.
Além de reforçar a presença de certos alimentos no cardápio, é preciso abandonar velhos hábitos. Um deles é o cafezinho depois do almoço. "Na verdade, a cafeína é que deve ser evitada. Não só no café, mas também no refrigerante, no chocolate e nos chás mate, verde e preto. Além de dificultar a assimilação do ferro, essa substância prejudica a absorção de cálcio", alerta Tamara Aragão. Outra dica para melhor absorção desse mineral é acrescentar vitamina C à salada. "Dessa forma, há uma melhor absorção do ferro que se encontra no alimento", aconselha Tatiana Vasconcelos. Para tanto, bastam algumas gotas de limão ou a ingestão de algum suco cítrico logo após a refeição.
Tomados os devidos cuidados, é possível manter o metal em níveis adequados. Hoje, sabe-se que ele aumenta a resistência contra infecções e promove a capacidade de aprendizagem entre crianças. O elemento ainda reduz o risco de morte materna no parto e diminui o risco de nascimentos prematuros e de bebês com baixo peso. Como diria o simpático marinheiro Popeye, clássico personagem dos quadrinhos e desenhos animados, nada como uma boa quantidade de espinafre (fonte de ferro) para esbanjar energia e força.
Alimentos ricos em ferro
Carne vermelha // Camarão // Ostra // Vegetais e folhas de cor verde-escura: couve, rúcula, agrião, espinafre, entre outros // Tofu // Feijão, grão de bico e lentilha // Atum // Passas //Castanha de caju // Beterraba
Sinal de alerta
A mais importante proteína armazenadora de ferro é encontrada em todas as células, principalmente no fígado. Ela refere-se diretamente ao nível de ferro estocado no organismo, sendo um dos parâmetros mais importantes para diagnóstico diferencial da anemia, detecção do excesso de ferro e avaliação do estado desse mineral no sangue.
No laboratório
Solicitado por um médico, o exame de ferritina avalia as reservas de ferro do organismo. Os níveis dessa proteína são, em geral, avaliados em conjunto com outros exames de sangue. Esse exame detecta os níveis de três componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. O número de hemácias pode indicar ou não um quadro de anemia; o de leucócitos refere-se à defesa do organismo e pode indicar se há alguma infecção; já o número de plaquetas traduz como anda a coagulação do sangue e alerta para riscos de trombose.
Sinais de anemia (somente exames laboratorais podem assegurar um diagnóstico preciso)
Fadiga generalizada
Anorexia
Falta de apetite
Palidez da pele e das mucosas (parte interna do olho, gengiva, etc.)
Menor disposição para o trabalho
Dificuldade de aprendizagem
Apatia
Fonte: Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição - CGAN, nutricao.saude.gov.br