O tempo do sexo frágil já era. Desde o protesto conhecido como "a queima de sutiãs" (contra um concurso de beleza, em 1968) até os dias atuais, muito mudou. A emancipação feminina se reflete também no universo dos esportes radicais. A desenvoltura das moças mostra que os estereótipos é que são fraquinhos, fraquinhos...
Diana Nishimura, 39 anos, professora de educação física
Além de canoagem, a atleta pratica paraquedismo. Já foram 500 saltos em 15 anos, mas ela admite que sente medo toda vez. "É normal, né? Porém, creio que, quando mais moça, era mais desprendida." Para Diana, esportes de aventura funcionam mais quando se é jovem e despreocupado. Em relação a ser mulher, ela acha que não existe nenhum empecilho. "É óbvio que os homens têm mais disposição genética para alguns esportes, mas isso não impede nós, mulheres, de desenvolvermos a mesma capacidade", afirma. A professora orienta que é preciso muito treino antes de se aventurar. "Vejo muita mulher se machucando por não ter se preparado. O mais importante é desenvolver consciência corporal", aconselha.
Maria Rodrigues, 49 anos, instrutora de rapel
A relação da monitora com a natureza vem de criança. "Morava em Goiás, sempre gostei de mato, de pedra, por isso me apaixonei pelo rapel", explica. Ela já escalou em Mato Grosso, em Goiás e em São Paulo. Sobre o medo, diz que é essencial. " Sem ele, a gente não se sente seguro." A monitora orienta que a natureza é viva, e como consequência, móvel: é preciso desconfiar sempre. Os praticantes podem descer de cachoeiras, grutas e até prédios usando equipamentos e conhecimentos que garantem a segurança. "Um bom instrutor e a checagem dos equipamentos são fundamentais", diz Maria. Além do rapel, a instrutora pratica tirolesa, rafting (canoagem em bote) e ciclismo %u2014 pedala de São Sebastião ao Plano Piloto todos os dias. "Creio que esportes são para todos, não tem essa de homem e mulher. Rapel é dos 7 aos 170 anos", brinca.
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