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Além da calcinha bege

Necessária no armário de qualquer mulher, a lingerie neutra tem ganhado outros tons, mais atraentes e charmosos, e que também não marcam a roupa

postado em 07/04/2013 08:00

Os homens odeiam. Acham que corta o clima. As mulheres não vivem sem. Dizem que são práticas. Independentemente da polêmica, a calcinha bege não sai de cena. Os dados estão aí para provar: a cor é a mais vendida dos produtos oferecidos pela Hope, marca líder do mercado de lingerie. Mais que o vermelho, que o preto, e até que o branco. Não adianta, a lingerie básica, tipo calcinha de vovó, está no coração das brasileiras.

Ao contrário do que se acredita, o fato de a cor não marcar ou deixar a calcinha à mostra quando são usadas roupas claras não é a principal razão pela qual as mulheres colocam essa peça na gaveta. "Na verdade, a lingerie bege funciona como uma segunda pele. A mulher não tem que pensar como vai combiná-la. É prática. É menos uma coisa para se preocupar no dia", revela Gaíta Mello, gerente de produção da Hope.

Apesar de a maioria delas cair de amores por esse tipo de lingerie, existem outras tantas que a rejeitam completamente. Mas há uma maneira mais charmosa de produzi-las? Muitos estilistas tentam criar uma solução. "O grande ;problema; seria realmente a cor, pois não é sexy nem fofa, mas temos clientes fiéis a ela. Por isso, oferecemos esse tom de uma forma mais diferenciada em nossas modelagens, já que não dá para deixar de ter", explica Thaís Gusmão, designer de marca homônima.

Além de investir em modelos diferentes, há dois anos as empresas do ramo estão criando peças básicas, que fiquem escondidas, mas que não sejam no tom de pele. Após pesquisas, descobriram algumas cores que não aparecem demais e, ao mesmo tempo, são mais interessantes. Surgiram aí o vinho, o lilás, o rosa e o café. Mais do que isso, chegaram à conclusão de que não é só a cor da peça que interfere ao ser colocada perto do tecido. "É importante considerar também que é preciso uma lingerie diferente para cada tom de pele", explica Fernanda Cardim , estilista da marca carioca Verve.

"Adicionamos outros tons que são mais democráticos. Uma calcinha bege em uma mulher negra, por exemplo, não tem o mesmo efeito do que em uma mulher parda. É preciso coordenar essas duas questões para deixá-la ;transparente;. O bege ser usado para essa finalidade já é um conceito ultrapassado", completa. Há 10 anos no mercado, a Verve nunca usou o tom em sua cartela de cores. Nas coleções, ele só aparece em estampas ou em peças com rendas, cetins e outros materiais mais interessantes. A marca é a prova de que é possível sobreviver com outros tipos de produtos. Seria o fim da lingerie bege?

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