Jornal Correio Braziliense

Revista

Memórias candangas

Para a brasiliense que nasceu no Hospital Distrital e é três anos mais nova que a capital, as tesourinhas marcaram fases da vida. Na infância, quando as vias eram desertas e havia pouquíssimos moradores, tios audaciosos se divertiam fazendo o carro voar pelos viadutos ; tobogã candango, frio na barriga! Tempo sem atrações, quando a cidade era um grande autorama. Na adolescência, as divertidas pedaladas na descida e o sofrimento nas subidas.


Começar a dirigir e o trauma de fazer o controle de embreagem com o trânsito parado no fim da ladeira, pior para quem dirigia um opala de três marchas (o câmbio era no volante e, volta e meia, encavalava). A sorte que era uma época em que dava para descer do carro, abrir o capô e arrumar sem levar buzinadas. Estranho hoje é ouvir alguém dizer que se perde nos anéis e que não sabe para que servem as tesourinhas.