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Atitude por milímetro

Alargadores ganham formas mais delicadas e ajudam a compor o look em ocasiões diversas. Iniciantes devem ter cuidados redobrados

postado em 09/06/2013 08:00
Alargadores ganham formas mais delicadas e ajudam a compor o look em ocasiões diversas. Iniciantes devem ter cuidados redobrados
Alargadores existem há muito tempo. No Brasil, é costume registrado entre diversos povos indígenas ; waurás, caiapós e botocudos usam o adereço para alargar a boca e as orelhas. "Não se sabe bem como nem onde começou esse hábito, pois ocorre em várias partes do mundo. Há indícios de que a origem vem antes mesmo da escrita, ainda no Egito", conta a artista plástica Joana Losada, 25 anos. Adepta do body art, ela começou a usar alargador ainda na adolescência, por achar bonito e também uma forma de expressão. "Serve tanto como algo estético quanto como uma manifestação artística", comenta. A artista diz que o acessório está sendo desmistificado ; e que o preconceito está menor.

Os iniciantes devem ficar atentos aos primeiros passos e consultar um body piercer antes de começar o processo. "A pessoa pode até alargar em casa, mas o risco de complicações é maior", explica o body piercer e tatuador Alex Garcia. Sem as orientações, a orelha pode inflamar, ter queloides ou até ter a cartilagem rompida pelo uso de alargadores exagerados. Garcia explica os dois métodos para alargar as orelhas: o convencional, conhecido como stretching, e o cirúrgico. O primeiro consiste em esticar o buraco aos poucos por meio de pinos de inserção. O furo deve ser feito no centro do lóbulo, para não correr o risco de rasgar. "Os pinos de inserção têm forma de cone e servem para forçar a dilatação da pele", explica o body piercing.

No método cirúrgico, faz-se um corte com bisturi para, depois, passar o pino de inserção e colocar o alargador. A vantagem do método cirúrgico é a dimensão do buraco, que pode ser alcançada com maior facilidade em menos tempo ; com o corte, é possível chegar até a 10mm de diâmetro. No método tradicional, a indicação é que se aumentar o diâmetro de dois em dois milímetros, uma vez por mês. Se não quiser mais usar o alargador, a joia deve ser retirada e o furo tende a fechar naturalmente.

"Isso vai depender de cada orelha e da cartilagem de cada um. Normalmente, furos de até 12mm fecham sem intervenção. Se isso não acontecer, pode-se costurar a cartilagem", orienta Garcia. Os acessórios são fabricados em vários materiais e há modelos para todos. Para quem ainda não perdeu o medo, há a opção do alargador falso. "Dependendo da ocasião, dá para se divertir escolhendo o alargador certo. Existem uns mais casuais, para o dia a dia, e outros mais delicados, para festas, por exemplo", comenta Joana.

Primeiros passos
Consultar um profissional de body piercer.
Em um primeiro momento, optar por alargadores de titânio, teflon ou aço cirúrgico, pois são biocompatíveis e ajudam na cicatrização.
Aqueles que não se adaptam ao peso da joia, podem optar pelos alargadores de borracha, mas só após a cicatrização.
A limpeza diária, com sabonete antisséptico, é fundamental.

Em caso de acidente
Se o lóbulo se rompeu, ou seja, se a orelha rasgou, é possível corrigi-la por meio de uma cirurgia com anestesia local. É feita a reconstrução do lóbulo, os pontos são tirados depois de 10 dias. A pessoa pode voltar a fazer um novo furo depois de, no mínimo, três meses.

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