Ter um animal saudável, com procedência garantida e de raça pura é o que muitos donos desejam. Para certificar tais aspectos, existe o pedigree, uma espécie de registro que garante algumas características do animal. Tamanho e tipo da pelagem, cores e locais de manchas, porte, formato de rabo e focinho são alguns dos requisitos observados, de acordo com as especificidades de cada raça, para atestar a pureza do bicho.
No Distrito Federal, o responsável pela emissão e gestão do certificado é o Kennel Club de Brasília. A entidade, que comemora aniversário de 40 anos em novembro, é a única do Distrito Federal filiada à CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), que, por sua vez, é filiada à FCI (Federação Cinológica Internacional), a referência máxima da cinofilia mundial, contando com associações de 87 países e contemplando 343 raças.
O pedigree é algo que funciona como a carteira de identidade do cachorro, uma espécie de garantia de procedência dele. Segundo Pedro Lóes, diretor administrativo do Kennel Club, o documento contém dados como a linha de ancestrais (dos pais, avós e bisavós) do animal, além do nome do canil onde nasceu e as informações sobre criadores e sobre o proprietário.
Porém, para obter esse certificado, existem alguns passos que devem ser seguidos. Inicialmente, o dono da fêmea ; seja criador profissional ou não ; precisa comunicar o acasalamento dos cães ao Kennel Club, assim como a data do parto. A pessoa tem entre 25 e 90 dias, após o nascimento, para registrar a ninhada. Para solicitar o pedigree de um cachorro, no entanto, é necessário que os pais deles também o tenham.
A criadora de yorkshire terrier e dona do canil Von Hundehof, Marise Castilho explica que durante o processo de obtenção do pedigree é feito um cuidadoso acompanhamento da ninhada, mesmo antes de os filhotes nascerem. "Nós comunicamos o acasalamento, depois o nascimento e voltamos para fazer o registro. Nesse ponto, funciona como um cartório mesmo", diz ela.
Marise ainda afirma que o pedigree é mais do que um simples registro do animal. Ele indica o cuidado e a seriedade com que o canil, ou o dono, trataram a ninhada. O documento ainda atesta que o cachorro segue o padrão da raça e não possui desvios genéticos, que podem se manifestar tanto no físico, quanto no comportamento dele.
Para quem vai comprar o cãozinho, o pedigree é uma segurança. Marise alerta que existem os criadores que não são registrados pela CBKC, por isso, a dica é fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre a origem do animal antes da escolha. "Quando a pessoa entende um pouco de cachorros, ela procura um criador que tenha nome, que tenha história e que seja especializado na raça. Não vai comprar qualquer cachorro de anúncio de jornal", diz.
Saiba mais
- Qualquer pessoa pode solicitar o pedigree de uma ninhada, desde que os pais dos filhotes também tenham o certificado.
- Os filhotes com pedigree podem custar mais que o dobro do que outros sem o registro. Por isso, no ato da compra, verifique a documentação dos pais e da ninhada.
- O prazo máximo para solicitação do pedigree é de 90 dias após o nascimento da ninhada. Até 120 dias, ainda é possível registrá-lo, mas o dono pagará uma multa.
- O custo do documento varia de R$ 83,20 a R$ 109,90. O valor depende da data de nascimento dos animais.
- Somente os cachorros com esse certificado podem participar de competições e exposições, por exemplo.
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