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Prontos para decolar?

As companhias aéreas têm algumas regras para embarcar cães e gatos. Em geral, elas levam em consideração o tamanho e (acredite) o focinho do pet

postado em 29/09/2013 08:00

As companhias aéreas têm algumas regras para embarcar cães e gatos. Em geral, elas levam em consideração o tamanho e (acredite) o focinho do petA ideia de incluir seu cãozinho ou gatinho nas viagens de família parece pura diversão. Infelizmente, não é tão simples assim. Existem, pelo menos, dois fatores a serem ponderados. Primeiro, o passeio inclui deslocamentos aéreos? E qual é a raça da mascote? São questionamentos fundamentais porque cada empresa de aviação tem regras próprias a respeito - e nem todo animal consegue enfrentar voos sem sofrimento.

Comecemos por esse último aspecto: pets de focinho achatado (os chamados braquicefálicos) estão proibidos de embarcar em compartimentos de carga ou no porão da aeronave - cuidado observado por praticamente todas as companhias. O que acontece é que esses animais, devido a suas características anatômicas, são mais propensos a desenvolver problemas respiratórios e arritmia cardíaca, o que faz deles péssimos viajantes. O adestrador Lucas Von Glehn Duty, especialista em comportamento canino, explica que o transporte é estressante para qualquer bicho. Entre os braquicefálicos, como shih-tzus, buldogues, pugs, entre outros, o esforço pode ser fatal.

Entre os animais com focinho achatado, há um grupo específico que corre ainda mais risco, são os que, além da particularidade genética, desenvolvem a síndrome braquicefálica, um agravante para esses pets que já têm a respiração afetada. "A síndrome é uma condição que pode surgir nesses animais, caracterizada por um prolongamento do palato e pela estenose das narinas, que é o estreitamento do orifício nasal", detalha o veterinário Rafael Silva de Souza. Em ambos os casos, há uma exceção possível: os pequeninos, de menos de 5kg, podem sim voar, desde que ao lado do dono, na aeronave.

A restrição aos braquicefálicos é uma atitude preventiva das companhias. "Elas evitam para não haver riscos desnecessários, uma vez que o ambiente (de carga) é agressivo e barulhento", explica Lucas. No porão, os bichos são acomodados em caixas pequenas, especialmente desenvolvidas para esse fim. É escuro e pode ser frio. Além disso, há o componente emocional, pois o pet ficará algumas horas sem companhia em uma situação à qual não está habituado.

As concessões são feitas com todos os cuidados. Além do atestado médico assinado pelo veterinário, exigido em todos os casos, os donos assumem total responsabilidade pelo o que pode acontecer ao animal. A história de Maria Auxiliadora se encaixa nessa descrição. A gestora possui quatro shih tzus e todos chegaram a Brasília via aérea. A primeira, Bela, de 1 ano e sete meses, veio de São Paulo como passageira, ao lado da dona, dentro de uma caixinha. "Ela foi a estrela da viagem, todos queriam vê-la", diverte-se Maria.

Já os outros três não tiveram a regalia de viajar com "mãe" e foram enviados pelos vendedores como carga viva. Bob, Duke e Lady viajaram no porão da aeronave e, de acordo com Maria, isso não trouxe grandes problemas. "O Duke é que tem o focinho mais achatado, tem o osso mais afundado, e no entanto, chegou numa boa na gaiola. O Bob veio de Londrina, mas também não teve nenhum problema", conta.

A gestora acredita que a situação depende do animal e também das precauções. Entre elas, o acompanhamento de um veterinário de confiança e até mesmo o uso de tranquilizantes. "Eu não vejo risco, eles se sentem confortáveis. O importante é comprar a caixinha que tenha mais espaço e que tenha janelas de ventilação."

Leia na edição impressa a íntegra da matéria e o posicionamento das companhias aéreas

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