Altamente disseminadas no país, as doenças transmitidas por carrapatos são um verdadeiro flagelo para os pets. Cientes disso (e da possibilidade de também se contaminarem), os donos devem dar combate ao parasita. A dona de casa Fátima Cerqueira, 42 anos, já declarou guerra. Ela mantém, em casa, um abrigo de cães de grande rotatividade, daí o controle extremo. "Assim que eles chegam, já dou um banho com xampu e uso um carrapaticida", garante. Atualmente, são 16 inquilinos ; cinco de estimação e 11 temporários.
Em geral, o tratamento em cachorros infestados é feito com produtos específicos, disponíveis em forma de sabão líquido ou de spray. Há também um tipo de coleira que inibe a proliferação do inseto. "Às vezes, os donos ficam impacientes com o processo, porque os carrapatos precisam entrar em contato com o princípio ativo do remédio. Como eles ficam no ambiente, é preciso esperar que retornem ao animal para o produto fazer efeito", explica a médica veterinária Isabela Coudry.
Mike, um vira-lata de porte pequeno, está há quatro anos com a família de Raimunilza Lucena, 48. Durante todo esse tempo, ele teve carrapato uma vez, há cerca de um ano. "Eu costumava deixar ele passear e ele sempre ia para a graminhas no fim da rua. Acho que foi lá que ele pegou", conta a dona. Ela o levou ao veterinário e deu início ao tratamento, que foi bem demorado. "Foram alguns meses, mas deu certo. Desde então, não aparece mais nenhum", conta a dona de casa.
Ao contrário do que muitos imaginam, o artrópode, que se alimenta de sangue, não mora no animal ; o inseto sobe, pica e desce novamente. "Quando o dono acha um carrapato no cachorro, é certeza que tem muito mais no espaço em que ele vive", afirma Isabela Coudry. Por isso, na hora do tratamento, todo cuidado é pouco com o canil, o lugar de dormir e o gramado frequentados pela mascote.
"É preciso passar inseticida, além de produtos específicos contra carrapatos na casa. Enfirm, fazer a dedetização", explica a veterinária Raiana Fernandes Leite. Ajuda bastante lavar regularmente os objetos de uso do cão. Tanto Raimunilza quanto Fátima sempre higienizam o espaço em que os animais costumam ficar. "O chão é lavado todos os dias, e além dos banhos semanais nos cachorros, lavo a casinha e os panos que ficam no ambiente", revela Fátima. Já a dona de Mike passou a limitar os itinerários e vigiar os passeios do animal na medida do possível. Ela age corretamente, mas é um trabalho difícil, visto que os carrapatos se locomovem com facilidade, "grudando" até em roupas e calçados.
Leandra Monnerat, 32, entende bem esse aspecto. A bancária mora em apartamento há quatro anos e costumava passear todos os dias com seus três cachorros, Bruce e Bardô, um casal de malteses, e Ludi, um yorkshire. "Só notei que eles estavam infestados de carrapatos quando vi um pelo apartamento", lembra. Eles foram tratados e os carrapatos sumiram. Há um ano, porém, eles voltaram. "Eles não tinham contato com outros animais nem saíamos mais para não correr o risco. Quando fomos ao veterinário, ele confirmou que os carrapatos podem chegar de várias maneiras, até pelos muros."
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