A imagem de um cachorro com a cabeça na janela do carro, com a língua para fora e aproveitando o vento é conhecida e demonstra a alegria do animal. Outra lembrança que pode vir à cabeça quando tocamos no assunto é a do labrador do filme Marley & eu, com as pernas para fora do carro. Sem dúvida, a cena é pitoresca, mas esconde perigos para os pets e para os donos. Para um passeio seguro e agradável, algumas precauções são necessárias.
A veterinária Fernanda Coelho Viandell explica que os cuidados são diferentes entre cães e gatos, bem como entre os pets de pequeno e de grande porte. Os felinos só devem andar de carro quando extremamente necessário, e sempre em caixas de transporte. "Para o gato, é muito incômodo sair de casa, do seu ambiente", explica Fernanda. Para que eles se sintam mais à vontade e as saídas não se tornem momentos de estresse e medo, é importante que o bichano se acostume com a caixinha, que deve ficar sempre aberta e acessível, para ser encarada como um local seguro.
Os cães são mais tranquilos, o que não significa que os donos podem relaxar. Não há a necessidade da caixinha, a não ser que seja uma preferência do dono, mas itens de proteção são indispensáveis na hora de encarar a estrada. Para as raças pequenas, recomenda-se a cadeirinha, muito semelhantes àquelas para crianças. Trata-se de um cesto, atado ao cinto de segurança do veículo. Para as raças de grande porte, existem peitorais que amarram o animal pelo tórax. O equipamento é ajustável e, assim como a cadeirinha, acoplado ao cinto de segurança.
Holie, uma shih-tzu de apenas um ano está mais do que acostumada a andar de carro. Sua dona, Soraya Regina Bchara Nogueira, 52 anos, explica que a cadelinha já se habituou à cadeira de proteção. "Quando era bebezinha, andava no colo, porque era muito pequena, mas logo foi para a cadeirinha, igual a criança", brinca a dona de casa.
Deixar o cão solto no carro não é uma opção, porque distrai o motorista. "Nas raras vezes que andei com ela solta, a Holie chorou, ficou agoniada. E a minha atenção ficava muito mais nela do que no volante", admite Soraya Regina. Outro cuidado dela é andar com o vidro semiaberto, para evitar qualquer imprevisto e proteger os pedestres de reações inesperadas de Holie. Como exemplo do que não deve ser feito, a dona de casa lembra do episódio em que uma amiga bateu o carro porque seu cão pulou para o banco da frente, esbarrou no câmbio automático e engatou a ré. Além do prejuízo material, o pet feriu o focinho.
O que diz a lei
O Código Brasileiro de Trânsito não é específico quanto ao uso de cintos de segurança ou cadeirinhas, no entanto, traz suas ressalvas quanto ao transporte de animais em carros. De acordo com o artigo 235, os animais não podem ser transportados nas partes externas do veículo, com exceção para os casos autorizados. A infração é grave, e além da multa o veículo é apreendido. Já o o parágrafo II do artigo 252 especifica que o transporte de animais no colo do condutor ou à sua esquerda também está vetado, configurando infração média com multa. O Detran-DF informa ainda que não é permitido andar com os animais nos bancos da frente.
Os cuidados:
Evite buzinar, o barulho alto e próximo pode assustar e estressar o animal.
Não ouça música em volumes altos, a audição de cães e gatos é mais sensível que a nossa e o barulho pode causar problemas auditivos nos pets.
Nunca deixe o animal dentro do carro, principalmente no calor. A desidratação é um risco muito presente nesses casos.
Não exponha seu pet ao vento: ele pode desidratar e desenvolver doenças no aparelho auditivo.
Leve sempre água para o seu pet.
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