Um segredo não tão secreto da Revista do Correio: aqui nunca falta comida! É bolo, cuca, bombons, chocolates, biscoitos, salgadinhos. E, se o que a escritora Virginia Woolf disse está correto ; "Não se pode pensar bem, amar bem, dormir bem, se não se comeu bem" ;, aqui estamos sempre bem embalados. Na semana passada, foi a vez de ganharmos cookies. O prato, tão tradicional da cultura norte-americana, veio daquele jeito: crocante por fora, macio por dentro e com muito chocolate.
A guloseima despertou a curiosidade jornalística: qual será a história deles? Qual foi minha surpresa ao descobrir que ela existe e que, olha, é quase tão interessante quanto comê-los (essa sempre será a melhor parte). Lindolfo Paiva, criador da rede Mr. Cheney Cookies, conta que tudo começou por acaso. Na Alemanha, a preparação de um bolo perfeito dependia da temperatura ideal, em uma época em que os fogões eram a lenha. "Para saber o ponto, eles jogavam um pedaço da massa no fogo."
O tempo que aquele pedacinho levava para assar dava ideia de quão quente o forno estava. Tanto que a própria palavra cookie é originada do alemão koekje, que quer dizer "pequeno bolo". Mas não foram os alemães quem descobriram o prazer daquele pedacinho. Na verdade, os britânicos tiveram a sacada que aquele resto de massa poderia ser um ótimo acompanhamento para o chá.
Só que esse ainda não era o cookie que conhecemos hoje. Pelo menos não aqueles que vêm esparramando chocolate (não me canso de repetir essa palavra). "A tradição deles é americana. Lá, o cookie é como se fosse o nosso pão de queijo", cita Lindolfo. A versão de maior sucesso também aconteceu por acaso: Ruth Wakefield era dona de um chalé que ficava entre as cidades de Boston e New Bedford, chamado de Toll House Inc. Famosa na região, um dia ela resolveu usar uma barra de chocolate meio amargo da Nestlé na receita dos seus cookies. Acreditava que ela iria derreter e se espalhar. Mas não é que ele ficou com o mesmo formato, só que cremoso? O êxito foi tão grande que ela ganhou matéria em um jornal de Boston (obrigado, jornalismo), as vendas do chocolate Nestlé cresceram e, por conta disso, a empresa entrou em contato com Ruth, dando origem à famosa receita da marca. Lindolfo conta que entendeu a força dessa guloseima na cultura americana graças a um missionário mórmon com quem fez uma missão (o empresário segue a religião).
Ingredientes
3/4 xícara de açúcar cristal
3/4 xícara de açúcar mascavo
10 gotas de essência de baunilha
1 xícara de margarina com sal
1 ovo
2 1/4 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 xícara de nozes picadas
2 xícaras de gotas de chocolate
Modo de preparo
Pré-aqueça o forno a 190;C. Em uma batedeira, bata bem os açúcares com a margarina e a baunilha. Desligue a batedeira, coloque os outros ingredientes e misture com uma colher até desaparecer a farinha. Com um boleador de sorvetes pequeno, ou com a ajuda de duas colheres, distribua bolinhas da massa, com 2cm de distância entre elas, em uma assadeira de bordas baixas sem untar, e asse de 8 a 10 minutos ou até corar (o centro deve ficar mole). Asse apenas uma assadeira por vez. Deixe esfriar um pouco, desenforme e sirva.
Dica:
Se preferir, sirva com uma bola de sorvete
Tempo de preparo: 15 minutos
Rendimento: vai depender do tamanho do cookie
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