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De obesa a magrinha

Foi preciso muita força de vontade, mas a jornalista Fernanda Thedim perdeu 55kg e iniciou uma nova fase de vida. Sua saga está relatada num livro e resumida no bate-papo a seguir

Juliana Contaifer
postado em 24/11/2013 08:00
Foi preciso muita força de vontade, mas a jornalista Fernanda Thedim perdeu 55kg e iniciou uma nova fase de vida. Sua saga está relatada num livro e resumida no bate-papo a seguir

Fernanda Thedim sempre foi gordinha. Desde pequena, sofria com as brincadeiras dos amigos na escola por conta dos quilos a mais ; aos 12 anos, atingiu o patamar dos 80kg. Aos 18, a balança entrou nos três dígitos. Já adulta, assumiu o posto de colunista de gastronomia em uma revista e aí as refeições saíram do controle. Orgulhava-se de se sentar à mesa e provar quase todos os pratos do cardápio, ignorando as situações vergonhosas, como cadeiras que cederam ao peso no meio de uma refeição.

Ao atingir os 137kg e ser considerada obesa mórbida, Fernanda aceitou o desafio de sua editora ; documentar o processo de emagrecimento em uma reportagem. Durante um ano, seguiu uma dieta restrita, consultas semanais com um endocrinologista e a temida academia. O resultado? Cinquenta e cinco quilos a menos. Ainda faltam 5kg para o peso ideal, mas, segundo Fernanda, a batalha está longe de acabar.

Depois da reportagem, o projeto seguinte foi escrever um livro no qual documentava toda a ;guerra;. Assim nasceu Corpo novo, vida nova ; diário de uma ex-obesa. Nele, nada de dieta, mas algumas dicas valiosas de alguém que sofreu durante um ano para alcançar o peso ideal. Em entrevista à Revista, Fernanda conta como foi a experiência.

Por que resolveu escrever o livro?

O que me motivou muito foi a reação das pessoas à reportagem que eu havia feito. Recebi um e-mail de uma moça falando que a irmã dela tinha 15kg a mais e não conseguia emagrecer de jeito nenhum, já tinha tentado um milhão de dietas malucas e nunca dava certo. Ela resolveu engordar para fazer a cirurgia de redução de estômago, achou que era a chave para resolver o problema. Ela foi para a mesa de cirurgia e morreu. A irmã dela me disse que queria ter tido a chance de mostrar para ela minha reportagem, para mostrar que é possível. Acho que, hoje em dia, criou-se uma ideia de que emagrecer pelo jeito tradicional, com dieta e exercícios, é muito difícil ; e é mesmo. O livro é para mostrar que não é impossível.

Sua dieta era de poucos carboidratos e muitas proteínas. Como foi deixar de ser colunista de gastronomia, sempre cercada de comida, e mudar para uma dieta de calorias contadas?

É uma escolha. Eu sempre tive problema com comida, não era uma novidade estar gorda. Por fazer a coluna de gastronomia, eu tinha a desculpa perfeita. ;Sou crítica de gastronomia e tenho que comer à vontade.; Quando deixei esse cargo, não tinha mais desculpa para me encher de comida, então meu objetivo, teoricamente, ficou mais fácil. Mas, até hoje, se passo na frente de um brigadeiro, tenho que pensar mil vezes para não pegar. Tudo ainda é muito tentador.

Como faz para driblar as saídas com os amigos?

Eu tento comer alguma coisa antes. Se eu sei que vou sair, tento fazer um lanche dentro do permitido, nunca deixo para comer nos lugares. Se não tem jeito, eu peço logo uma salada ; assim, quando chega a batata frita dos amigos, fica um pouco mais fácil resistir.

Você foi diagnosticada com um transtorno de autoimagem, ou seja, não se via tão gorda quanto estava, uma espécie de anorexia às avessas. Acha que foi superado?
Eu me olhava no espelho e me via gorda, mas não tanto assim. Acho que eu criava uma imagem mais magra na minha cabeça para me aceitar melhor, para que aquela obesidade toda não me atingisse. É como nos Alcoólatras Anônimos, você tem que aceitar que tem um problema, aceitar que está gorda, que está com 130kg, e falar que ;sim, isso está acontecendo e preciso emagrecer;.

Leia a entrevista completa na edição n; 445 da Revista do Correio

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