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A medida da malhação teen

Duas horas por dia de atividade física deixa o adolescente com a cuca bem legal

postado em 02/12/2013 08:00

Duas horas por dia de atividade física deixa o adolescente com a cuca bem legal

Por Ricardo Teixeira


Uma hora é bom. Duas é melhor ainda. Duas horas por dia de atividade física é o ideal quando se pensa no bem-estar de um adolescente. Mais do que isso estraga. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada esta última semana no periódico Archives of Disease in Childhood.

Duas horas de atividade física por dia é o dobro do recomendado, mas parece que esse é o ritmo que promove mais bem-estar entre os adolescentes. E bem-estar é um fator que prediz o estado de saúde além de estar associado a menor comportamento de risco.

A atual pesquisa aplicou uma escala de avaliação de bem-estar físico e mental em 1200 adolescentes suíços com uma média de idade 18 anos. Essa é uma escala da Organização Mundial da Saúde que tem uma pontuação de zero a 25, sendo que abaixo de 13 é considerado nível de bem estar baixo. A participação em atividades físicas na semana foi classificada como baixa (0 a 3.5 horas), mediana (3.6 ; 10.5 horas), alta (10.6-17.5 horas) e muito alta (mais de 17.5 horas).


Tanto os voluntários com nível de atividade física baixo como os de nível muito alto tinham duas vezes mais chance de ter uma pontuação menor que 13 na escala de bem-estar. Aqueles do grupo de alta participação (10.6-17.5 horas) tinham maior pontuação de bem estar que os de participação mediana (3.6 ; 10.5 horas). Aqueles com duas horas diárias de atividade física eram os que tinham maior pontuação de bem estar.

Exercícios regulares tem reconhecido efeito positivo no estado físico e psíquico, promove a autoestima e reduz o estresse e transtornos de ansiedade e depressão. O exagero, como mostra a presente pesquisa, não traz bem estar. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que o excesso de atividade física está associado a perda da capacidade concentração, irritabilidade, ansiedade e depressão. Além disso, aumenta a produção de substâncias pró-inflamatórias no corpo.

* Dr. Ricardo Teixeira é neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília e professor da pós-graduação em divulgação científica e cultural da Unicamp. Escreve às segundas neste espaço. Contato:

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